Ultramaratona Gol em Cumbica. Show de organização!

A cada mês, muitas vezes a cada semana, temos o lançamento de novas provas de rua no Brasil. Algumas, inclusive, surpreendem pelo ineditismo. Confesso que hoje sou um apaixonado por maratonas, pelo treino puxado por três meses ou mais, pela dedicação necessária para buscar um bom tempo. E, um dia, com certeza, farei uma ultra. Comrades e Two Oceans estão na mira (tomara que minha mulher, Mari, não leia esse texto…). E, nesta sexta-feira, dia 1º, fui surpreendido com uma inscrição inteiramente “de grátis” na Ultramaratona Gol em Cumbica.

Já que estava treinando bem nas últimas semanas, resolvi participar. Não tinha ideia do que viria pela frente. A largada estava marcada para as 12h30. Horário bem estranho, mas o dia não estava tão quente. Seria em frente ao portão 15. Mudou para o 19, para o 25, voltou para o 15, para o 21 e, novamente, para o 15. Ufa, fui ficando cansado só com o “aquecimento”. Será que essas mudanças também foram culpa de medidas de última hora anunciadas pela CET?

Ah, esqueci um detalhe. O kit era pobrinho de tudo. Só duas folhas amarelas, com os horários da largada e o tíquete do guarda-volumes. Prometeram um copo de suco ou refrigerante, mais uma barrinha de cereal, bolachinha ou amendoim durante o “percurso”. Mas acho que não entregaram. Pelo menos não vi.

E a largada da Ultramaratona Gol foi atrasando, atrasando… 13, 14 horas, 15h20, 15h40… nada de informação dos organizadores, apenas uma rodinha de corredores conversando aqui, outra ali. E a promessa da chegada do lanche que, pelo jeito, estava sendo feito em Manaus e foi enviado por pacote simples pelo Correio. Ou pela equipe que transporta animais na Gol. Até o Natal chega!

De repente, com os corredores prontos, cansados de esperar, um organizador foi cercado. E saiu logo dizendo que iria buscar o lanche. Não voltou até agora, 21h10, quando escrevo esta crônica. Será que ele se perdeu? Coitado.
Chegou outro integrante do “staff”. Novo cerco. Ao fundo, as mochilas vão sendo retiradas do “guarda-volumes”. O rapaz, então, num pensamento visionário diz, ao telefone, com outro colega da organização: “Vou avisar a todos que a Ultramaratona Gol foi cancelada. Eles viram que as bolsas estão sendo retiradas do guarda-volumes”. Ohhhh, foi o som que ecoou. Juro que ouvi até um: “Bidu”!

Daí, mais duas intermináveis horas de espera, falta de atenção do staff, que não passava qualquer informação decente a nós, simples e mortais corredores. Uma luta para pegar as bolsas nos guarda-volumes. Filas intermináveis. Desrespeito. Por volta de 17 horas, quando o cronômetro marcava quase cinco horas de prova, algo oficial: a largada tinha sido transferida para este sábado, 2 de julho, às 14 horas, devido ao mau tempo. Detalhe: do ponto onde estávamos para a casa e, depois, de casa para a largada no sábado, cada um por sim. A resposta da “loira má” do staff, que talvez, coitadinha, tenha acordado com o pé esquerdo hoje: “Você não chegou sozinho até aqui. Vá e volte!”. Nossa, que delicadeza e inteligência. Tenho certeza que fez pós-graduação na França.

Conclusão, fiz minha estreia na ultramaratona, mas nem cheguei a largar. Será que valeu então? Uma conclusão importante: não importa a empresa organizadora, nós, corredores, nas provas ou na vida, estamos sempre em segundo plano. Até quando? E ainda falam em organizar Copa do Mundo, Olimpíada…

Neste sábado, dia 2, eu e mais de cem lutadores tentaremos, novamente, concluir a Ultramaratona Gol em Cumbica para ver se chegaremos, finalmente, concluir o percurso. Ah, o copo de suco o refrigerante e a barrinha, segundo o staff, estão garantidos.

Ah, esqueci de contar: a prova de hoje foi um aquecimento para a chegada em Foz do Iguaçu, onde sonhamos largar na Meia Maratona das Cataratas neste domingo, dia 3. Tomara que dê certo.

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