Treinar é muito diferente de correr

Correr é um hobby, uma diversão, um bem-estar, uma terapia, uma forma de manter a saúde, entrar em forma, perder os quilinhos extras, de fazer amigos, de conhecer lugares sob uma perspectiva diferente… há inúmeros motivos que levam as pessoas a calçar um tênis (ou nem isso) e sair por aí. Agora, treinar é outro assunto. Completamente diferente. Sem qualquer relação.

Nem todos que correm, treinam. Diria até que um grupo pequeno. Isso exige planejamento, preparação, dedicação… um ritmo de vida de profissional, mas com dia a dia de amador. Que significa dividir tudo com trabalho, família, estudo, vida social… E ao treinar, muito desse “prazer” muda de forma.

Os intervalados intensivos e extensivos, tempos run, longões ganham outra “cara”. De sofrimento, esforço, cansaço… De terminar um treino extenuado, mas ao mesmo tempo, feliz como uma criança que ganha um álbum de figurinhas ou uma bola de futebol nova!

A alegria vem nos dias das provas, ao baixar o recorde pessoal, ao conquistar uma posição sonhada ou uma medalha top 100. Ou ao terminar um treino de 16×400 m com todas as voltas abaixo de 1:20 ou cravar 2:50 em 10×800 m. Ao aprender a correr ritmado, concentrado, constante, sabendo o que tem de fazer. Da largada à chegada. Passo após passo. Controlando km a km. Ou até menos do que isso. Ou nos 400 m, controlar as passagens pelo cronômetro a cada 100 m. Treinar é muito diferente de correr. Uma frase, ou melhor, uma filosofia que aprendi com meu atual treinador, o Marcelo Camargo.