Mais uma vez se confirmou a hegemonia dos africanos na Corrida Internacional de São Silvestre, que aconteceu neste domingo, 31 de dezembro. Os campeões da 98ª edição foram os quenianos Timothy Kiplagat e Catherine Reline.
O domingo amanheceu sem chuva e com temperaturas amenas. Às 7h40, na largada da Elite Feminina estava 19o e umidade em 75%, com vento em 13km/h. Um pouco mais tarde, às 8h05, quando largou o pelotão Masculino da Elite, os termômetros já registravam 22o. O clima agradável parece ter contribuído para os feitos dos quenianos. que demonstraram rápida adaptação ao nosso país e não tiveram dificuldades com as condições locais.
Catherine Reline sagrou-se bicampeã da prova, repetindo o feito do ano passado. Ela venceu os 15 km da mais tradicional corrida do país em 49:54. A jovem, de apenas 21 anos, novamente sobrou nas ruas de São Paulo. Largou bem, manteve um bom ritmo e foi seguida de perto pelas concorrentes, até o sétimo quilômetro, depois, passou a buscar a liderança e quando se viu liderando, não diminuiu o ritmo, ditando boas passadas do começo ao fim. Ela cruzou a linha de chegada na Avenida Paulista com quase 2 minutos de diferença para a segunda colocada, a compatriota Sheila Chelangat, que chegou com 51:35. O pódio feminino foi formado apenas por estrangeiras. Confira abaixo os resultados.
“Estou muito feliz em conquistar o primeiro lugar em mais uma São Silvestre. Acho que foi uma boa prova. Me senti mais tranquila do que o ano passado. Talvez por eu já conhecer o percurso. Mantive um ritmo forte, administrei a boa vantagem que construí no trajeto, contei com o apoio das pessoas nas ruas e, felizmente venci novamente. Estou bem contente por mais esta conquista”, declarou a bicampeã.
O pódio masculino também foi totalmente estrangeiro. O queniano Timothy Kiplagat Ronoh, estreante na São Silvestre, mostrou a que veio e cumpriu o que “prometeu” dois dias antes na coletiva da prova, quando disse que estava em São Paulo para vencer. Ele cruzou a linha de chegada na Avenida Paulista com 44:52.
Timothy Kiplagat começou abrir após passar pelo estádio do Pacaembu e não foi ameaçado em nenhum momento.
“Estou bem feliz com a vitória. Vim bem preparado e confiante para buscar o primeiro lugar. Foi muito importante esse resultado. A prova foi uma preparação para a Maratona de Tóquio, que farei em março de 2024. Senti que estou bem preparado para meu próximo desafio. Todos saíram juntos, mas nos primeiros quilômetros eu tive a chance de abrir distância e foi o que fiz. Sabia que viriam trechos de subidas, então resolvi acelerar e administrar nas partes mais planas, para ter uma margem de segurança na subida. Estou feliz com o resultado na minha estreia”, contou o campeão.
Brasil garante a 6ª posição
Já os brasileiros, que entraram confiantes na disputa, não tiveram chances contra a força africana. Os melhores atletas nacionais completaram a 98ª edição da prova na sexta colocação, tanto no masculino, como no feminino. Johnatas de Oliveira Cruz foi o melhor brasileiro entre os homens, com 46:33, e Felismina Cavela, angola naturalizada brasileira e que mora há 12 anos no Brasil, foi a melhor entre as mulheres com 55:04.
O mineiro natural de São Pedro dos Ferros, Johnatas Oliveira relatou os desafios da corrida.“Para mim a maior dificuldade sempre é a subida da Brigadeiro, depois que passamos fortes nos três primeiros quilômetros, fomos sentindo mais o exigente percurso. O trajeto exige um treino direcionado que mescla velocidade nas descidas, e um treinamento de força na subida.Quem consegue subir bem, é que tem as melhores chances,acho que fiz um bom trabalho e atingi meu objetivo de ser o melhor brasileiro na prova”,contou o ex-gari.
Felismina Cavela, que vive há 12 anos no Brasil, também falou sobre os desafios da disputa. “Foi uma corrida muito difícil, um percurso bem pesado. Mas estou muito feliz com o resultado, porque é minha estreia na São Silvestre. Tenho que agradecer por todas oportunidades que o Brasil tem me proporcionado, adotei esta pátria como minha casa. Estou há 12 anos aqui, meu filho é brasileiro e estou orgulhosa de representar este país. Sou uma cidadã brasileira, e estou feliz em ser a melhor atleta do Brasil, ainda mais por ser minha primeira vez”, comemorou a atleta.
Resultados
Feminino
1. Catherine Reline (Quênia) – 49:54s
2. Sheila Chelangat (Quênia) – 51:35s
3. Wude Ayalew Yimer (Etiópia) – 51:46s
4. Jhoselyn Yessica Camargo (Bolívia) – 53:37
5. Viola Jelagat Kosgei (Quênia) – 53:52
6. Felismina Cavela (Brasil) – 55:04 (melhor brasileira)
Masculino
1. Timothy Kiplagat Ronoh (Quênia) – 44:52
2. Emmanuel Bor (Quênia) – 45:28
3. Reuben Poguisho Longoshiwa (Etiópia) – 45:44
4. Josephat Joshua Gisemo (Tanzânia) – 45:50
5. Hector Garibay Flores (Bolívia) – 46:07
6. Johnatas de Oliveira Cruz (Brasil) – 46:33 (melhor brasileiro)