Vários amigos corredores e leitores perguntaram, nas últimas semanas, se treinar a distância dá certo? Receber as planilhas por e-mail e ir para a rua, pista ou parque. Dá resultado? Eis a questão. Funciona ou não funciona? Ser ou não ser? (opa, essa é outra história, me confundi). Voltando ao assunto, eu diria pela minha experiência: sim, funciona. Mas… Sempre há o mas envolvido.
Desde que tenho treinador, já foram três diferentes, sempre trabalhei dessa forma. Com certeza, exige uma disciplina maior e sinceridade idem do que o “presencial”. Como você não é “visto”, pode roubar facilmente! Mas aí estará enganando a si mesmo e irá pagar um preço alto nas competições. Seja físico ou psicológico, pela frustração. Se você é dedicado e disciplinado, dá muito certo.
Para mim, fica mais fácil por ter a liberdade de horários. Um exemplo, tinha 16×400 m na segunda-feira. Trabalhei todo o feriado de Páscoa de plantão no jornal. Incluindo o domingo à noite. Dormi até quando o corpo quis e fui para a pista de atletismo às 10h. Cumpri o treinamento e ponto final. Se tivesse de estar às 7h com o grupo e o treinador…
Isso funciona também na elite, para dar um exemplo. Paulo Roberto de Almeida Paula fez três vezes o índice olímpico e terminou em oitavo lugar na maratona nos Jogos de Londres vivendo no Brasil e o técnico dele, o Marcão, na China! Com o GPS de hoje, todas as variáveis são fáceis de encaminhar pela internet. Além disso, é necessária uma sensibilidade grande do corredor, para poder dar o retorno mais próximo da realidade possível. E a conversa é facilitada pelo e-mail, Skype, Facebook, Twitter…
Essa troca de dados ajuda a dupla (treinador e treinado) a chegarem ao consenso e irem formatando o treinamento em si.
Para quem está começando, talvez seja mais complicada essa troca de informações. Saber o que está sentindo realmente e passar adiante. Mas na medida em que você vai ficando mais experiente, tira de letra. Então, vai a resposta: funciona sim.