Aqui no Brasil, até rola, mas dentro das assessorias principalmente. Nos Estados Unidos, é comum demais. Treinões abertos, para quem quiser participar, organizados por clubes de corredores, lojas de esporte, grupo de amigos, organizadoras de provas… lá, não há esse conceito de assessorias. No Brasil, esses treinos coletivos, abertos, com marcadores de diversos ritmos, são bem mais raros. Foram realizados para a Maratona do Rio de Janeiro, por exemplo. Amanhã, há duas ótimas opções, restritas a São Paulo, é verdade, na USP, do Desafio Pharmaton e da Adidas.

Os dois treinos visam à tradicional 49ª Volta da USP, marcada para dia 21 de outubro. Haverá dois percursos, de 5 km e 10 km, as distâncias da prova. O da Adidas é aberto a quem chegar. Nem precisa inscrever-se previamente. O do Desafio Pharmaton, aos participantes do projeto que envolve oito assessorias paulistanas e mais de 300 corredores. Os dois treinões têm início previsto para as 7h, com diversas atrações e surpresas para os participantes.

Claro que para quem está preparando-se para uma maratona, os longões sozinhos fazem bem para a cabeça, ajudam no planejamento, simulam o que provavelmente encontraremos no dia da prova. Acabei de fazer 27 km na manhã desta sexta-feira, sem companhia, pensei demais na estratégia para Buenos Aires, na respiração, no ritmo… Mas estar em grupo é bom demais, o tempo passa mais rápido, você acaba encaixando melhor o ritmo (principalmente os menos experientes), tem ajuda, estímulo. Hoje, a planilha previa rodar os 27 km a 4:35/4:40. Fiz a 4:34 (com a margem de erro do Garmin, dentro do previsto), mas se estivesse com amigos, claro que teria sido bem mais agradável. O tempo passa “mais rápido”.

O Desafio Pharmaton tem ganhado adeptos tanto nas ruas, parques e avenidas, como na internet, por meio do site oficial do programa e pela fan page no Facebook. Para integrar ainda mais o Treinão com o Facebook, será utilizada uma tecnologia chamada RFID para que os participantes do Desafio disparem atualizações automáticas na rede social diretamente da USP. As mensagens serão publicadas, em tempo real, no perfil dos participantes.

Nos EUA, por exemplo, nos treinões coletivos, há os marcadores de 4:30, 4:45, 5:00 por km, para citar alguns. As pessoas vão chegando e saindo. Os mais lentos na frente, os mais rápidos aguardam um pouco… assim, na média, todos terminam praticamente juntos, em uma grande confraternização. Cada “bonde” dentro do seu planejamento. Tomara que iniciativas como essas da Adidas e da Pharmaton espalhem-se pelo país (como já ocorreu na Maratona do Rio, em um evento que era muito tradicional na década de 1980, quando paulistanos iam à capital carioca somente para os treinos coletivos).

Foto: Nelson Antoine/Adorofoto