Neblina, temperatura baixa, percurso praticamente todo plano (somente uma subida por volta do km 19,5), avenidas largas e muitos sorrisos no rosto pela melhora das marcas pessoais. Essas foram as características principais da etapa de Porto Alegre da Golden Four Asics, realizada no dia 30 de junho. Foi a estreia da prova gaúcha nesse circuito de meias-maratonas, que está no terceiro ano. Nas duas primeiras edições, Belo Horizonte recebeu a etapa. As outras três seguem as mesmas: Rio de Janeiro e São Paulo (já realizadas) e Brasília (no dia 3 de novembro).
No total, foram 1.437 inscritos e 1.146 concluintes na capital gaúcha. A Expo de entrega dos kits foi realizada na véspera em um salão da Sogipa, em espaço que agradou aos corredores. O novo formado das palestras, mais curtas e diretas, também recebeu elogios. No dia da corrida, a largada foi atrasada em 20 minutos até o nascer do sol devido à escuridão e à forte neblina – todo o trecho percorrido na beira do Rio Guaiba, do Jockey Club até parte do Gasômetro, está em obras para a Copa do Mundo de 2014 e, por isso, não há iluminação pública ainda em uma parte longa.
A intenção da Asics com o circuito é propiciar a quebra de recordes pessoais. O próprio slogan da competição defende isso: "Seu tempo diz quem você é". Ou seja, trata-se de uma meia-maratona para performance. Em Porto Alegre, não somente os amadores baixaram os tempos. A elite também "voou". Wellington Bezerra da Silva completou os 21 km em 1:04:09, o resultado mais rápido registrado nas dez etapas da Golden Four já realizadas. O desempenho supera o do queniano Paul Koech Kimutai, que em 2012 completou o percurso do Rio de Janeiro em 1:04:35. No feminino, vitória de Adriana Cristina da Luz, a Mirim, com 1:16:36.
TAMBÉM EM 2014. O sucesso desta primeira edição de Porto Alegre já garantiu a presença da etapa gaúcha no circuito do ano que vem. "Ficamos muito felizes com a nossa estreia por aqui. A prova superou todas as expectativas", diz Andrea Longhi, gerente sênior de marketing da Asics. "Para o próximo ano, pretendemos crescer o potencial para que a etapa de Porto Alegre se torne maior e ainda mais rápida." Uma das sugestões dos treinadores gaúchos é inverter o percurso, o que deixaria a única subida por volta do km 5 e não mais no km 19,5.
Entre os amadores, o mais rápido foi João Bosco Bazolli Marçal, parceiro de equipe e namorado de Adriana, com 1:13:26. Com 22 anos, já foi quinto no ranking brasileiro de ciclismo júnior, mas um acidente, que lhe rendeu 11 parafusos e duas placas no braço, o afastou do esporte. "Decidi começar a correr para não perder o condicionamento e acabei gostando. A torcida e o calor humano da corrida me fascinam", diz Marçal, estudante de Educação Física e que pretende se tornar profissional dentro de dois anos.
A primeira mulher a receber a medalha top 20, dourada e que premia as corredoras amadoras (o top 100 ficou exclusivo para o masculino neste ano), foi Daiane Pedroso Moreira, com 1:23:53. "Conquistei meu melhor tempo. Foi fruto de muito treinamento, mas posso dizer que os relógios de marcação de tempo durante a prova me ajudaram a pensar em uma estratégia mais efetiva para ter um resultado melhor", afirma Daiane.
Mesmo sendo uma prova com o slogan de performance, a Golden Four marca também a estreia de muitos corredores nos 21 km. E em Porto Alegre não foi diferente. "Minha participação teve como início o sonho de fazer uma prova de 21 km que tivesse uma boa organização. Essa motivação aumentou ainda mais quando a revista lançou o Desafio Asics-CR 21k, e me coloquei a meta de ser sub 1h50. Comecei o treino mais focado para a distância há praticamente quatro meses", disse Luciano Martins, de Porto Alegre.
"A Expo e a prova me surpreenderam positivamente. A feira proporcionou conhecer os produtos da marca e realizar teste de pisada, além de conseguir assistir a ótimas palestras e dicas. A prova para mim foi sensacional. O clima estava ameno e carregado de uma neblina que fez a organização atrasar a largada em 20 minutos para zelar pela segurança dos corredores. Por ser minha primeira meia e não conhecer meus limites, optei por ser mais conservador. O trajeto era conhecido, praticamente plano, apresentando subida somente no trecho final. Concluí em 1:45:33 e o melhor, além de ter feito esse tempo, foi superar o Desafio da revista Contra-Relógio", completou Martins.
A etapa de Brasília da Golden Four, no dia 3 de novembro, está com inscrições abertas pelo site oficial, o www.asics.com.br/golden4asics. Os assinantes da CR têm 10% de desconto.
Masculino
1 Wellington Bezerra Silva 1:04:09
2 Kiprop Mutai (Quênia) 1:05:10
3 Rafael Santos de Novais 1:05:11
4 Paulo Cezar de Jesus 1:06:40
5 Rodinei da Silva Medeiros 1:06:13
Feminino
1 Adriana Cristina da Luz 1:16:36
2 Larissa Marcelle Moreira 1:17:27
3 Michele Cristina Chagas 1:19:08
4 Ingrith Nascimento 1:21:38
5 Rosa Jussara Barbosa 1:21