20 de setembro de 2024

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Sem categoria André Savazoni 17 de agosto de 2011 (22) (143)

Podia ser a melhor meia do Brasil. Até da América do Sul…

Anualmente, a Meia-Maratona de Buenos Aires, na Argentina, vai crescendo. Em 2010, foram mais de 10 mil corredores, com 1,2 mil brasileiros. Com a confirmação de uma prova de 10 km a partir deste ano, então, a tendência é de que o evento cresça ainda mais. Domingo, no Rio de Janeiro, teremos a Meia-Maratona Internacional do Rio. Que tem potencial para ser a melhor do Brasil. E, talvez, até da América do Sul. Mas…

A Meia do Rio conta com um atrativo incrível, um verdadeiro cartão-postal: as belezas naturais da capital carioca, uma das cidades mais bonitas do mundo (veja três exemplos nas belas fotos do Marcos Viana “Pinguim). A visão do alto do Cristo Redentor ou do Pão de Açúcar, num dia de céu azul, é inesquecível! O Rio, além disso, tem uma veia esportiva, está ligado diretamente às grandes conquistas na maioria das modalidades. Sem citar as praias e a gastronomia. Ir ao Rio é um passeio completo.

Corri a prova no ano passado. Fomos, eu e minha Mari, no sábado logo cedo. Pegamos o kit e, ao lado dos amigos Eugene e Pepa, passeamos muito. Com direito à visita ao bondinho do Pão de Açúcar e muitas fotos. Almoço e jantar no Leblon, onde eles moram. Com direito a boas caminhadas. No domingo, prova e, depois, a difícil missão de passar algumas horas na areia, dar um mergulho no mar… Almoço, sorvete e volta para casa à noite. Com a energia mais do que renovada. Não levamos as crianças, mas dá para ir tranquilamente com os filhos. Todos aproveitarão.

O percurso da Meia do Rio é técnico. Começa com uma boa subida e, na sequência, descida íngreme onde precisamos manter o ritmo para não gastar a energia. Depois, Leblon, Copacabana… Tá bom, é um pouco chato avistar a chegada e continuar até o Aterro do Flamengo para o retorno, entretanto, serve como referência para apertar o ritmo na reta final. Durante os 21 km, há uma ótima participação do público.

Sem citar que é uma prova como a São Silvestre, nacional, com corredores de diversas partes do país. Principalmente os paulistas, que anualmente invadem a capital carioca.

Então, com todos esses atributos, por que não é a melhor do Brasil e sofre críticas? Porque a organizadora, a Yescom, que tem uma “galinha dos ovos de ouro na mão”, prefere deixá-la fugir. Com duas medidas muito simples, mudaria totalmente o status da meia:

1) Largada às 7 horas. O paraíso seria às 6h30, mas, daí, vão me chamar de intransigente.  O que não dá mesmo é largar às 9 horas em um domingo de sol no Rio. Mesmo em agosto. Esta semana, está uma onda de calor daquelas. Sem falar no ar seco. Se continuar até domingo…

2) Largada por ondas, com baias de ritmo. Numa prova com mais de 10 mil corredores – foram 12 mil concluintes em 2010 (os números de 19 mil inscritos não sei de onde tiram, a não ser que 7 mil pessoas tenham pagado para não correr ou quebraram durante o percurso de 2010, o que, sinceramente, não ocorreu). A avenida de largada em São Conrado é estreita e fica muito, mas muito cheia. Cheguei a ter medo no ano passado. Quando a via encheu, quem ia chegando, os “atrasildos”, permanecia nas calçadas, dos dois lados. Assim, ao largar, veio gente dos lados e por trás! Um risco tremendo se alguém cair. Então, resumindo, não dá para não ter ondas e ritmo!

Só mais um detalhe: você acaba ficando tão “preso” na largada que fiz 1h34 na Meia do Rio do ano passado e, duas semanas depois, 1h30 em Buenos Aires. Está certo que na Argentina a largada é bem cedo, com frio e avenidas largas. Mas foram 4 minutos! É tempo demais para o mesmo ritmo de treinamento. Não melhorei nada em duas semanas, ainda mais porque tive uma regenerativa e, a outra, pré-prova.

Então, só essas duas medias que a Meia do Rio precisa? Por incrível que pareça, só. Simples, não é? No resto, é só entregar água gelada em todos os postos, com distâncias menores entre eles após os 15 km. Assim, a Meia do Rio poderia ser a melhor do Brasil. Hoje, é mais uma meia.

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22 Comments on “Podia ser a melhor meia do Brasil. Até da América do Sul…

  1. Que pena que ninguém ouve mais o corredor. Duvido que mude alguma coisa com relação a todas as outras. Infelizmente só voltarei a correr essa prova quando esses detalhes que você ressaltou forem revistos com seriedade. Tô cansado de ser desrespeitado como corredor e ainda mais como consumidor.E esses organizadores ainda inventaram uma maratona no mesmo dia da Maratona de Florianopolis. Estranho não é? Rio Maratona – Será que vai pegar? Se depender do exemplo da meia deles, com certeza será mais uma abuso. Por isso, caro André e leitores, quando vou correr no Rio só se for para as provas muito bem organizadas pelas competentes Spiridon – Corrida da Ponte e Maratona Caixa Do Rio de Janeiro e Iguana (Meia Maratona AsicsGolden4). Penso como consumidor que quer ser bem atendido e corro como competidor que tem a corrida como momento de avaliação.

  2. Vicent, a sensação é essa mesmo, de desrespeito, de não pensarem no corredor. Por que não dá para acreditar em algo diferente, já que as duas medidas que citei são simples, mas simples demais para serem feitas. Largada cedo, por ondas e baias, com hidratação de água gelada. É tão tranquilo que não dá para entender como não pensam no corredor. Mesmo apaixonado pelo Rio, faço coro com sua decisão e também tenho feito a mesma coisa. Abraço

  3. Parem de reclamar senao eles acabarao entregando a medalha junto com o kit…
    ——
    Matheus, ótima lembrança. Abraço

  4. Já sabendo destes dois problemas (largada tarde às 9 hs e tumulto na largada) corri a meia que ocorreu junto com a maratona caixa do Rio que tem largada às 7 hs sem tantos corredores (3.500 concluíram) o que evita o tumulto. Possui percurso melhor (não tem aquele retorno do Aterro do Flamengo e o trajeto passa pelas mesmas praias) sendo bem organizada. Recomendo.

  5. Largada às 7 horas ou 6:30 ? A Meia da Asics largou às 7 e um cara enfartou. Há estudos mostrando que é bem ruim para o coração fazer exercícios intensos logo pela manhã. Mania errada de querer largar cada vez mais cedo achando que isso vai mudar o desempenho.

  6. Andre,
    Concordo plenamente com você.

    Já corri a meia do Rio duas vezes.
    Como também a São Silvestre outras 4.

    A falta de organização e respeito da Yescom com os corredores é imensa.

    Os itens que você sugere como melhoria são simples.
    Mas porque não fazem?

    Por essa razão eu não participo mais de nenhuma prova da Yescom.
    E convido a todos que compartilham nossa opinião que faça o mesmo.

    Verdade seja dita: enquanto houver mais e mais corredores pagando pela falta de organização, não vejo a curto prazo razões para eles se preocuparem o minimo de conforto aos sofridos corredores. Temos que dar nossa resposta boicotando.
    Já que unica forma de chamar atenção a empresas interesseiras é esvaziando seus cofres.

    Meias-maratonas de verdade existem. Pode acreditar.

    Abraço.

  7. André, é bem como vc disse… A Yescom tem a “galinha dos ovos de ouro” leia-se Rede Globo de Televisão.
    Além claro da “intransigência” do Sr. Thadeus e consequentemente da própria “Rede Glóbulo” que quer mostrar na TV aquela “arruma” de gente… rsrs
    Infelizmente, a largada nunca vai mudar de horário.
    Abs,

  8. Caro Júlio Cesar…
    Não sei se sabe… mas nosso colega atleta amador faleceu, não pelo horário da largada… e sim por uma fatalidade.
    Na semana que antecedeu a corrida o seu treinador (Tavares), disse que o mesmo na 4a/5a feira teve sintomas de cansaço, após um treino e seus exames estavam em dia e não apresentou absolutamente nada.

  9. Julio Cesar, a questão não é em relação ao desempenho. É ao bom senso. Algo que falta, e muito, no nosso dia a dia. Se a prova é em Curitiba ou Foz do Iguaçu em julho, quando na maior parte dos dias é frio é úmido, não há necessidade de largar às 6h30 ou 7h. Agora, os efeitos do calor são muito ruins ao corpo humano. Já que gosta de citar estudos, há centenas sobre o assunto. Ainda mais aliado à baixa umidade do ar. O que, invariavelmente, devido às mudanças climáticas, ocorre nesse período de inverno. Junte-se a isso que a maioria dos corredores completa a meia após duas horas. Veja os resultados da Meia do Rio do ano passado como referência. Assim, estarão correndo depois das 11 horas no domingo. O Rio pode ter um pouco mais de umidade, mas o calor carioca também é acima da média. Não importa a época do ano. Então, não estou citando desempenho. A OMS recomenda a interrupção da atividade física entre 10h e 17h com baixa umidade do ar. Situação que, aqui em São Paulo, por exemplo, ocorreu em diversas cidades nesta semana. Então, as pessoas estão sim correndo um risco superior por praticar o esporte tarde. Com largada às 7h, mesmo que completasse a maratona em três horas, estaria chegando por volta de 10h! Só para citar mais um exemplo, veja o que aconteceu na Maratona de Chicago quando uma onda de calor passou pela cidade. Foi uma exceção? Claro, mas o corpo humano entra em colapso. E esporte, corrida, para mim é saúde. Esse é o mais importante. E os organizadores, na minha opinião, devem pensar nisso. Saúde, não desempenho. Se as pessoas querem ser competitivas, não vejo problema algum nisso. Um abraço

  10. Sacadura, realmente, essa opção da Meia dentro da Maratona do Rio é muito boa mesmo. Agora, uma não precisaria inviabilizar a outra. Continuo batendo na tecla (e como gosto de provas “puras”, com só uma distância) seria tão simples tornar essa meia de agosto espetacular… Abraço

  11. Zacarias, sou um eterno otimista. Você tem razão nos seus apontamentos, mas continuo acreditando que, um dia, teremos mudança de horário na largada e separação por ritmo. Veja o caso da Volta da Pampulha, que neste ano começará mais cedo. Ainda não o ideal por ser uma prova em dezembro, mas já houve um passo positivo. Abraço

  12. Angelo, é verdade, nosso poder é a inscrição. Se concordamos, aceitamos as regras, corremos. Se não as aceitamos, o melhor é não participar. Agora, também acredito que devemos continuar buscando nos fazer ouvir. E esse, de verdade, não é um problema único da Yescom. Que tem pontos positivos em provas que organizam. Falham como muitos falham também. Conversando com corredores do Brasil inteiro, percebo que o problema, em sua maioria, é que os organizadores não ouvem os corredores. É impressionante, mas uma comissão de atletas, amadores e profissionais, faria uma diferença enorme. A corrida está só crescendo, então, é preciso evoluir sempre. Veja, a Maratona de Berlim, no dia 25, tem 40 mil inscritos só nos 42 km. E funciona. Em todos os sentidos. O final de semana, com as outras provas, envolve mais de 72 mil pessoas. E funciona. Ou seja, é possível. Muito possível. Abraço

  13. Na boa, esta é uma daquelas provas que não tomam meu tempo. Corri esta prova dois anos atrás, apenas para constar. Curti muito mais a Maratona do RJ, este ano.
    A última da Yescom que participei foi a maratona de SP, isto por ser a única maratona disponível na cidade onde moro.
    Dificilmente voltarei a participar de uma prova desta organizadora.
    Enjoy it!!!

  14. Se a morte de um corredor acontecer em alguma prova da Yescom será por culpa do horário da largada. Mas como foi na prova da Asics foi fatalidade. Parem com esses vários pesos e várias medidas. Acho que corredores deviam se preparar mais e achar menos desculpas.

  15. Olá amigos corredores!

    Realmente, essa prova da Yescom é dura em grande parte por causa do horário da largada. Qdo morava no Rio, participe dela somente uma vez, e posso dizer que foi a pior prova (em termos de desempenho) que já participei. Junte-se a isso aqueles 6km finais no aterro. Chegar na “estufa do Flamengo” às 11 da manhã, olhar para a esquerda e ver os mais rápidos completando a prova e ainda ter 6km pela frente é de acabar com o psicológico de qualquer um.
    Julio, entendo o seu ponto. Mas acho que ninguém aqui tá crucificando a Yescom.
    Nós, atletas, também temos nossa parcela de culpa. Qtos de nós (me incluo nesse grupo) já não nos inscrevemos em alguma prova sem saber se estávamos devidamente preparados pra ela?
    O ponto aqui é: calor e umidade interferem sim no comportamento do corpo humano, então cabe as organizadoras tentarem diminuir o risco de “acidentes” modificando as variáveis que eles têm controle, e a principal delas seria o horário da largada. A partir do momento que coloca-se uma largada às 9 da manhã (num lugar com o clima como o do Rio) independentemente da razão (seja o contrato com a TV, autorização da prefeitura, ou qualquer outra coisa), a organizadora está contribuindo para o aumento da possibilidade desse tipo de acidente.
    Claro que no caso de corredores com treinamento em dia, exames em dia (o que, pelo que li, não era o caso do corredor da Asics), o risco é bem menor, mas nunca vai ser zero.
    Pra concluir, faço um questionamento simples: será que a pessoa da Yescom que define o horário da largada, corre essa prova todo ano? Sinceramente, duvido. Do contrário, já teriam trocado o horário.

  16. Luiz Felipe, a questão é realmente essa (o Julio Cesar gosta de polemizar e ser do contra, generalizando o assunto, rs): nós corredores, não devemos participar de uma prova sem estarmos devidamente preparados para ela (o que tem ocorrido cada vez mais, diga-se de passagem e já comentei isso em textos aqui do blog) e os organizadores devem procurar minimizar os riscos de acidentes (que são uma minoria, diga-se, e que fazem parte do bom senso que citei na resposta ao Julio Cesar). E, dizer que calor e umidade não interferem não só no desempenho como principalmente como nos riscos ao corpo humano (riscos graves) é não querer ver a realidade. Ou, se quer, prefere partir para a polêmica. Como você bem disso, o risco faz parte da corrida, não existe ninguém 100% seguro na prática do esporte, mas esses riscos são “reduzidos”. Há a nossa parte, há a da organização. Ponto final. Um grande abraço

  17. Julio Cesar, você desvirtou uma discussão. Que os corredores devem se preparar mais, tem toda razão. É isso mesmo. Há gente sem condições de correr 10 km num bom nível partindo para a maratona. Isso é terrível para a saúde. Agora, não querer ver que o calor e a umidade sim aumentam os riscos e potencializam a possibilidade de um acidente (e, daí, não tem nada a ver com performance e sim com saúde), daí, é ignorar a realidade. E isso, do bom senso e da organização, não é exclusividade da Yescom. Nem os pontos positivos nem os negativos. Abraço

  18. Oi, Savazoni. Concordo plenamente com as suas idéias. Acrescento o kit simples (afinal para uma corrida que se diz “internacional” não “mima” os participantes). Participei de pelo menos umas dez edições (teve uma em que largamos às dez da manhã, pelo atraso numa programação da TV Globo. Haja bloqueador solar!). Depois dessa, disse adeus e fui-me embora (afinal, não me interessa ter câncer de pele de tanto pegar sol na hora errada, pois havendo uma competição num horário de alta temperatura, fatalmente acontecerão treinos em horários tardios, não é?) Agora com várias opções, procuro as que melhor investem em qualidade (horário, kit com opção de tamanho de camiseta, medalha bonita, percurso bem balizado e com adequado trânsito dos atletas etc). E já que o assunto é respeito ao consumidor, eu não entendo o regulamento. Lá eles não se responsabilizam por nada e o chip é uma “cortesia”? Como assim?Temos que organizar um PROCOM para as corridas?

  19. Olha outro Júlio sendo do contra! hahahah. Pessoal, treino pelo menos 5 dias por semana na Lua de meio-dia. Aqui em Brasília a umidade chega a 10%. Adoro treinar nesse clima, me sinto muito bem. Sem falar da ducha gelada quando acabo. Bom demais. O parque da cidade é nossa praia. Contudo, não tenho como negar que o treino de sábado, bem mais cedo, o desempenho é infinitamente melhor. Posso ser uma exceção que confirma a regra, mas não sofro (pelo menos por enquanto) dos efeitos nocivos do sol mais forte e da baixa umidade.
    Sucesso!

  20. Aura, quanto à questão do chip, é algo que repetem no regulamento, como se estivessem mesmo emprestando. Mas isso ocorre em várias provas, tanto no Brasil quanto no exterior. Em relação à prova, nós, corredores, temos de ser valorizados mesmo. Ainda mais agora, com tantas opções, a organização tem de procurar cativar e atrair os participantes. Abraço

  21. Júlio Magalhães, também gosto do calor, do sol, da “Lua do Meio-Dia”, mas hoje em dia acabo evitando. Mas que é bom correr sem camisa no sol, ah, isso é. Agora, você é mesmo um “do contra”, rs. Se um dia for fazer uma prova no Atacama (durante todo o dia) ou no Saara de revezamento, já sei quem chamar para fazer dupla!!! Agora, só tome bastante cuidado com a hidratação antes, durante e depois, além de protetores solares. Nos vemos em novembro na etapa da Asics aí em Brasília. Um abraço e bons treinos.

  22. A meia maratona do rio foi uma das melhores que assisti pela Globo. Cada vez mais atletas e de ponta. Só vai ter mais recordes até as Olimpíadas. No ano que vem estarei no Rio para correr, sou ultramaratonista.

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