Rumo a Boston: análise sobre mais uma maratona no Brasil e em São Paulo

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Crédito da foto: Asics/Roosevelt Cássio/Boliche Filmes e Fotos

O impacto foi positivo. Com exceção dos problemas no site oficial devido ao grande acesso (o que deveria ter sido previsto antecipadamente), a “chegada” da São Paulo City Marathon, a prova de 42 km da Asics, foi recebida de braços abertos. Porém, não podemos analisar alguns fatos e comparar dentro dessa série do Blog, intitulada Rumo a Boston, que trata não apenas da centenária corrida dos Estados Unidos como também dos eventos ao longo do mundo. Há prós e contras? Com certeza.

Vamos pensar mundialmente. Quando você fala da Maratona de Nova York, o que lhe vem à cabeça? E a de Buenos Aires? E a de Berlim? E a de Chicago? E de Barcelona, Roma, Madrid, Viena, Tóquio, Londres, Paris, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Santiago… Em uma única prova, correto? Ninguém responde, mas qual? Qual Maratona de Pari? Qual de Boston? Qual de Nova York? Pelo menos, eu penso assim e acredito que a maioria também. Mesmo que em alguns locais até existam provas menores de 42 km, como em Nova York e Paris. Mas são “complementos”. A partir desse ponto, caberia duas grandes maratonas nesses locais citados? Não dividiria as atenções, o público? Então, por que duas em São Paulo?

Veja, não estou nem comparando organizações ou percursos no caso de São Paulo. Se a Yescom/Globo é melhor que a Iguana/Asics. Nesse Fla-Flu sem conteúdo. Apenas pensando em provas de 42 km. Já não temos maratonas suficientes no Brasil e maratonistas de menos? Um novo evento fará aumentar o número de pessoas treinando e correndo maratonas ou irá apenas dividir os corredores mais um pouco? Quem iria para Porto Alegre desiste para ir para a City Marathon? Quem faria São Paulo agora em abril adia a prova para julho? Quem ficou sem inscrição no Rio neste ano ganha uma opção? São questões sem uma resposta definida, mas que precisam ser colocadas na mesa.

Um grande prova, quando surge, isso em todo lugar do mundo, pensa também nos turistas e nos pontos turísticos. Se bem que São Paulo, pelo número de corredores, já seria suficiente para um volume grande nos 21 km (como sempre ocorreu nas etapas da Golden Four). Agora, largando no Pacaembu e terminando no Jockey, por mais que a organização monte um esquema, deixa o evento um pouco mais trabalhoso. Exemplo: as largadas serão às 6h. Para deixar o carro na chegada e voltar para a largada, será preciso estar por lá ao redor de 4h. Se for o contrário, correr até o final e voltar, terá a espera dos horários do sistema de transporte. Quem é de São Paulo, se vira. Quem é de fora, terá de se planejar muito bem.

Quanto ao percurso, passando pelo Minhocão, subindo e descendo a Brigadeiro, cruzando viadutos, não é o exemplo de prova rápida, como sempre defendeu a Asics nesses cinco anos (inclusive, deixou os 21 km em São Paulo bem mais complicados), mas isso é uma questão de escolha. Nesse ponto, o trajeto está definido. Não gosta de subida, não vai. Só corre prova plana, fica em casa. Não há o que comentar. Poderia ser diferente? Sempre pode. Você deixa de sonhar com Nova York por que tem muita subida? Claro que não. Agora, as negociações com secretarias de trânsito, ainda mais no Brasil (em nenhum lugar é fácil), sempre são “suadas”.

Para terminar, voltando ao início desse texto, o que também têm em comum todas as provas que eu citei acima? A tradição. E o que faz parte da tradição? A data. Você sabe, com variação de um final de semana ou alguma exceção, o mês e a data aproximada da realização da maratona. Assim, pode se programar. Nova York, no primeiro domingo de novembro. Boston, na terceira segunda-feria de abril. Berlim, no último domingo de setembro. Barcelona, no segundo final de semana de março. E por aí vai. A data da São Paulo City Marathon, no último domingo de julho, é tradicionalmente (pelo menos nos últimos anos) da Maratona do Rio. Que neste ano mudou por causa da Olimpíada. Assim, teremos duas provas no mesmo dia em 2017? Tudo vai mudar de novo? Como se planejar? Mais um tema que não tem uma resposta fechada, mas está na mesa para as opiniões.

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