Desde o início na corrida, nunca fui apaixonado por relógios com GPS. Por ter a vantagem de treinar em uma pista de atletismo, bastava o bom e velho cronômetro. E para as rodagens e longos na rua, o clássico relógio digital também resolvia. Porém, ao testar o FR 35 para a Contra-Relógio, alguns pontos chamaram a atenção positivamente e até mudaram conceitos que eu tinha.
A começar pelo visual. O GPS é bonito, pequeno, prático, leve (37,3 g) e com números grandes (para a corrida, isso faz enorme diferença). Conta com pulseira de silicone e tem também a função de relógio. O botão de liga e desliga de todo o sistema garante longa durabilidade à bateria (são 13 horas no modo GPS, segundo o manual). É específico para a corrida (mas também bicicleta), com opção de exercício ao ar livre e indoor, tendo ainda a função cardiorrespiratória e caminhada, além do sistema de marcação da frequência cardíaca no pulso.
Nesse ponto, vale uma análise mais detalhada. Com a fita de FC, em outros modelos, mesmo mais antigos, era mais preciso. O manual do FR 35 explica que não se deve deixar a pulseira nem muito apertada nem muito frouxa. Em diversos treinos, tive de ajustar ao longo da corrida, para acertar a análise do batimento.
São duas telas de informações, com três marcadores cada. Você pode optar entre hora, distância, ritmo, calorias, frequência cardíaca, zona de frequência, tempo, distância e ritmo da volta. Ou seja, nas duas telas, pode ter seis dessas referências e a terceira (fixa) é o relógio. Existe a opção de programar a volta automática (lap) com quilômetro ou milha. Por sinal, há toda a linguagem em português para quem não quiser deixar no inglês. A conexão com o celular é fácil e rápida, com a possibilidade de receber mensagens, whatsapp e outras funções no próprio relógio. Feita a primeira sincronização, as outras são automáticas, inclusive na transferência do treino para o aplicativo do Garmin Connect (basta ter o app no celular).
Outro ponto positivo é a velocidade com que se conecta aos satélites. Após a configuração e o primeiro dia, nos outros a média foi de 5 segundos para estar pronto para a corrida ao ativar o "correr ao ar livre". Programar um treino também é extremamente simples.
No menu, você pode habilitar ou não a tecla de volta. Nesse caso, talvez o único problema realmente que vi no FR 35. O botão de lap é na parte interna (são dois botões no lado esquerdo, interno, e dois no lado direito, externo). O de voltas é no esquerdo embaixo. Fica desconfortável ficar apertando durante treinos de velocidade na pista, por exemplo, principalmente em distâncias mais curtas, como 400 m. Ao apoiar a mão para apertar, muitas vezes se pressiona o botão de parar a atividade!
O relatório após as atividades é bem completo (e pode ser personalizado, colocado os dados pessoais e de treinamento). Ao parar o cronômetro/GPS, você tem a escolha de retomar a corrida, gravar ou descartar. Gravando, ele passa informações como FC média, cadência média, distância, número de passos, tempo, ritmo, voltas (com o tempo e a distância). Isso mostra algo que muitos já sabem: o GPS é uma ótima ferramenta, mas não é preciso 100%, por isso as diferenças em provas. Um exemplo, mesmo sendo um modelo bem moderno, as voltas de 400 m marcavam 410 m e as de 800 m, de 817 a 820 m, com o ritmo uns três segundos mais rápido do que estava correndo.
O preço sugerido no Brasil é de R$ 1.599. No site www.amazon.com encontramos por 185 a 200 dólares como referência. Em feiras de grandes maratonas, sempre há um estande da marca com descontos. A certeza é que FR 35 é um ótimo GPS de pulso, bem completo para a corrida, e que não merece nota 10 apenas pela dificuldade no botão de lap citado.