Notícias admin 1 de dezembro de 2011 (1) (115)

Uma meia-maratona real

Nada melhor do que unir corrida e viagem. E a distância da meia-maratona é perfeita para quem quer aproveitar o melhor das duas coisas. Em se tratando de uma viagem a Londres, a equação fica ainda melhor. Você pode curtir uma cidade para lá de interessante e intensa e correr por cenários de cartão postal.

Foi por isso que muitos brasileiros – 90 para ser mais precisa – sentiram-se atraídos pela Royal Parks Foundation Half Marathon, realizada em 9 de outubro, e misturaram-se a mais de 12 mil corredores vindos de 30 países diferentes e 40 mil espectadores.

A prova acontece em pleno outono inglês (com clima agradável, sem perder a característica e o charme do friozinho inglês) e passa por quatro parques reais (St James's, The Green Park, Kensington Gardens and Hyde Park), além de alguns dos marcos históricos mais emblemáticos da capital, como o Big Ben, a London Eye e o Palácio de Buckingham.

Em sua quarta edição, essa meia-maratona vem se destacando também pela organização perfeita, grande envolvimento do público e por seu caráter beneficente: mais de 200 instituições de caridade parceiras, ligadas a causas humanitárias, ecológicas e de saúde são ajudadas com os recursos arrecadados.

 

PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA. A radialista brasiliense Cida Hipólito, corredora há 10 anos, cinco maratonas no currículo – a última completada em Berlim, em 25 de setembro, com tempo de 4h04 -, aproveitou o giro pela Europa para encaixar a meia de Londres. "Programo minhas férias com corrida, unindo o útil ao agradável. Achei muito charmosa a Royal Parks", disse Cida, que completou em 1h50.

O advogado carioca Victor Guzman ficou sabendo da corrida por meio de parentes que moram na capital inglesa. Como estaria de férias, não perdeu a oportunidade de participar. O frio não o assustou, até porque a temperatura na semana da prova variou entre 15 e 17 graus. Mesmo assim, ele caprichou na vestimenta. "Correr no frio é gostoso, mas é bom estar com uma roupa térmica para não perder performance".

Com o sonho de conhecer Londres, o industriário Jorge Benedito, da cidade de Rezende (RJ), passou a pesquisar pela internet provas na cidade. E acabou descobrindo a Royal Parks. "A cidade é linda e plana, perfeita para a corrida. E é muito fácil andar por aqui", contou ele, que terminou eufórico a meia, com o tempo de 1h47.

Outro que não conteve o orgulho de ter cruzado a linha de chegada no Hyde Park, com a marca de 1h30, foi o geólogo Ricardo Magno Laet Rafael, de Brasília. "Corro há três anos e treino sozinho. Essa é minha primeira meia maratona. Achei a organização excelente e certamente faria de novo".

"Foi uma emoção única. Queria muito conhecer Londres e foi perfeito conciliar a viagem com a corrida", disse a empresária Olga Maria Pasqualotto, de Campo Grande (MS), também estreante na distância, que completou a Royal Parks em 1h49. Da prova, ela destacou a paisagem belíssima e a intensa participação popular. ]

 

MINHA PROVA

Tenho corrido uma maratona por ano e até agora foram quatro. Para 2011 havia programado Berlim e fiz a inscrição no começo do ano, mas tive de abrir mão desse projeto. Como eu "preciso" de um incentivo, de um desafio diferente, comecei a pensar na possibilidade de uma meia no exterior. E foi em uma conversa com os amigos jornalistas da CR que fiquei sabendo da meia em Londres.

Olhando o site da prova (http://royalparkshalf.com/) logo fui fisgada. A prova era encantadora, passando por parques e pontos marcantes da capital inglesa. Fui atrás da inscrição (que, por sinal, é concorrida e os interessados devem começar a se manifestar no início do ano) e programei a viagem com alguns meses de antecedência.

Cheguei a Londres três dias antes da corrida para me adaptar ao clima e ao fuso horário (lá são quatro horas a mais do que o Brasil). A cidade é demais. Os parques são enormes, charmosos e muitíssimo bem cuidados e têm movimento o dia todo. E o outono londrino é perfeito, já que a temperatura é agradável, com friozinho na medida certa e por vezes até céu azul e um tímido sol.

O domingo chegou e fui para a largada caminhando. Nas camisetas dos corredores eu via o apoio a inúmeras entidades, especialmente de saúde. O pessoal veste mesmo a camisa da solidariedade.  A largada foi em ondas e funcionou direitinho, com todo mundo respeitando a ordem. A partida aconteceu no Hyde Park, às 9h30.

Cruzei o Green Park e segui pela lateral do St. James Park, passando em frente ao Palácio de Buckingham (e notei que a rainha Elizabeth estava em casa, afinal a bandeira inglesa estava hasteada). Mais adiante, avistei o Parlamento. Haviam se passado pouco mais de 3 km e eu queria saber as horas; de repente ouvi as badaladas e olhei: era o Big Ben marcando 10 da manhã – luxo!

Segui em meu ritmo, fazendo meus habituais cálculos. Pensava em terminar em 1h55m e estava indo bem. Com 10 quilômetros percorridos em 55 minutos, retornei ao Hyde Park, onde toda a segunda metade da prova aconteceria. Muita gente apoiando, torcendo, famílias assistindo, crianças esperando suas mães ou pais passarem.

Cruzei a linha de chegada com o tempo de 1h58 e recebi uma linda medalha em forma de folha, feita de madeira natural. Já perdi as contas de quantas meias corri, mas essa foi a minha primeira internacional e adorei! (Yara Achôa)

 

CORRER POR UMA CAUSA. SIM, PODEMOS!

Por Ana Cristina Sampaio

Os corredores brasileiros que participaram da Royal Parks Foundation Half Marathon, em Londres, podem levar para casa a experiência de correr por uma causa e, claro, guardando as devidas diferenças, usar o esporte em prol de algumas importantes mudanças culturais e sociais.

Correr e ao mesmo tempo contribuir para uma causa? A Royal Park mostra que é possível promover uma prova de porte internacional, alegre, bem organizada, com excelente participação popular e percurso mais do que atrativo com o único objetivo de angariar recursos para os oito parques reais da capital britânica. Foi o que presenciei no dia 9 de outubro, ao escolher Londres para minha primeira prova fora do Brasil.  

A ideia nasceu em 2010, quando me inscrevi para o "Ballot", o sorteio de vagas para a prova. Em fevereiro deste ano  recebi a notícia de que havia sido contemplada. Mas caso não o fosse, não haveria problema. Como se trata de uma fundação com fins filantrópicos, é possível inscrever-se a qualquer momento (o preço não é o mesmo), assim como doar qualquer valor aos parques reais. Parece engraçado contribuir para parques, mas não na Inglaterra.

 

I'M RUNNING FOR (EU CORRO POR).  A grande maioria dos 12.500 homens e mulheres que correram os 21 km do percurso, que começou e terminou no espetacular e bem cuidado Hyde Park, numa das áreas mais bonitas de Londres, vestia camisetas que mostravam a sua causa. Corriam pelas crianças, pelos mais diversos tipos de câncer, pelos hospícios, pelas doenças neurológicas, pelo pai, pela mãe, pela namorada falecida, pelos livros, mas, principalmente, pelos parques reais.

Ao longo do percurso a comunidade em peso aplaudia com cartazes e frases de incentivo, em verdadeiras torcidas organizadas por equipes, amigos e parentes. Estavam ali também apoiadores de ONGs como WWF e Unicef, marcando presença com suas causas. Nos postos de água, na entrega de medalhas, na coleta dos chips, na distribuição de lanches, até os marcadores de ritmo, dezenas de voluntários trabalharam para o sucesso da prova. Muitos foram recrutados entre amigos e familiares dos inscritos, que receberam emails convidando para o trabalho voluntário.

A medalha seguiu o tema da prova: uma singela "maple leaf" de madeira, simbolizando a folha que inunda as ruas de Londres no outono. A festa continuou após a chegada dos corredores, com apresentações de música no palco da prova e atrações nas barracas de parceiros do evento, principalmente instituições filantrópicas inglesas. Amigos e famílias se reuniram para lanchar, tirar fotos e comemorar a participação na prova, que incluiu uma corrida de 3 km para as crianças. A cena nos faz entender porque Londres é uma cidade onde a qualquer hora do dia ou da noite podemos ver pessoas correndo: o esporte lhes é ensinado desde a mais tenra infância.    

Gostou da ideia? As inscrições para a edição de 2012 já estão abertas no http://royalparkshalf.com Quem sabe correr pela erradicação da dengue, contra o desmatamento na Amazônia, pelo ensino público de qualidade ou mesmo contra a corrupção pode um dia se tornar realidade no Brasil?   

 

A APAIXONANTE LONDRES

Londres faz uma cidade grande como São Paulo parecer sem graça. Reserve alguns dias para curtir as atrações da capital inglesa, pois muitos lugares a visitar e tudo vale a pena:

 

– a visita (de dia e à noite) ao Big Ben e ao Parlamento
– uma volta na London Eye (roda gigante de 135m de altura)
– as curiosidades do Museu Sherlock Homes, na Baker Street
– os parques bem cuidados e perfeitos para prática esportiva ou um bucólico piquenique
– as igrejas, como a Abadia de Westminster (onde aconteceu a coroação da Rainha Elizabeth II e o funeral da Princesa Diana) e a St Paul's Cathedral
– as compras pela frenética Oxford Street
– os museus, como o de História Natural, o British Museum (com tesouros do mundo todo) e o Tate Modern (com destaque às obras de Rodin)
– a feirinha de antiguidades que acontece aos sábados na Portobello Road, na charmosa área de Notting Hill
– o metrô (ou underground), com linhas para todos os cantos da cidade
– andar nos tradicionais ônibus vermelhos de dois andares (e sentar lá em cima)
– atravessar a Tower Bridge (abaixo) (YA)
 

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One Comment on “Uma meia-maratona real

  1. Realmente uma experiência facinante. Uma prova cheia de chame e encantos.

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