
A recente emissão de boletos para treinadores e assessorias esportivas pela concessionária Urbia, que administra o Parque Ibirapuera, em São Paulo, tem gerado discussão entre profissionais do setor e entidades representativas. Os valores cobrados variam entre R$ 450 e R$ 1.000 e possuem prazos de vencimento curtos.
A Associação dos Treinadores de Corrida de São Paulo (ATC-SP) manifestou sua oposição à cobrança, argumentando que a taxa não tem amparo legal e que a questão está sendo analisada pelo Ministério Público. A entidade também ressalta que a maneira como os boletos foram enviados demonstra falta de transparência na gestão dos cadastros e dos critérios de cobrança. Segundo a ATC-SP, algumas assessorias receberam cobranças, enquanto outras, que também utilizam o espaço, não foram notificadas.
A associação também pontua que, apesar de não se opor à regulamentação do uso do parque, considera que o modelo de cobrança imposto pela Urbia é inadequado e pode estabelecer um precedente para futuras tarifas sobre outras atividades e usuários do espaço. A entidade reitera que não houve assinatura de contratos ou termos de aceite por parte dos treinadores e assessorias esportivas.
Por outro lado, a Urbia defende que a medida visa organizar o uso do parque e garantir a manutenção da infraestrutura para atividades esportivas. Segundo a concessionária, a cobrança é necessária para assegurar a sustentabilidade financeira do parque e evitar o uso comercial indevido de um espaço público. A empresa afirma que os valores foram definidos com base no Termo de Adesão e que segue aberta a ajustes e diálogo com os profissionais afetados.
Enquanto isso, a discussão continua. A ATC-SP busca uma solução que não impacte negativamente os treinadores e seus alunos, enquanto a Urbia mantém a posição de que a cobrança é necessária para a gestão do parque. O impasse segue em andamento, com a expectativa de que o Ministério Público se manifeste sobre a legalidade da medida nos próximos meses.