• Home
  • »
  • Sem categoria
  • »
  • Rumo a Boston: os aprendizados e a especificidade do treino da maratona

Rumo a Boston: os aprendizados e a especificidade do treino da maratona

No texto anterior nessa série Rumo a Boston escrevi sobre como a vivência do treinamento da maratona pode (e deve) ser importante para a vida profissional. Porém, esse aprendizado também tem reflexo muito grande na prática esportiva, principalmente pela especificidade da corrida. Ou seja, se você está focando os 42 km, correr é o melhor a fazer! Parece simples, mas é preciso refletir para compreender bem esse significado.

0-2015318121607Um ponto que a Educação Física trata é como o atletismo (ao lado da ginástica) deveria ser ensinado nas escolas, nos ensinos infantil e fundamental. Não é formar atletas nem especializar as crianças, longe disso, mas trabalhar os movimentos que serão a base tanto para outras modalidades como para um desenvolvimento cognitivo, psicomotor e afetivo-social.

Veja a explicação: no atletismo estão presentes todos os movimentos básicos. Correr, saltar, pular, arremessar… inclui-se ainda equilíbrio, mudança de direção, controle de ritmo… poderíamos passar horas falando sobre o tema. Agora, transfira isso para a corrida de rua e, no nosso tema aqui no blog, para a maratona. A especificidade é determinante.

Quase todo mundo que partiu para os 42 km já leu ou recebeu a orientação do treinador: testar a roupa, o calçado, a hidratação, a alimentação para o dia da prova. Quando? Principalmente nos treinos longos. Não estrear nada novo no dia da corrida, não quebrar essa rotina. Resumindo: não inventar. O treinamento é igual.

Você pode treinar para uma maratona na esteira? Claro que pode. Há muita gente que faz isso. Porém, se vai competir na esteira? Não. Há influência do vento, das curvas, de buracos na pista, da chuva, do sol na esteira? Há necessidade de desviar de outros corredores, de mudar de direção para se hidratar, de frear para não atropelar aquele… que entrou na sua frente no posto de água ou saiu dele para o lado sem olhar?

Outro ponto fundamental, use o GPS (é uma ótima ferramenta e ajuda bastante), mas não fique escravo dele. Saber controlar o ritmo, saber como está correndo sem precisar de uma referência mecânica, ter o controle pelo cronômetro, ir se ajustando pelas placas da prova (de 5 em 5 km, por exemplo, é o que faço nas maratonas, pelo tempo) fazem parte desse aprendizado. Até porque o GPS está longe de ser preciso. Hoje corri com a Mari, 10 km de ritmo dela. Lado a lado, mesmo percurso, houve uma diferença de 500 m entre os dois GPSs! Da mesma marca, mas modelos diferentes (o meu mais antigo, o dela, mais moderno).

Por isso, em conversas com corredores, sempre que surge o tema dos 42 km, não tenho dúvida alguma em falar que completar a prova é muito “fácil”, algo acessível para a maioria, nem que seja caminhando, agora, correr uma maratona, isso, sim, muda tudo. Pois envolvem uma série de fatores desde o primeiro dia de treinamento até o passo final para cruzar o tapete de chegada. Nesse meio tempo, temos a experiência, o aprendizado e a especificidade como pontos primordiais, dentro de um longo planejamento. Estou no final dele. Faltam 25 dias para Boston. Mais esta semana e a próxima. Depois, hora de descansar as pernas e chegar 100% no dia 18 de abril.

ASSINE NOSSA NEWSLETTER

É GRATUITO, RECEBA NOVIDADES DIRETAMENTE NO SEU E-MAIL.