20 de setembro de 2024

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Blog do Corredor André Savazoni 28 de dezembro de 2012 (12) (101)

Reflexão de final de ano: para que simplificar se podemos complicar?

Este ano estreei em uma Major, a Maratona de Boston. Algo em torno de 28 mil inscritos, menos de 2 minutos para retirar o kit, pegando duas “filas”. Uma do número de peito com chip e outra com a sacola com camiseta e produtos dos patrocinadores.

Inscrição on-line extremamente tranquila, com jantar de massas incluído (vários tipos de macarrão, bebidas com ou sem álcool e no final uma sacola com iogurte, chocolate, salada de frutas, bolachas, macarrão…), camisa de material excelente, largada por ondas com baias de ritmo, possibilidade de enviar um tempo mais baixo caso tenha melhorado seu recorde pessoal em uma maratona até dois meses antes da prova, caderno com informações recebido em casa, revista oficial recebida em casa, diploma recebido em casa…

No dia da corrida, transporte da chegada para a largada (50 minutos de ônibus, tudo muito bem organizado), tendas com isotônico, protetor solar, barras de proteína, café, leite, pão, frutas, água… tudo disponível e à vontade para os inscritos.

Bem, talvez, a comparação com uma Major tenha sido um pouco injusta. Agora, tanto na Meia quanto na Maratona de Buenos Aires, não levei mais do que 30 segundos para retirar os kits…

Na São Silvestre, nossa maior e mais famosa corrida, 25 mil inscritos divulgados pela Fundação Cásper Líbero (vamos esperar o número de concluintes, bem mais real), 2 horas para retirar o kit (isso mesmo, 2 horas, você não leu errado), camisa abaixo da média, nada de jantar de massas oficial incluído, nada de largada por ondas, nada de baias de ritmo, mudanças de horário/percurso ano após ano…

Vale a reflexão de cada um então: para que simplificar se podemos complicar?

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12 Comments on “Reflexão de final de ano: para que simplificar se podemos complicar?

  1. No começo, achei que você estava falando só para nos deixar com inveja haha. Depois veio o contraponto e entendi perfeitamente.

    Imagino no último dia, domingo, o único possível para eu ir, como deve ser. Já vou preparado e com bateria no celular. Parece tão mais fácil simplificar, olhando de fora, mas, na prática, por aqui, complicar é tendência.

  2. Entendem porque não participo mais da SS. No ano passado corri em Buenos Aires, que é muito mais organizada. E ficar de fora virou minha forma mais nítida de protesto… essa ladainha já tem mais de 10 anos. Os gringos que irão participar.. serão os “Quenianos-brasileiros” que moram aqui… até porque é mais barato bancar os caras que estão no Brasil do que convidar de fora…. E ainda aumenta a chance dos corredores brazucas vencerem … porém.. quando vinham os melhores do mundo.. da Europa, América e Ásia… o Brasil ficou numa fila de 34 anos… quebrada pelo JJoao da Silva. Os organizadores “enfraquecem” a participação estrangeira com bastante constância.. o que faz surgir um campeão brasileiro… É para “animar” a competição .. pura jogada de marketing.. A São Silvestre não está mais competitiva… virou um me engana que eu gosto geral…

  3. Pode ter certeza que, muitos dos que também reclamam, farão a prova na segunda-feira… e em 2013, 2014…
    É uma pena isso… “Mataram” a SS.

  4. Certa vez, uma amiiga disse: – É muito mais fácil destruir do que construir…Construir implica em investir tempo, cérebro, vontade, prazer e dinheiro. Dá uma tristeza olhar a realidade da SS. Depois, o cidadão volta de provas no exterior cheio de elogios com a organização e fica até intimidado para não parecer esnobismo!

  5. Mas, no fundo o que tem atraído o grande público é a FESTA, o clima de estar com amigos e toda a agitação… os 5 minutos de fama… Penso que será melhor que no ano passado… afinal chegará na Av. Paulista. Mas o que me entristece é que a grande CORRIDA DE SÃO SILVESTRE era isso e tinha ídolos, os melhores do mundo… hoje fica claro que é tudo cena… pra inglês ver. Ou seja, tá mais um teatro do que uma competição internacional de nível – A São Silvestre está tão desgastada… que outras corridas brasileiras dão de 10 no quesito qualidade e atenção e respeito aos corredores.

  6. É a maior prova do Brasil. É a corrida simbólica dos brasileiros. Mas fazem isso com ela. Pior é quem critica quem critica. Oras, a gente não critica porque não gosta da SS ou porque gosta de reclamar. A gente critica porque a ama e odeia vê-la dessa maneira, mal-organizada e mal-tratada. A gente critica porque espera vê-la melhor, porque quer que seja uma prova de nível internacional de verdade, não só no sentido técnico (aliás, bem fraco este ano), mas também como evento. Eu não vou mais uma vez. Não vou porque não concordo com o que os organizadores têm feito com a querida SS, tratando-a como uma mera marca comercial a ser explorada e sugada até onde possível, e não como a corrida símbolo do Brasil. Sim, sou um bostinha, um bobo qualquer “de rede social”, um do bando de 1% de idiotas que reclamam sistematicamente porque se dedicam a serem chatos ou porque “querem aparecer”. Sou tudo isso. E vou continuar sendo isso aí até mudarem a SS, se um dia mudarem…

  7. Repito aqui o que disse em outros foruns: o corredor brasileiro não sabe exercer o seu direito de consumidor. Vai numa prova mal organizada. Reclama a valer nas redes sociais mas no ano seguinte está lá, comparecendo com o seu suado dinheirinho. E não é só na Sâo Silvestre não. Cansei de ver isso em outras provas muito menos tradicionais.

    Para mim a questão é simples: se vou numa prova e não gosto não volto nunca mais. E também costumo evitar aquelas em que nunca fui mas vejo a torrente de reclamações das redes sociais.

    Se todos agissem assim as provas mal-organizadas sumiriam do mapa no prazo de três anos, no máximo. Isso só não acontece porque os corredores continuam a encher os cofres de quem presta péssimo serviço. Aí não precisa melhorar.

  8. Cometi um erro ano passado: Correr a São Silvestre.

    Esse ano cumprirei minha promessa: Não vou correr a SS.

  9. Parei em 2007. E não sinto a menor falta.

  10. Estava pensando na falta de organização da São Silvestre quando fui retirar o kit. É uma corrida que teria tudo pra ser bem legal. Mas não há respeito ao corredor. Parece que estão fazendo um favor ao dar uma camiseta ruim no kit, que fazem um favor colocando postos de hidratação e dando medalha. Esquecem que os corredores pagam, e caro, por isso. Fiz a conta, e só de inscrições receberam cerca de R$ 3.300.000,00 (os números de peito vão até 28.000). Fora o que receberam dos patrocinadores. Mas não há nenhum controle de nada. Sou paulistana e a São Silvestre é uma tradição, que vem sendo vilipendiada de ano para ano. Acho que está na hora de se cobrar da organização que ela organize a corrida de modo correto, inclusive com o controle dos “pipocas”. É festa, mas atualmente essa festa está muito bagunçada. Parece que querem acabar com a corrida e só falta a desculpa para isso.

  11. É Vicent, mesmo com africanos B o melhor brasileiro só conseguiu chegar em quarto.

  12. André, é só querer, e parece que não querem fazer direito. Veja o exemplo da 10k da Tribuna. É uma festa, mas é antes de tudo uma corrida e quem quer correr consegue, porque a organização quer fazer dela a 10k mais rápida do Brasil.
    Tem problemas? Sim, tem. Mas são muito menores que a na SS. E as Major e outras corridas grandes no exterior também tem seus problemas, mas trabalham para resolvê-los.
    Sempre vai ter gente descontente, não dá pra agradar a todos. Mas penso que alguns pontos são comuns a maioria das pessoas: largada mais organizada, uma elite competitiva, um melhor abastecimento (tem que ser bom pra todos, não só para a turma rápida), entrega de kits mais ágil.
    Percurso e horário sempre serão polêmicos. Pra mim, o pior é ficarem mudando todo ano. A minha opinião é que devia largar e chegar na Paulista pela manhã, mas mais cedo que este ano.
    Abraços!

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