POR TOMAZ LOURENÇO

Aconteceu neste domingo (27/08) a Maratona de Floripa, com um total de 9.775 finalizando nos 5 km, 21 km e 42 km. Na maratona mesmo foram 2.836, o que representou um aumento de 8,0% sobre os 2.624 do ano passado.

Como outras maratonas brasileiras, a de Floripa também exagerou nos números, divulgando que teria reunido 15 mil participantes e a mídia em geral publicou o informado, sem se dar ao trabalho de uma rápida checagem nas listagens disponíveis, em que aparecem 2.008 na corrida menor, 4.933 na meia e 2.836 na maratona.

O clima ajudou, graças a uma queda expressiva na temperatura no fim de semana, e os maratonistas devem ter conseguido boas marcas, como se poderá ver na próxima atualização do RANKING, que estará publicada aqui no site até o começo da próxima semana. A vitória foi de Adilson Dolberth, de Blumenau, que superou o queniano presente quase na chegada, para repetir seu feito em Floripa 2019. Ele fechou em 2:20:44, seguido de Justin Mogire (2:20:56) e Fabio Ramos (2:24:37).

No feminino também vitória brasileira, com a mineira Jéssica Amanda Pereira, que estabeleceu o novo recorde de Floripa, ao terminar em 2:49:07. Apesar do bom resultado, ela continua no RANKING com sua marca em Porto Alegre (2:47:08). Em segundo lugar, Fabricia Stedille (2:50:01) e depois Marjorie Barcelos (2:52:06).

NÚMEROS EXAGERADOS

Tomando por base três das maiores e mais importantes maratonas, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Floripa, recentemente acontecidas, fica difícil compreender o conflito entre os números de inscritos anunciados pelos organizadores e os dados reais de concluintes, ou seja, aqueles que passaram pela linha de chegada.

Em PoA, foi anunciando um total de 16 mil participantes nas 3 provas, de 7, 21 e 42 km. Mas completaram pouco mais de 10 mil, sendo 4.086 na maratona mesmo, com gente fazendo duas das corridas, portanto um total de corredores menor ainda.

Já no Rio os dados são mais impressionantes e contraditórios, uma vez que a divulgação prévia informava sobre 40 mil inscritos nas 4 distâncias (5, 10 , 21 e 42 km), quando na realidade cruzaram a linha final exatos 30.031 nas corridas de sábado e domingo, sendo 7.210 na maratona. Então, aproximadamente 28 mil corredores lá estiveram, na medida em que centenas participaram de mais de uma prova (5 ou 21 no sábado e 10 ou 42 no domingo), inclusive havendo a competição Desafio Carioca (21+42), com quase 1,5 mil inscritos!

Na Internacional de São Paulo a discrepância não foi tão expressiva, como acontecia anos atrás, sendo importante realçar que o número dos que desistem é inexpressivo nas distâncias menores e mesmo nos 42 km, a não ser que a temperatura fique bem acima do previsto.

Por outro lado, não se pode deixar de considerar que muita gente se inscreve e não aparece nem para pegar o kit, consequência do grande intervalo às vezes entre a inscrição e a prova, em que algum imprevisto (doença, trabalho etc) surgiu ou simplesmente não se conseguiu treinar como desejava.

A SP City acaba sendo a com números mais reais, já que a diferença entre o anunciado e o constatado foi de apenas 1,6 mil corredores, inclusive sendo informado que 1,1 mil não pegaram o kit e 12,1 mil largaram, portanto uma “quebra” ínfima, mesmo com o percurso pouco favorável na primeira parte da maratona.

DISCREPÂNCIA NOS NÚMEROS

Tomaz Lourenço é jornalista, 76 anos; lançou a revista Contra-Relógio em outubro de 1993, sendo seu editor até a última edição em abril de 2021. Correu mais de 60 maratonas no Brasil e exterior, além de 2 Comrades; seu recorde nos 42 km foi ao estrear na distância, em Blumenau 1992, com 3h04. Contato: tomazloureno1947@gmail.com