20 de setembro de 2024

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Blog do Corredor Notícias André Savazoni 2 de janeiro de 2013 (36) (181)

Temos de olhar para nosso umbigo e fazer a nossa parte nas provas

A São Silvestre tem falhas enormes que precisam ser melhoradas. Isso não se discute. Tem pontos positivos também. Nem 8 nem 80. Devemos cobrar melhorias, sempre. Apontar os erros, dar sugestões… Mas também contribuir para esse avanço e não ser mais um ponto de confusão. Nem levianos.

Já falei da falha na hidratação, da zona da largada, da demora inexplicável do primeiro dia da entrega dos kits, da péssima relação custo/benefício da São Silvestre, do kit fraco, do horário tarde (9h está longe do ideal para correr) e por aí vai. Chega. Só voltarei ao tema mostrando possibilidades de melhorias. Há muitos exemplos tanto no Brasil quanto no mundo que podem ser muito bem adaptados à São Silvestre. Mas hoje vamos olhar para nosso umbigo. Também contribuímos para os problemas da SS.

Alguns exemplos para nossa discussão:

1) Assisti por sugestão do amigo e treinador Marcelo Camargo, de Belo Horizonte, ao VT na íntegra da prova na noite de ontem, pelo SporTV 3. A organização errou ao deixar falhas enormes da grade. Mas aquela onda de pessoas que ficou na outra pista da Avenida Paulista e invadiu o espaço de largada após a buzina, desrespeitou quem estava lá há um bom tempo esperando, calmamente. Nosso espaço termina quando invadimos o do outro. Nesse caso, a invasão não é figura de linguagem.

2) Quem não tem a mínima condição de correr em um ritmo de 4:30/5:00 por km, por exemplo, e fica lá na frente, ao lado das faixas de tempo (que poderiam servir como uma referência), contribuem em muito para a zona da largada. As pessoas que aguardam na fila do gargarejo e daí, com 1 km de prova (ou até menos), estão caminhando, também… exemplos não faltam.

3) Quem vai de pipoca. É um protesto? Pode até ser, mas está desrespeitando quem pagou (e caro) pela prova. Contribui até para a falta de água no final. Obrigação da organização, porém…

4) Acredito, pela minha vivência em provas, que a São Silvestre seja a corrida com o maior número de “não corredores”. Não estou falando de ritmo ou de performance. De pessoas que só participam dessa prova no ano. Não correm normalmente, não estão habituados aos eventos. Só isso justifica um “zé mané” pegar uma garrafa de água, tomar dois goles e a jogar para o alto e para trás. Só estão vindo uns 15 mil corredores atrás mesmo… Talvez, como sugeriu o amigo Nelton Araújo, do Rio, distribuir uma cartilha no kit com “boas maneiras” talvez ajude nessa empreitada quase impossível, eu diria, mas um passo em frente.

5) Definição do percurso é algo da organização, que envolve diversos outros fatores, inclusive liberações de autoridades de trânsito. Sugestões para que usem os dois lados das avenidas, quando possível, são bem interessantes. Como usar toda a Pacaembu e os viadutos pelo caminho, por exemplo. Isso já aliviaria e muito a muvuca. Separar a largada em 3, com 20 minutos de intervalo entre elas, nos dois lados da Paulista, também.

6) Sobre o triste e lamentável acidente que causou a morte do cadeirante Israel Barros. Não dá para falar absolutamente nada sem o laudo final da perícia e da investigação policial, além da análise médica das causas da morte. Com esses documentos em mãos, a história passa a ser outra. Ele foi fechado, passou mal, a descida tem a inclinação maior do que aceitável, o equipamento quebrou… puros exercícios de adivinhação. Por respeito ao Israel e a sua família, que já passa por um sofrimento terrível, não devemos fazer isso.

Haveria diversos outros temas para citar, porém, acho que já está suficiente para mostrar que todos nós temos de criticar e cobrar as autoridades e organizadoras, mas também olhar para nosso umbigo, fazer nossa parte nas provas.

Fotos: Sérgio Shibuya/MBraga Comunicação

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36 Comments on “Temos de olhar para nosso umbigo e fazer a nossa parte nas provas

  1. Faço minha parte, não participando…

  2. Pois é, André. Se resumirmos o que você escreveu, podemos pedir para que os corredores da São Silvestre tenham… EDUCAÇÃO!!!
    Uma parte deles já corre, mas não é educada e precisa da tal cartilha.
    A outra, que não corre, também precisa da cartilha para aprender a como se comportar.
    Talvez fosse legal a Globo aproveitar o corredor das chamadas, acho que é o “Globinho”, para dar dicas do que fazer em determinadas situações.
    Mas no caso do pessoal que estava na outra pista, sei lá, meu, mas parece que é mais falha da organização do que ‘olhar para nosso umbigo’. Faltou colocar umas cancelas ali para impedir o acesso.
    Quanto ao Israel, gostei muito da sua ponderação e vou até inseri-la no meu blog.
    Abraços!
    Joel Leitão

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    Sim, Joel, concordo com todos os seus comentários. Até citei a questão de não ter a cancela/grade para impedir isso, porém, a imagem pelo Sportv é impressionante. Por isso que largou e ficamos parados lá atrás… por uns 10 minutos até começar a movimentação…

    Abraço
    André

  3. Concordo com tudo que você disse! Brasileiro vai correr lá fora e se comporta como um santo. Mesmo porque se fizer alguma coisa errada são retirados da prova. Aí corre aqui no Brasil e corta caminho, põe chip no pé do amigo, corre de pipoca…. Sinceramente não sei se temos moral pra reclamar ….

  4. Seja como for, enquanto eu correr e puder, vou participar. Pra fechar o ano com festa, não tem corrida melhor.

  5. Olha André concordo 100% com seu texto… essa foi a minha terceira SS, consecutiva, e achei a pior… a organização precisa mudar algumas coisas desde a entrega dos kits como a qualidade como a organização mesmo do evento… fiquei a 3 quarteirões do tapete e demorei mais de 25′ para passar nele… no primeiro Km, várias pessoas andando e durante todo trajeto… foi quase impossível correr… sobre a hidratação, não tive problema, onde passei havia água e gatorade, mas em algumas áreas havia um afunilamento e literalmente o povo parava de correr/andar… a tua sugestão, de mais de uma vez, largadas por ondas, seria uma medida muito interessante, fora, a liberação de mais pistas das avenidas e viadutos… Agora como tinha pipoca… Mas como já li várias vezes, se quiser correr, faz a prova do sgt. gonzaguinha e neste eu fiz, a SS/12 nem prá festejar deu direito, pois prá trotar tava difícil… Isso precisaria mudar!

  6. Concordo plenamente André, inclusive começar a criar o costume de quem estiver correndo e for parar para caminhar tomar a direção da direita, para não atrapalhar qm vem correndo logo atrás.

    Só não concordo na parte dos ‘pipocas’, creio q a minoria ali era pipoca, como eu. Acredito que não atrapalhe quem corre, até pq mtos ali com toda certeza gostaria de correr com inscrição, desde que ela realmente valha os 120,00. Quem não gostaria de sair dali com a medalha no peito?? mas 120,00 não rola… Corro na maioria das vezes com inscrição, pois meu mérito são as medalhas e nunca me incomodei com os pipocas…até pq ali mtos nao tem condições. Porem, tento me comportar como um convidado, educado, não atrapalhando quem está ali e pagou por isso. Se esse ano a SS realmente valer o valor cobrado, pago com gosto.

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    Josué, só um ponto, é difícil dizer, mas eu acredito que na SS há mais de 3 mil pipocas, pelo que vi nos últimos cinco anos e pelo número de pessoas que iam sendo tiradas da fila neste ano quando viam que era a fila de medalhas… é um número enorme. Mais de 10% dos inscritos, é bastante. Mas sobre o valor do custo/benefício, é uma verdade.

    Abraço
    André

  7. minha opinião não muda! a SS é um evento que chamam de corrida! uma festa popular festa que promove uma bagunça de grande complexidade de organização! são muitas falhas… muitas! e não percebo nenhum movimento de melhoria!
    corredores ou não, nota-se muita falta de educação e respeito! essa é a primeira mudança a ser considerada!

  8. Eu vi aquela cena da tv e fiquei na dúvida se eu tava ali ou não. Sei que eu estava na pista certa para largar. Aí a multidão foi andando e fui atrás. De repente, todo mundo foi para a esquerda, indo para a outra pista.

    Continuei seguindo. Depois de caminhar mais um pouco, todo mundo começou a ir para a direita e voltar na pista da largada. Achei estranho ter que ir para um lado e voltar, mas agora talvez tenha sido um erro meu e de tantas outras pessoas.

    Bom, eu fui onde todos foram. Tomara que não tenha sido parte disso (acho que fui, sem querer). De qualquer forma, demorei 13 minutos para passar pela largada.

    Uma das coisas que mais me incomodam é o pessoal que até corre rápido, mas larga lá atrás, sabe que tem uma multidão pela frente e fica empurrando, ficando nervoso porque não consegue passar. Parece que eles não sabem onde estão correndo.

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    Enio, se você estivesse ali, pelo que vi na imagem, não teria levado 13 minutos para passar pela largada, rs

    Abraço
    André

  9. Concordo com o post, mas também com os comentários do Joel e da Ana, até porque a organização acha que tá tudo ótimo e prometeu 30 mil no ano que vem.
    Quanto à falta de educação, acho que é, em boa parte, resultado do grande número de não corredores. Mas a (falta de) organização incentiva o cada um por si, ao não fazer o mínimo necessário, como por exemplo tratar o problema da largada.
    Depois vem o diretor e diz que tudo foi um sucesso (achei inclusive as entrevistas sobre o caso do cadeirante lamentáveis, mas essa, concordo, é outra história ainda, e mais complicada), o que mostra que para o ano que vem, a não ser que se faça barulho, as coisas vão continuar, na melhor das hipóteses, iguais.
    Pra mim, é um problema as provas mais importantes da cidade (maratona e SS) estarem nas mãos da pior organizadora (junto com a Fundação ou sem), pelo menos entre as grandes.

  10. Muito bom! Concordo plenamente!

    “Fazer nossa parte nas provas”. É isto que pretendo fazer em 2013, boicotando provas que sei que não nos respeitam ou que tem muitos corredores que não respeitam a prova (ex. Adidas).

  11. Já virou comércio a São Silvestre, muiito caro, Kit muito ruim, hidratação muito fraca. Espero que em 2013 tenhamos melhorias em todos os sentidos. A organização, kit, hidratação etc…da Meia Maratona do Rio da de 10 a zero na São Silvestre!!! Isto é uma vergonha!!!

  12. Correção ao Joel: não é Globinho, é Globolinha http://globotv.globo.com/globocom/globoesportecom/v/globolinha-completa-a-sao-silvestre/2320123/

    O Globolinha era um mau exemplo. Ele ficou atrapalhando a elite! 🙂

  13. A cena que mais me chamou a atenção no VT que assisti no SporTV foi a do cara dançando bumba-meu-boi (ou será boi-bumbá?) e ocupando praticamente toda a largura da pista, obrigando quem vinha correndo atrás a um repentino e perigoso desvio. Esse conflito entre festa e corrida é, junto com o custo x benefício pra lá de proibitivo (que ajuda a inflacionar inclusive o preço as provas do calendário do ano seguinte), o problema maior da SS. Parei de ir justamente porque não consegui me divertir na edição de 2007, a primeira com 20 mil participantes, a segunda após a junção das provas masculina e feminina. Há falhas de todas as partes e essa reflexão que você propõe é mesmo mais do que válida. Parabéns por ela.

  14. É isso aí André, vc está completo de razão, muita, muita gente e pouco espaço, quem largou atrás como eu não conseguiu correr. Para a dimensão do evento, ruas estreitas. Só consegui agua gelada no primeiro posto e gatorade (quente ou gelado) só no segundo. Agora, como confraternização valeu, gente do Brasil inteiro, foi muito legal e emocionante. Vamos torcer pra melhorarem pra esse ano, pois se Deus quiser, estarei lá pra fechar o ano da melhor formar que eu conheço, particpando da SS.

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    Ganhou de mim, Bruno, peguei água quente desde o primeiro posto, rs. Gatorade não sei, não tomo na prova. Os que pisei no saquinho que jogaram no chão, estavam gelados!

    Sim, como festa, a SS é inesquecível, contagiante, mas como corrida, a cada ano deixa mais a desejar.

    Abraço
    André

  15. Concordo com 100%. SS = fanfarronice, assim como a maioria das corridas do nosso país. Veja vc, a Color Run (RJ) teve quase 10 mil inscritos (!!). Hã? Color Run? Evento de corrida que mais parece uma gincana. Enfim, cada um tem um gosto. Mas, mesmo assim, acho que correr a SS é = a ir ao Maracanã, ler um livro ou plantar uma árvore: um dia tem que fazer. Foi minha primeira e última!

  16. Olha, André, está cada vez mais difícil esperar que o corredor faça “a sua parte”. Ele está inserido numa sociedade egoísta, que só pensa em si e não respeita os demais, o direito alheio. Ontem fui correr na beira da praia, aqui no RS. Centenas de garrafas de espumante na areia. Lamentável. O cara gasta uma grana com Chandon e não é capaz de colocar no lixo depois. O que esperar de um povo desses? Separam por tempo as largadas nas provas, mas se não tiver alguém controlando, os “espertos” entram nas zonas mais à frente. Na maratona de SP passei uma dezena de gente caminhando antes de fechar 1 km. Gente que saiu com pulseira de pelotão mais lento, mas que estava lá na frente, onde não devia, atrapalhando quem obedeceu às regras. Chega a ser cansativo.

    ——————————–

    JCBaldi, nem fale, nem coloquei esses temas muito bem abordados por você pelo mesmo motivo, chega a ser cansativo. Com meus dois filhos, já vi pai furando fila e dizendo que estava certo… que sociedade estamos formando? Tenho um baita medo disso pelas minhas crianças.

    Abraço e ótimo 2013
    André

  17. Mano André,

    Você sabe que brasileiro tem espírito cívico zero. Não adianta discutirmos que é necessário educar o nosso corredor.

    O melhor exemplo é o cinto de segurança e a faixa de pedestre. As pessoas só passaram a usar ou respeitar pelo risco de serem multadas.

    O único jeito de evitar a zona da largada são baias de largada por ritmo e gradis altos, com cerca de 2 metros de altura como dizem que tem na maratona de Paris.

    Sabemos que as pessoas não sujam as estações de metro porque elas estão sempre limpas, etc.

    A organização precisa “educar” o corredor, mas nós sabemos como funciona isso para a organização, não é? Quer largar na frente, chegue cedo. É um tremendo desrespeito com o clinte corredor.

    Mas também é descenessário dizer que as pessoas não se organizam contra esses desrespeitos, pois está enraizado na nossa cultura – reclamar e não agir.

    Quantos reclamam e acabam correndo assim mesmo?

    Abs

    Sergio

  18. Sobre o assunto.

    1. Concordo 100% com o texto do André. Isso é raro. Rs

    2. Pra mim, a segunda cena mais assustadora da prova, só perdendo pra morte do Israel, foi aquela “lava humana”. Aquilo sim é assustador, aquilo sim me deixou estarrecido. E aí, problema não tava só na organização não. A organização tem que fazer a parte dela, ainda mais que pretende colocar 30.000 pessoas, e, juro, espero não ter que ter uma a acidente por pisoteamemto pra que algo seja feito. Mas, nos corredores temos que saber nos portar.

    3. Exemplo: eu cheguei cedo, umas 7, fiquei umas 10 fileiras da saída, super de boa. Sentado, conversando, nos poupando. Clima amigável, tudo indicava nenhum desgaste, a despeito de uma falta de área de aquecimento. Quando deu 8 horas, 1 hora antes, veio do lado esquerdo, uma avalanche de intrusos, pessoas que queriam entrar ali. E já estava bem cheio. Se houvesse grades, eles teriam pulado. Quem estava lá quase foi pisoteado. Uma das que invadiu, uma senhora que tinha uma placa, fantasiada, entrou quando dando pisada. E avisava o tempo todo que ia correr, mostrar a placa, parar, guardar a placa, e correr num pace de 7′. Já imprensados, eu conversava com um rapaz, atleta do exercito, gente da gente. Sugeri que ele ficasse na minha frente, ele sairia forte e buscaria um sub 58′. Essa mesma senhora pegou e disse “vc é bobo, vc nao vai aparecer na tv”. Cadê a educação? O espirito de confraternização.

    4. Por fim. Minha sugestão quanto ao kit/cartilha é apenas uma entre varias políticas. Educação nao vai por osmose: se quisermos uma cultura de running atrelado a esse crescimento da modalidade, nao apenas na Sao Silvestre, temos que começar um processo de “evangelização”, ao invés de apenas jogar tudo pro alto e abandonar. As organizadoras, nao apenas a Yescom, devem se mobilizar, formulando cartilhas didáticas e simples acesso; a imprensa especializada deve se ater mais a esse tempo, e nao apenas a contrarelogio, mas todas do segmento; a imprensa nao especializada, envolvidas no evento, como Globo (sempre demonizada), Gazeta, Band, que tem patrocínio em provas, devem Incluir no seu espaço nao apenas historias de corredores, dicas do percurso ou de hidratação e nutrição (mal feitas e sem base, diga-se de passagem), mas esse comportamento, ao invés de ficarem deslumbrados com a “lava humana”. E, last but not least, nós mesmos temos que agir, nao deixando pessoal pular grade, entrar em curral que não é o seu, expulsando quem assim age. Criticamos isso, mas somos os primeiros agir dessa forma quando nos convém. Isso é um processo cultural, que tende a se desenvolver. Difícil? Sim. Mas se queremos desenvolver de forma saudável, temos que fazer algo.

    5. Um ultimo adendo: criticamos muito a Yescom, demonizamos, embora ela peça pra isso, mas cabe lembrar que os currais da prova da Corpóre nao são respeitados, com gente com carrinho de bebe largando numa samsung, na G4 do Rio, estava com Savazoni aquecendo, e quando voltamos pra nossa baia (elite B), ela tinha sido invadida. E quando inquirimos a um dos responsáveis, a resposta foi “aqui no Rio é impossível, eles nunca respeitam”, virou de lado e continuou a rir e conversar. Desrespeito dos corredores, sim. Mas desrespeito tb da organização a aceitar passivamente essa invasão. Isso foi publicado e na semana seguinte, na G4 de SP, as baias tinha seguranças do staff, controlando energicamente. E olha que adoro a G4.

  19. Véi, na boa, reclamar da SS? Tem nego que faz maratona sub-3 e que vai vestido de índia-potira, imagina!

  20. O Nelton já explicou (muito bem) acima, mas essa história de “cartilha” é piada, né? Hoje em dia muita gente nem lê regulamento e fica choramingando por algo que já estava previsto desde o início.

  21. Para organizar melhor cada um que se inscrevesse deveria comprovar seu tempo em provas. Aqueles que vão só pra aparecer na TV ou os que vão em grupos apenas para se divertir ficariam no final do pelotão. Adotar identificação através de pulseiras ou similar e baias de tempo. E aí só entra na baia correspondente ao seu tempo ou a de tempo superior (vai da organização melhorar a fiscalização).
    Agora a questão da educação é complicado. Se até em outras provas há corredores que cortam caminho por cima de gramado, calçada, etc.

  22. Apenas complementando que nunca corri e até o momento não descobri motivos para participar da São Silvestre.

  23. Olá Amigos! Não deixem de ler o artigo do Rodolfo Lucena que foi publicado na Folha de São Paulo intitulado:
    “Pacaembu quase não tem marcas do acidente com cadeirante”
    Neste artigo Rodolfo Lucena conta detalhes da história de vida de Israel Cruz Jackson de Barroso.
    Este é parte do texto: “Israel tinha 41 anos. Perdeu a perna esquerda na adolescência, durante uma brincadeira com a irmã, como ele relatou no blog que mantinha:

    “No dia 15 de outubro de 1985 às 17 h, minha irmã me pediu que a ensinasse a andar de bicicleta. Foi ai que inventei uma brincadeira, corria na bicicleta e minha irmã tinha que sentar na garupa, na terceira vez que corri com muita velocidade, minha irmã puxou a garupa da bicicleta, a manete da bicicleta entrou na minha coxa do lado esquerdo perfurando e atingindo a veia femural. Fui levado para o Hospital Beneficência Portuguesa, os médicos fizeram o possível para salvar a minha vida, passei por quatro cirurgias no final tiveram que amputar a minha perna do lado esquerdo. Aqui me tornei uma pessoa com deficiência.”

    Ele se tornou para-atleta com 22, começando no basquete com cadeira de rodas e depois passando ao atletismo. Ao longo dos últimos anos, vem conquistando resultados expressivos, apesar de lutar contra dificuldades, começando pela qualidade da cadeira de rodas que dirigia, como disse no blog: “Minha cadeira é de ferro, feita com peças de sucata que pesa 17 kg, enquanto as de outros atletas são de alumínio ou de fibra de carbono que pesa 6 kg”. Vencedor da Volta da Pampulha de 2011 (foto Arquivo Pessoal), o atleta sonhava em conquistar uma vaga na próxima edição dos Jogos Paraolímpicos. Israel era casado com Adriana Mendonça da Silva e deixa uma filha de 14 anos e um enteado de 17 anos.” Este é o link com o artigo completo: http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/2013/01/02/pacaembu-quase-nao-tem-marcas-do-acidente-com-cadeirante/

    Este é o link com a foto de Israel: http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br/files/2013/01/02cadeirantefoto.jpg

  24. Acreditar que os corredores nunca vão aprender, que isso é típico da cultura brasileira, que é assim mesmo, é um discurso derrotista, que não acredita no poder de transformação. É um processo, de médio/ longo prazo. Lá fora, onde essa “cultura do running” é sempre valorizada, as baias e a conscientização de como se portar é feita, em alguns lugares, desde os anos 70. E mesmo assim, encontramos, aqui e acolá, relatos de fura filas, desorganização, invasões e etc. E aqui a gente sequer tenta? Já dizemos, organizadores e nós mesmos, que é impossível e que o jeito é sabotar, não correr. E ficamos de fora, criticando, sem ressaltar os pontos positivos e negativos ali, in loco, para dar um feedback que vá além do puro “um amigo meu contou que…”.

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    Nelton, faço de suas palavras as minhas, muito bem escrito. Olhe, concordamos pela segunda vez hoje, rs.

    Abraço
    André

  25. Carlos: a ideia da Cartilha foi apenas uma ideia, uma tentativa de apresentar uma solução, sem criticar pelo simples hobby (comum entre nos corredores) de criticar. E ela seria apenas um instrumento de vários que temos que fazer. Ou então podemos sentar aqui e acreditar que nada vai mudar, chorando que somos “menos evoluidos” que os americanos. rs

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    Acho a ideia da cartilha interessante. Como escrevi, num curto prazo, acho uma missão árdua, mas é uma tentativa e conseguiremos, com outras ideias colocadas em prática, dar passos sempre para frente, como deve ser a corrida.

    Abraço
    André

  26. Claro que resolve colocar grades altas e seguranças, basta vontade. Na Tribuna FM 10K, as ruas de acesso à avenida da largada servem de corredor de acesso ao curral, e na entrada da baia, sempre têm seguranças que controlam bem. É claro que não conseguem filtrar 100%, mas isso limita muito esse povo sem noção. E se o cara da placa de Cerquilho estiver com o número e pulseira errada, ele vai ter que sair lá atrás, porque maior que a tradição deles, é a tradição da prova, que pouco a pouco morre.

    ———————–

    Sim, Felipe, nenhum sistema é 100% garantido, vi gente pulando a grade na Tribuna e a Animal chamando o segurança e entregando. Ri muito na hora e ela fez o que todos devemos fazer. É um primeiro passo, temos de buscar soluções.

    Abraço
    André

  27. Concordamos 2 vezes hj… preocupante.

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    Ainda bem que o mundo era para ter acabado no ano passado…

  28. Na Tribuna, eu estava como aquela categoria VIP, e quis, por conta de um amigo, ir para trás, no pelotão geral. Não deixaram. Na hora fiquei chateado, mas depois, admito, fiquei bem admirado.

  29. Nelton, entendi perfeitamente a sua colocação inicial, e estou de acordo. Aliás, na CR de abril, tive um relato publicado, da participação na Maratona de Caracas, onde coloco essa crítica sobre a “parte dos participantes”. Na prática, colocar a cartilha, a curto prazo, vai se limitar a um paliativo pra tirar o peso da consciência de uma organização. Como escrevi anteriormente, muita gente sequer lê o regulamento básico. O que dirão de recomendações complementares? Tem que haver um estágio anterior, se não, é mero desperdício de papel. Em 1998, na ocasião da primeira participação numa Copa do Mundo, o mundo ficou maravilhado com os torcedores do Japão, que sempre limpavam todo o lixo antes de deixar os estádios franceses. Isso é coisa de “personalidade” japonesa? Nada disso. Quase ninguem fala, mas o Japão também teve seu momento histórico de jogar lixo no chão ou deixar lixo nas montanhas. Surgiu uma forte campanha no ano de 1972 (que posteriormente virou lei) na região de Oze (que envolve três provincías incluindo Fukushima) para que cada um leve seu lixo embora, nas montanhas (montanha é a “praia” dos japoneses), mudando o comportamento dos japoneses, transformando isso em cultura. Há apenas 40 anos. Não há sentido nenhum em dizer que “somos menos evoluídos que os americanos”, mas há de se admitir que em vários aspectos ligados a educação, cultura, disciplina, política, manifestação popular, etc, estamos sim abaixo de americanos, europeus, japoneses, as novas potências e até mesmo dos argentinos (claro que temos outros pontos, sem considerar “alegria” aqui, que não devemos a ninguem). Pelo menos eu tiro o chapéu para as provas de médio porte dos Estados Unidos, em que não há nenhum “vigia” no guarda-volumes. Terminamos a prova, vamos para o guarda-volumes, cada um pega a sua mochila que está no local correto da numeração, e vai embora. Imagine se uma organização faz isso no Brasil, confiando nos corredores, espectadores e “intrusos” da prova?

  30. Enquanto a organização insistir que a São Silvestre é uma festa, vou optando por ficar em casa com a minha família…

  31. E até festa pra ser boa tem que ser bem organizada!

  32. SS é uma corrida de um pelotão de elite e + de 20K coadjuvantes (boa parte) fantasiados, formatado para espetáculo quase carnavalesco na TV. Por que a Globo teria motivos para alterar este formato?

    Mesmo com todos os problemas corretamente apontados, ano a ano cresce o número de inscritos (e o preço da inscrição). Por que a organizadora teria motivos para alterar qualquer coisa?

    E para piorar (e evitar a concorrência, o que talvez poderia mudar este quadro) nem o nome do Santo pode ser usado por outras provas similares:
    http://webrun.uol.com.br/corridasderua/n/fundacao-casper-libero-coibe-utilizacao-de-nome-sao-silvestre/14350

    Será que o idealizador da prova poderia imaginar no que a mesma iria se transformar?

  33. Vamos lá, feliz ano novo a todos. Concordo com muita coisa que já foi escrita, e fico preocupado o Nelton concordando com o André tantas vezes num único dia. Até isso a (des)organização da SS conseguiu.
    Alguns pitacos aleatórios:

    – O exemplo da 10K da Tribuna. É um exemplo de que basta querer. É uma festa, mas é também a 10k mais rápida do Brasil, e não só na Elite. Não é perfeita, mas é muito melhor que a SS e tem muita gente também.
    – Me preocupa a organização da SS ter a meta de 30 mil inscritos para 2013. E vão continuar com esta largada? E os estreitamentos do percurso? E a hidratação? Querer ser grande gera ônus que a organização tem que aceitar carregar.
    – A educação do povo não vai melhorar se nada for feito neste sentido. Como já foi dito, a cartilha é um começo, mas tem que martelar a informação mesmo, em cartilha, na TV, no site, pelo correio, na entrega do kit. E não só na SS, em todas as provas. Isso podia ser feito pelas organizadoras, pela ATC, pelas Federações ou por todo mundo junto. No exterior isso é feito, e o André vai ver isso na Disney, tenho certeza.
    – Não tem patrocínio dos Correios? Se a inscrição acaba tanto tempo antes, não dá para enviar informações da prova para a casa das pessoas? Se a SS quer ser uma grande corrida do mundo, que comece a fazer o que fazem outras grandes corridas do mundo.
    – Eu sei que na Corpore não é perfeito, mas o sistema de baias já melhorou bastante de 2011 para 2012 na maioria das provas. Em algumas corridas com muitos pipocas é bem mais difícil e na do Centro Histórico o desrespeito foi enorme justamente por isso. Mas a Corpore está tentando e isso já é alguma coisa.
    – Sobre os pipocas, entendo os protestos e tal, mas isso tem que ser coibido. Em várias provas no exterior, quem está sem número é simplesmente retirado da prova, quase sempre nos postos de hidratação. Eu sei que na SS seria muito difícil fazer isso pela quantidade (mais pipocas na SS que em muitas provas por aí), mas já inibiria muito se fossem usados gradis altos (2,5m) como são utilizados em algumas provas no exterior (o Sergio citou Paris, eu vi em Amsterdam, certamente há outras).
    – A minha impressão é que a organização não se preocupa com os pipocas e já coloca na conta da inscrição, da hidratação e da festa, pois ajuda a encher a Paulista na largada, já que sempre tem menos gente que o número de inscritos divulgado.
    – Utilizar números coloridos para identificar ondas/baias e seguranças para controlar a entrada, e ter as divisões dimensionadas para isso. É antipático sim, mas tem que ser feito. Não funcionou na G4SP? Tenho certeza que funcionaria no RJ também, mas tem que querer.
    – Acho que por muitos destes motivos a prova não consegue ser abraçada por uma patrocinadora realmente forte, como uma marca de artigos esportivos. Quem vai querer associar sua marca a todos esses problemas e não poder mudar as coisas? Será que a marca vai poder aparecer na TV para dar o retorno? Porque as grandes corridas do mundo, tem sempre uma marca forte e a SS não?

    A organização é bastante complexa, não é só a Yescom. Tem a Fundação, a CET, a Prefeitura, a Globo, a CBAt, etc. Entendo tudo isso, e realmente os corredores tem sua parcela de culpa, mas vejo o problema como um todo. E para resolver, só se todos estiverem dispostos. Tenho certeza que os que estão debatendo aqui estão. E o resto?
    Abraços e boas corridas!

  34. ANDRÉ, A FESTA DE VCS É UMA FESTA DE MAL GOSTO, AONDE SE PAGA CARO E NÃO SE PEGA NEM UMA COXA DE FRANGO, NUNCA PENSEI QUE FOSSE TÃO DESORGANIZADA, OS PONTOS DE ÁGUA ERÃO RIIIIDÍIIICULOS, A ANIMAÇÃO ERA MÍNIIIIMA, O PERCURSO FEIO AO EXTREMOOOOOO. PARA UMA CORRIDA INTERNACIONAL VCS ESTÃO A ANOOOOOS LUZZZZZ DE ALGO ACEITÁVEL. CONTINUANDO ASSIM NÃO VOLTO NUNCA. UMA EXPERIÊNCIA DESCARTÁVEL. SERVIU PARA VALORIZAR MAIS A NOSSA CORRIDA CIDADE DE ARACAJU!!!!!LAMENTÁVEL

  35. A ultima prova q participei foi a Maratona de Florianópolis 2012. Gastei com inscrição, aproximadamente R$1,80 por Km.
    Se eu tivesse corrido a SS 2012, teria gasto R$ 8,00 por km. Como veem, é uma diferença significativa. Pra quê? Pra ter “esse” tratamento?. Como ja disse em outras oportunidades, SS pra mim, nunca mais (a menso que as coisas mudem da água por vinho, coisa q nao acredito).

    abraços
    @marcoprimeiro

  36. Alex Sant’Anna escreveu: “– A minha impressão é que a organização não se preocupa com os pipocas e já coloca na conta da inscrição, da hidratação e da festa, pois ajuda a encher a Paulista na largada, já que sempre tem menos gente que o número de inscritos divulgado.”

    É bem por aí mesmo. As organizadoras, teoricamente devem montar uma estrutura capaz de suportar 10% a mais de participantes do que o número de inscrições, repassando este custo a quem paga. Nem todas as provas fazem isso, e outras elevam o preço de forma injustificada. Porém, quem corre de pipoca acaba legitimando esta postura de aumentar o preço, por parte das organizadoras. Logo, essa história de “sou pipoca mas não pego água” se torna hipocrisia. Em várias provas que participo, e que conheço o organizador, estou pagando sim, R$ 3 ou 4 a mais, no lugar dos pipocas.

    ————————————-

    Muito bem lembrado, Hideaki.

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