A estreia foi em Porto Alegre, em 2006. Agora, dez anos depois e com muita história para contar e uma relação com a corrida mais do que extensa, Sergio Rocha, do canal Corrida no Ar do YouTube, estará de volta à capital gaúcha no dia 12 de junho. Com o número 10 no peito, um presente da organização, comemora a volta aos 42 km depois de três anos de ausência para “acordar o corpo” e traça planos para 2017.

Escrever sobre um amigo é sempre complicado. Ainda mais alguém tão presente no dia a dia com o Sergio Rocha. É difícil fazer comparações, mas diria que ele é uma das pessoas que conheço que mais vive a corrida em toda a sua essência. Sempre foi assim. Vestir a camisa é com ele mesmo. Do trabalho, dos amigos, da corrida. Está sempre pronto a ajudar. Se você acha os 42.195 m uma distância longa, saiba que o coração o Sergio é ainda maior.

O interessante é que foi o coração que o levou às corridas. Tudo começou em 1998. “O início é o básico. A história que se repete. Com muitos casos de problemas cardíacos na família materna, eu tinha 50% de chance de desenvolvê-los. Assim, partir para a corrida para me cuidar e emagrecer”, conta. E não parou mais. No início, apenas corria. Virou treinamento em 2003, quando decidiu fazer a primeira meia-maratona. Três anos depois, em 2006, a estreia em Porto Alegre.

“Escolhi a prova pelo que todos destacam. Clima ameno, geralmente frio, e percurso plano. Lembro muito da largada e da chegada. Fui sem pressão, achava que ainda não tinha o lastro suficiente para os 42 km. Tanto que larguei para o final, queria ser um dos últimos a passar pelo pórtico. E fui em frente. Antes da viagem, um amigo aqui de Jundiaí tinha comentado sobre a passagem do km 30 e para ter pensamentos positivos. Foi o que fiz. Pensava no meu pai, na minha mãe, em uma avó que tinha morrido recentemente… ia dedicando cada quilômetro para eles.”

Sergio lembra que ao passar pela chegada, sentou-se em uma cadeira oferecida pelo staff. Imaginou que iria chorar. Mas, ao lado, dois corredores contavam piadas. Ou seja, risos e nada de lágrimas. Estava sozinho. “Ainda não conhecia muita gente nesse mundo das corridas”, afirma. Aqui, um parênteses. Isso mudou completamente em dez anos pois, hoje, Sergio é uma das pessoas mais conhecidas nesse ambiente. Mas voltando à história, ao ir caminhando embora, encontrou amigo do trabalho, ganhou um abraço apertado com parabéns e, então, chorou.

Agora, vive a expectativa do retorno às maratonas. E, como na estreia, sem pressão. Quer “acordar” o corpo para os 42 km, planejando o segundo semestre e, principalmente, o ano de 2017. E nada melhor do que voltar para onde tudo começou e por onde já correu quatro vezes, em Porto Alegre. Sim, será a quinta participação dele na prova gaúcha. “Voltei a treinar sério neste ano. Tenho uma ligação muito grande com a cidade, desde o início. Fiz inúmeros amigos, que aumentam cada vez mais. Recentemente fiz um treinão com a galera da região e foi ótimo. Tanto que acabou sendo a semente para o lançamento do movimento Viva Maratona de Poa, o que foi muito legal”, diz Sergio.

O objetivo, ele explica, é correr tranquilo, sem expectativa de tempo. “Meu treinador, Wanderlei Oliveira, passou um ritmo, claro, mas vou largar sem uma meta específica. Quero voltar a correr uma maratona, fazer os 42.195 m. Relembrar”, afirma Sergio. Depois, no segundo semestre, a situação vai mudando. Sabe que correrá a Maratona do Porto, em Portugal, no mês de novembro (veja os detalhes no no canal Corrida no Ar do YouTube, do Sergio, que estreitou ainda mais essa relação com a corrida, tanto pessoal quanto profissional). Quem quiser bater um papo com ele, a partir de 10 de junho estará em Porto Alegre.

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