A 99ª Corrida Internacional de São Silvestre, realizada nesta quarta-feira (31/12), encerrou o calendário esportivo de 2024. Mais uma vez, os quenianos confirmaram sua hegemonia, com Agnes Keino (51:25) e Wilson Too (44:21) conquistando a vitória. Porém, depois de ficar fora do pódio na edição do ano passado, o Brasil volta a colocar atletas entre os cinco melhores. Núbia de Oliveira foi a 3ª colocada e melhor brasileira, enquanto Tatiane Raquel da Silva fechou o pódio feminino na quinta posição. Johnatas Cruz ficou na quarta posição.
Os africanos dominam a prova feminina desde 2007, mas Núbia, jovem atleta baiana de apenas 22 anos, deu esperança de quebra desse domínio ao garantir o 3º lugar (53:24) num sprint emocionante na Avenida Paulista com a tanzaniana Anastazia Dolomongo, que ficou em quarto (53:29). Lucélia Peres foi a última atleta brasileira a ocupar o lugar mais alto do pódio na mais famosa corrida nacional, em 2006.
“Dá pra sonhar mais. Hoje a gente mostrou a nossa força, fui terceira, estou muito feliz com o meu resultado. Quero agradecer Jaguarari, Campo Formoso, o povoado do Flamengo, o meu treinador Ferreirinha. Hoje fui terceira colocada, mas podemos acreditar que uma brasileira pode sim ganhar a São Silvestre”, disse Núbia.
Agnes Keino e Cynthia Chemweno abriram logo no início, correndo lado a lado. Passaram juntas pelo km 5. Agnes abriu após o km 7 e correu sozinha até o fim.
A paranaense Tatiane Raquel, atleta olímpica e recordista brasileira dos 3.000 metros com obstáculos, garantiu a quinta posição, com 53:51.
Já a supremacia masculina no pódio da São Silvestre vem desde 2011. O último a vencer foi Marilson dos Santos, em 2010, quando foi tricampeão.
O mineiro Johnatas Cruz, de São Pedro dos Ferros, fechou em 4º lugar (45:32), melhorando sua posição do ano passado, quando foi 6º e melhor brasileiro. Já Fábio de Jesus Correia, que foi quarto e melhor atleta nacional em 2022, ficou na 6ª colocação.
“Eu fiz uma prova mental e fui buscado pouco a pouco, porque não é fácil. Para um corredor de alto rendimento, às vezes a gente treina muito o físico, mas temos que treinar principalmente a cabeça”, disse Johnatas, de 34 anos, que foi frentista e coletor de lixo antes de ser atleta profissional.
Resultados
Feminino
1. Agnes Keino (Quênia) – 51:25
2. Cynthia Chemweno (Quênia) – 52:11
3. Núbia de Oliveira (Brasil) – 53:24
4. Anastazia Dolomongo (Tanzânia) – 53:29
5. Tatiane Raquel da Silva (Brasil) – 53:51
Masculino
1. Wilson Too (Quênia) – 44:21
2, Joseph Panga (Tanzânia) – 44:51
3. Reuben Poghisho (Quênia) – 45:26
4. Johnatas de Oliveira Cruz (Brasil) – 45:32
5. Nicolas Kosgei (Quênia) – 45:41