Podia ser a melhor meia do Brasil. Até da América do Sul…

Anualmente, a Meia-Maratona de Buenos Aires, na Argentina, vai crescendo. Em 2010, foram mais de 10 mil corredores, com 1,2 mil brasileiros. Com a confirmação de uma prova de 10 km a partir deste ano, então, a tendência é de que o evento cresça ainda mais. Domingo, no Rio de Janeiro, teremos a Meia-Maratona Internacional do Rio. Que tem potencial para ser a melhor do Brasil. E, talvez, até da América do Sul. Mas…

A Meia do Rio conta com um atrativo incrível, um verdadeiro cartão-postal: as belezas naturais da capital carioca, uma das cidades mais bonitas do mundo (veja três exemplos nas belas fotos do Marcos Viana “Pinguim). A visão do alto do Cristo Redentor ou do Pão de Açúcar, num dia de céu azul, é inesquecível! O Rio, além disso, tem uma veia esportiva, está ligado diretamente às grandes conquistas na maioria das modalidades. Sem citar as praias e a gastronomia. Ir ao Rio é um passeio completo.

Corri a prova no ano passado. Fomos, eu e minha Mari, no sábado logo cedo. Pegamos o kit e, ao lado dos amigos Eugene e Pepa, passeamos muito. Com direito à visita ao bondinho do Pão de Açúcar e muitas fotos. Almoço e jantar no Leblon, onde eles moram. Com direito a boas caminhadas. No domingo, prova e, depois, a difícil missão de passar algumas horas na areia, dar um mergulho no mar… Almoço, sorvete e volta para casa à noite. Com a energia mais do que renovada. Não levamos as crianças, mas dá para ir tranquilamente com os filhos. Todos aproveitarão.

O percurso da Meia do Rio é técnico. Começa com uma boa subida e, na sequência, descida íngreme onde precisamos manter o ritmo para não gastar a energia. Depois, Leblon, Copacabana… Tá bom, é um pouco chato avistar a chegada e continuar até o Aterro do Flamengo para o retorno, entretanto, serve como referência para apertar o ritmo na reta final. Durante os 21 km, há uma ótima participação do público.

Sem citar que é uma prova como a São Silvestre, nacional, com corredores de diversas partes do país. Principalmente os paulistas, que anualmente invadem a capital carioca.

Então, com todos esses atributos, por que não é a melhor do Brasil e sofre críticas? Porque a organizadora, a Yescom, que tem uma “galinha dos ovos de ouro na mão”, prefere deixá-la fugir. Com duas medidas muito simples, mudaria totalmente o status da meia:

1) Largada às 7 horas. O paraíso seria às 6h30, mas, daí, vão me chamar de intransigente.  O que não dá mesmo é largar às 9 horas em um domingo de sol no Rio. Mesmo em agosto. Esta semana, está uma onda de calor daquelas. Sem falar no ar seco. Se continuar até domingo…

2) Largada por ondas, com baias de ritmo. Numa prova com mais de 10 mil corredores – foram 12 mil concluintes em 2010 (os números de 19 mil inscritos não sei de onde tiram, a não ser que 7 mil pessoas tenham pagado para não correr ou quebraram durante o percurso de 2010, o que, sinceramente, não ocorreu). A avenida de largada em São Conrado é estreita e fica muito, mas muito cheia. Cheguei a ter medo no ano passado. Quando a via encheu, quem ia chegando, os “atrasildos”, permanecia nas calçadas, dos dois lados. Assim, ao largar, veio gente dos lados e por trás! Um risco tremendo se alguém cair. Então, resumindo, não dá para não ter ondas e ritmo!

Só mais um detalhe: você acaba ficando tão “preso” na largada que fiz 1h34 na Meia do Rio do ano passado e, duas semanas depois, 1h30 em Buenos Aires. Está certo que na Argentina a largada é bem cedo, com frio e avenidas largas. Mas foram 4 minutos! É tempo demais para o mesmo ritmo de treinamento. Não melhorei nada em duas semanas, ainda mais porque tive uma regenerativa e, a outra, pré-prova.

Então, só essas duas medias que a Meia do Rio precisa? Por incrível que pareça, só. Simples, não é? No resto, é só entregar água gelada em todos os postos, com distâncias menores entre eles após os 15 km. Assim, a Meia do Rio poderia ser a melhor do Brasil. Hoje, é mais uma meia.

ASSINE NOSSA NEWSLETTER

É GRATUITO, RECEBA NOVIDADES DIRETAMENTE NO SEU E-MAIL.