Subidas não são problema. Mas descidas… Ainda mais em tobogã

O final de semana foi perfeito para a segunda etapa da Copa Paulista de Montanhas, em Boiçucanga (São Sebastião), neste domingo (26). Famílias e amigos reunidos, belo visual, calor para aproveitar a praia, organização correta, muita animação… Outro fator interessante é que em qualquer rodinha de bate-papo havia pelo menos um estreante nas montanhas. No mínimo. O que comprova o crescimento da procura por esse tipo de provas. O percurso foi caprichado. Na largada e na chegada, 800 m de areia fofa, trecho dentro de rio com água na cintura, mais duas travessias de água, uma subida daquelas… Nenhuma trilha fechada, desta vez. Até aí, perfeito. Quem vai para as provas de montanha quer isso mesmo. Porém, o grande obstáculo foi mesmo a descida do oleoduto. Ou melhor, o tobogã.

Foi um belo aprendizado. Nunca tinha vivenciado uma situação como essa. Fui bem até ver a descida. Ali, travei. Não sabia como fazer. Escorregava no mato alto, úmido pela garoa da madrugada. Segurei ao máximo. Perdi o ritmo. Tinha uma canaleta de concreto, estreita, mas com o tênis de trilha, não parava em pé. Para ter uma ideia, dois corredores que estavam próximos abriram ao menos dois minutos de mim no tempo final. Faltavam só uns três quilômetros e foi a descida que fez toda essa diferença.

Conversando com o especialista em montanhas José Virgínio de Morais após a prova, a constatação. “Eu tinha avisado sobre o tobogã”, afirmou, rindo. É verdade. Tinha mesmo. Aí que entra a técnica, a preparação específica, o treinamento. Na verdade, numa descida como essas, o melhor é não pensar. Descer o mais rápido que puder, dando uma “travada” nas lombadas que havia no trecho. A inclinação era enorme. Eu pensei demais. Lembrei de Boston, da preparação para a maratona… fui “pianinho”, na boa, correndo, mas com o pé no freio para não cair nem ter risco de me machucar. Valeu pela experiência. Na próxima, já sei como me comportar. Com segurança, mas pé embaixo.

Terminei a prova em 1:07:25, 20º no geral e 5º na faixa etária 35-39 anos (veja na foto a cara de cansado com o sprint na areia fofa). E, aí, outra constatação. Com a maior procura pelas provas de montanha, cresce também o nível técnico. O percurso foi idêntico ao de 2011. As condições climáticas também. Com essa marca, eu teria sido 11º e 3º no ano passado. Fábio Galvão Borges, da Corridas de Montanha e organizador da Copa Paulista, confirmou essa percepção e disse ainda que na comparação com as primeiras edições, por exemplo, a diferença é ainda maior. “Com esse tempo você deve ter corrido em quase toda a totalidade do percurso. Estou correto?”, questionou Fábio. É verdade. Andei mesmo só em parte da grande subida. No resto, corri. Claro que o ritmo oscilou, dependendo das dificuldades. Inclusive dentro do rio, trotei.

A vantagem de terminar na praia foi que, ao chegar, hidratação e um belo mergulho com a criançada. Isso sim não tem preço. Que venha Paranapiacaba, em março. Mais informações e resultados completos no site da Corridas de Montanha.

Fotos: Corridas de Montanha (no alto e abaixo) e Thiago Nascimento, da Extreme Tours (chegada).

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