Existe uma ótima opção para quem não gosta da musculação pura e simples e esteja, digamos, meio cansado de apenas correr, correr e correr. Ou seja, hoje corre lento, amanhã moderado, depois de amanhã faz intervalado, depois corre lento de novo, corre forte e assim vai. Apenas corre. Trata-se do treinamento em circuito que pode servir para quebrar essa rotina, melhorar o condicionamento físico geral, desenvolver outras valências físicas, fortalecer os grupos musculares mais importantes do desporto específico de cada atleta, entre outras vantagens.
No circuito monta-se uma seqüência de exercícios de musculação, também chamados de estações, em que o atleta executa cada exercício com uma série de repetições e carga, de acordo com o objetivo específico do treinamento, e praticamente sem intervalo passa para o outro.
As possibilidades de variações são muitas e o circuito pode ser escolhido incluindo tanto exercícios específicos da modalidade do atleta, como os que visem fortalecer os grupos musculares mais fracos. Conjugando a intensidade, a carga, as repetições e o intervalo entre as estações, podem ser estimulados tanto a resistência aeróbia como a anaeróbia, que é tudo que o corredor mais deseja. Isto é, correr mais rápido por mais tempo. Incluir alguns minutos de corrida no início, no final e/ou entre as estações também é válido para estimular o corredor.
É importante observar a montagem das estações, alternando os grupos musculares a serem trabalhados para não sobrecarregá-los, evitando que o atleta canse antes do tempo. Ou seja, trabalha abdome, passa para as pernas, depois braços, volta para abdome e assim por diante. Enquanto o abdome descansa, as pernas trabalham, as pernas descansam os braços entram em ação. Assim, não é preciso intervalo. Tecnicamente chamamos isso de alternar os segmentos. Não é preciso montar um circuito sempre com os mesmos exercícios, sendo bom variar, apenas observando a regra da alternância dos segmentos.
Dependendo no nível dos atletas, pode-se criar um circuito menor com duas ou três passagens ou, de acordo com o tempo disponível, monta-se um circuito com mais estações e uma passagem.
Outra grande vantagem do treinamento em circuito, para quem faz treinamento planejado, é que ele pode ser incluído em qualquer fase de uma periodização, apenas mudando as cargas e escolhendo os exercícios mais adequados para o período. O circuito também atende a quem esteja num processo de emagrecimento e com uma resistência baixa para ficar correndo todo dia. E ainda permite trabalhar com vários atletas ao mesmo tempo, um e cada estação, e trocando em tempos e/ou repetições determinados.
Mesmo com tantas vantagens esse treinamento não é único e por isso mesmo deve ser feito apenas uma ou duas vezes na semana. Nenhuma modalidade esportiva ou exercício é completo por si só, nem mesmo a natação como alardeiam por aí. A corrida não foge à regra.
O treinamento em circuito também não é novo. Foi idealizado por R. E. Morgan e G. T. Adamson, em 1953, como opção de manter seus atletas em forma que não podiam treinar ao ar livre durante o rigoroso inverno inglês e os espaços disponíveis eram pequenos para fazer intervalado. Em espaços menores criou um programa capaz de manter e/ou desenvolver determinadas valências físicas.
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