Nos anos ímpares a Comrade é "em descida", saindo de Pietermaritzburg (650 m de altitude) e chegando em Durban, ao nível do mar. Mas isso é só forma de expressão, porque o percurso é cheio de subidas e descidas, e o declive no terço final nem dá para notar. Nos anos pares a distância é encurtada para 87 km, no sentido inverso.
Em qualquer situação o que se vê é uma prova festiva, com milhares de espectadores pela estrada, uma perfeita e gigantesca estrutura de apoio aos participantes, mas também um rigor técnico, para deixar claro que não se trata de uma ultra para fazer caminhando, como acontece com várias pelo mundo.
Em primeiro lugar, é necessário ter corrido uma maratona oficial no ano que antecede a Comrades, para poder se inscrever. Depois, na prova, os participantes têm tempos-limite para passar em determinados pontos do percurso, caso contrário são desclassificados. Essa postura visa impedir que corredores se "arrastem" pela parte final da ultramaratona, sem conseguir termin ar. Além disso, a Comrades tem que ser completada até o relógio marcar 11:59:59. Se a pessoa chegar com 12 horas ou mais não recebe a tão sonhada medalha de participação, que são de 5 tipos, a depender do tempo que se completa.
Editor estará lá este ano. A Contra-Relógio já publicou inúmeras matérias sobre a Comrades, através de relatos de assinantes, sempre presentes em pequeno grupo na África do Sul. O editor Tomaz Lourenço, que já tem 24 maratonas nas costas (além de duas de 50 km), sempre sonhou em um dia enfrentar esse desafio, e agora tomou coragem, para comemorar seus 60 anos neste começo de ano.
Na verdade, a idéia surgiu no aeroporto de Curitiba, depois da maratona, quando o editor, ao conversar com a assinante Maria Eugênia Sahagoff, soube que ela iria fazer a Comrades para comemorar seus 60 anos. Logo em seguida, o editor encontrou outro corredor que, coincidentemente, lhe perguntou sobre… a Comrades. Se não bastasse, ao se despedir do assinante uruguaio Gustavo Taran, este lhe falou que pensava um dia correr… a Comrades. Era muita coincidência! E assim veio a decisão naquele dia 26 de novembro.
A revista está montando um grupo informal para os que tiverem interesse em correr a Comrades dia 17 de junho, de forma a facilitar e até tornar a viagem mais econômica. Para tanto, contatamos a Método Turismo, que montou um pacote especial para os leitores da CR, apresentado no destaque.
Quanto à preparação para a Comrades, que se recomenda começar já neste mês, ou no máximo em fevereiro, teremos como referência o treinador "Branca", que já fez a prova (em 1999, no tempo de 7h53) e que todo ano orienta vários corredores para essa ultramaratona. Ele estará fazendo a primeira reunião com os interessados em janeiro. Os leitores animados com o desafio poderão entrar em contato com o técnico Branca, através do celular (11) 9204.1529, no www.brancaesportes.com.br ou pelo e-mail contato@brancaesportes.com.br.
Por outro lado, vale lembrar que o site da prova (www.comrades.com) é muito informativo, inclusive oferecendo planilhas mensais de treinamento, de acordo com o nível de condicionamento do corredor.
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