Imagine uma prova de 10.000 m contando somente com o principais e mais rápidos atletas do Quênia, disputando entre si diretamente duas vagas para a Olimpíada de Londres. Bem, é o que ocorrerá no Pre-Fontaine Classic, no Oregon (EUA), no dia 2 de junho. A Federação Queniana de Atletismo confirmou ontem a seletiva na competição norte-americana.

A ideia inicial era de que as equipes quenianas dos 5.000 m, incluindo a feminina, também fossem definidas no Pre-Fontaine, mas o presidente da Federação, Isaías Kiplagat, confirmou somente os 10.000 m no masculino. Inclusive, o fato da seletiva ser realizada fora do Quênia foi criticada pelo Comissário do Esporte do país, Gordon Oluoch, e por ex-atletas, como Paul Tergat e Moses Tanui.

Porém, além de contar com o apoio do secretário permanente do Ministério do Esporte, James Waweru, o presidente da Federação tem os números a seu favor. “Estamos mirando 11 medalhas de ouro e, para isso, levando o processo de preparação de nossa equipe muito a sério”, afirmou Kiplagat. “Temos a chance  de ganhar os 10.000 m pela primeira vez em 44 anos e, por isso, as pessoas não deveriam nos criticar, mas sim apoiar.”

De acordo com Kiplagat, a definição dos times olímpicos quenianos será muito complicada devido ao grande número de atletas que atendem todas as exigências para brigar por um pódio em Londres. “Na maratona temos 278 homens e 61 mulheres com índice, mas só precisamos de seis. Em todas outras modalidades do atletismo, são 201 pré-classificados e 45 vagas. Vocês podem ver como será difícil essa nossa tarefa de selecionar a equipe.”

Os seis representantes do Quênia na maratona de Londres (três no feminino e três no masculino) serão anunciados por Kiplagat no dia 30 de abril. Nas outras modalidades, a definição virá das seletivas.