Sem categoria admin 4 de outubro de 2010 (0) (167)

Quantos somos? Milhões ou milhares? (Participantes de corridas de rua)

O mais recente "chute" fala em 5 milhões de corredores no Brasil. O número não tem qualquer sentido e está absolutamente fora da realidade, devendo estar sendo considerado os que correm para pegar o ônibus, para fugir da polícia ou do ladrão e outras corridinhas. Na melhor das hipóteses o dado mais real seria próximo de 10% do que vem sendo alardeado. Vamos às contas: 

Em primeiro lugar, vamos definir o que seja corredor. Genericamente é aquele que pratica corrida diariamente, de vez em quando ou só raramente. Portanto, assim fica difícil mensurar esse contingente. Para facilitar e tentar chegar a um número próximo do real, com base em alguma coisa concreta, vamos considerar como corredor todo aquele que participa de pelo menos 1 corrida no ano, mesmo que seja um revezamento em que ele faça apenas 5 km. Isso mesmo, basta 1 provinha no ano para já categorizá-lo como corredor; portanto ninguém poderá dizer que nossas contas são restritivas.

Vamos tomar como referência o principal e destacado pólo de corridas do Brasil, que é a cidade de São Paulo, onde acontece uma centena de provas anualmente. A maior delas é a São Silvestre, com 17 mil participantes, que somada aos 15 mil do Revezamento Pão de Açúcar (metade do que fazem a SS correm esta também, portanto excluímos uns 8 mil), mais os 10 mil da prova da Nike (os outros 6 mil são de fora ou já estão na conta dessas duas provas anteriores), mais os 20 mil da Corpore (estamos considerando a metade dos participantes desse circuito pela mesma razão), mais uns 10 mil das provas da Yescom e 8 mil de demais corridas (sempre em SP e procurando considerar corredor não repetitivo), dá um total de 80 mil.

Com os 20 mil do litoral paulista, os 20 mil de cidades da Grande São Paulo, mais uns 30 mil do interior, chegamos ao total do estado: 150 mil. Deve-se lembrar que as grandes provas estão em SP e mesmo nas maiores de outros estados por vezes os paulistas predominam ou quase (vide Volta à Ilha de Floripa e Meia do Rio).

E sem se estender muito, podemos considerar que no restante do Brasil outros 250 mil corredores participantes de provas existam. E olhe lá, porque inclui aqueles que só se animam a correr uma por ano, geralmente a da sua cidade. Como exemplo, os 10 Km Tribuna FM em Santos, em que metade dos 15 mil participantes só fazem essa corrida.

Para encerrar as contas, vamos considerar ainda umas 100 mil pessoas que correm nos parques e na orla das praias, mas que nunca entram em provas. Total então brasileiro: 500 mil.

MUITO MAIS CORRIDAS. O que aconteceu nestes últimos 16 anos (desde que acompanhamos de perto o movimento de corridas de rua) é que houve uma proliferação de provas, crescimento muito mais expressivo do que o aumento do número de corredores. "Antigamente" os corredores da capital paulista, por exemplo, dispunham de menos de duas dezenas de eventos durante todo o ano, contra mais de cem atualmente. Então, se corria uma meia dúzia de provas no ano, enquanto hoje uma pessoa mais fanática consegue entrar em até 50 corridas. E o mesmo vale para outras cidades, obviamente.

Os participantes também aumentaram, porém não na mesma proporção que as corridas. Pode-se tomar como referência a nossa prova mais famosa: a São Silvestre. Em 1993, quando surgiu a CR, terminaram 5 mil (homens e mulheres), e agora, na última, foram 17 mil. Em outras palavras: os eventos proliferaram e são bem concorridos porque existem mais corredores e estes participam de muitas provas, mas não é possível ficar somando número de participantes para tentar chegar a um total de corredores brasileiros.

O caso das maratonas do país é um exemplo bem marcante. No ano passado, 8.056 terminaram as nossas 6 maratonas, mas fazendo um filtro dos nomes, descobre-se que não chegam a 5 mil corredores, havendo casos de pessoas que participaram das 6 provas.

Deixando claro a posição da CR, que é conhecida por sua credibilidade e seriedade. Não é possível aceitar chutes sobre número de corredores no Brasil participantes de provas, sem absolutamente qualquer base real (aliás, esses chutes nunca apresentam qualquer argumento), se não, daqui a algum tempo já "seremos" 10 milhões.

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