22 de setembro de 2024

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Blog do Corredor Redação 8 de maio de 2023 (0) (718)

Pegando o unicórnio pelo chifre – Parte 2


POR THIAGO LIMA CANETA | @thiagocaneta

“Tempo bom é sinal de tempestade”, diria C.S. Lewis pela boca de um tal Brejeiro em sua crônica da Cadeira de Prata; costumamos pensar sempre o contrário.

Como relatar todas as sensações que revivia sentado sob aquela tenda duas horas antes de mais uma largada em Hopkinton, um misto de sentimentos: alegria, frustração, medo, dever quase cumprido, receios, contentamento; a imagem da suave e gelada neblina ali em 2023 parecia um paraíso com a memória da chuva incessante, o gelo acumulado sobre o lamaçal para se ir aos banheiros, os pés totalmente molhados de 2018. 

Agora eu estava sequinho, sentado no seco gramado sobre ainda uma capa de chuva, meu cobertor sobre meus ombros, minha coisas todas a postos para os últimos detalhes, a calmaria um tanto tensa dos colegas corredores vizinhos de hoje, com o burburinho nervoso de pessoas amontoadas tentando se proteger nas tendas com o chão também já encharcado, eu com apenas uma capa de chuva fina, um aquecedor químico de mão dentro da luva que teoricamente seria suficiente, e o tempo que parecia não passar. Agora eu estava ali com tudo sob controle?

Eu tinha um cronograma bem definido para aquele momento, chegar e ir ao banheiro – check! (8:00), sentar num local seco e coberto e concentrar na prova – check! (8:15), descansar e não passar frio – check! (8:30), conferir os géis e suplementos e colocá-los nos bolsos corretos – check! (8:45), trocar a meia por outra mesmo que não molhasse e comer algo – check! (9:00), últimos momentos de descanso e concentração – check! (9:10), e se não estivesse chovendo já descartar algumas peças sobressalentes, cobertor, capa da moto – check! Também, tomar pré-prova no caminho da largada e currais quando o portão abrisse – (9:15).

E assim foi, tudo como planejado e feito lentamente, tudo certo, parecia, exceto talvez por um detalhe “besta” que inocentemente não pensei. Havia me desencontrado da turma já após a chegada, quando cada um foi para uma fila de banheiro. E, como nenhum deles largaria no mesmo curral e onda que a minha, resolvi não me preocupar os procurando, especialmente porque ali a maioria estava à paisana devido às roupas vestidas pra descarte tampando uniforme ou camisetas e cores. Sentei no chão da tenda mais próxima mais longe das entradas para evitar pisadas e vento, inicialmente no próprio gramado, até lembrar que podia sentar sobre a capa de chuva da moto que eu vestia e seria descartada dali a pouco. E foi o que fiz. Peguei a bag de alimentos e suplementos – gel e pré-prova – e espalhei os itens.

Meticulosamente, contei os géis que havia levado com sobra, a maioria da marca do Kip, comprados na feira. Separei os 8 em pares de 4 para cada bolso; depois conferi as vasilhas de Gatorade com o carbolift pré-prova e o maravilhoso hipercalórico, e a garrafinha de Coca com o Gatorade vermelho que eu lembraria dele depois. Além da água que eu havia pegado naquele kit do hotel, havia outras jogadas próximas de mim que algum atleta que estava sentado ali antes abandonou. Com essas águas, preparei o pré-prova para a ida à linha inicial; me levantei para colocar os géis e sal nos bolsos. Como eu estava de calça legging – uma das minhas preferidas –, que seria descartada também logo depois, seria impossível fazer isso sentado; com a suplementação no jeito, separei a meia e os alimentos que tinha, comi a banana, depois abri o bagel seco e comi metade. Goladas de Gatorade. Comi menos da metade do cookie da Levain. No final, apesar de não estar com fome, tomei metade pelo menos do hipercalórico – que parece ter sido a minha grande burrice inocente: minha intenção era ter em mãos algo que não deixasse com fome e fosse prático, como a nutri havia falado nas consultas, mas não havia pensado bem nisso num pré-prova. O “hiper” alimenta mesmo, mas fica pesado no estômago devido à “gordura” boa que também tem nele e demora no processamento. Eram já quase 9:00 quando o tomei. Somado a isso, 15 ou 20 minutos depois, tomei o pré-prova, que, misturado com ele, virou uma bomba dentro de mim. Mas na hora eu não pensei nisso. 

We know that we fear to win
And so we end before we begin
Before we begin…

Eu olhava pra cima, deitado sobre a lona de minha capa, e via também a lona da tenda branca, um dos mastros brancos de metal que a sustentavam, alta, feito um capitel da vela de um barco, só que imóvel. Fechava os olhos debaixo dos meus óculos, me enredomava contra as intempéries que viriam? Últimos segundos de uma possível paz até o provável retorno para a Boylston Street? Coincidentemente, esses dias assisti a um filme sobre valentes pescadores reais de Gloucester, se fala “Glauster” em inglês, também em Boston, no bravio mar não muito longe dali em Massachusetts, em 1991. Seis heróicos tripulantes do pesqueiro Andrea Gail, que infelizmente encontraram a “tempestade perfeita” como eu e tantos outros atletas ali naquele mesmo local em 2018. Agora seria diferente, sem surpresas no – mar – percurso?

Terminei o cronograma. Às 9:15, percebi o movimento sentido ao portão – a fila de “abate” sendo liberada para os currais. Então cumpri o final do plano: me desfiz de algumas capas e cobertor, ficando só com a capa de chuva fina e o corta-vento na parte superior, mas sem retirar a calça ainda. Já havia trocado então a meia, quando ia me desfazer disso tudo encontrei meu companheiro de quarto Ricardo Vilarinho. Ofereci os itens que dispensaria para ajudá-lo a se aquecer na espera dele pela próxima onda. Ele aceitou. Então parti feliz com a utilidade extra das coisas que levei.

Aí veio o primeiro alerta de uma onda indesejada no barco: uma garoa quando comecei a trotar entre os outros atletas e as grades que protegiam o percurso que devia ter uma milha de distância. Ao mesmo tempo eu havia tomado o pré-prova – glycofuel, creatina e glutamina –, que pareceram uma bomba dentro de mim. Troquei a palatinose pura 4 semanas antes pelo glyco com a recomendação da nutricionista por carboidratos diferentes na mesma composição do pré-prova. Então lembrei que na primeira vez que o tomei foi no maior treino do ciclo, 36 km na USP, e senti a mesma sensação até começar o treino de verdade. E fui bem depois. Comecei a mentalizar isso enquanto trotava e desviava das pessoas, mesmo passando meio mal. A sensação foi melhorando, mas não passou completamente, até chegar aos últimos banheiros próximos aos currais 3, 2 e 1, que seria o meu. Última parada definitiva pré-largada. Fui ao banheiro pensando que uma última aliviada resolveria aquele problema também, contando que após iniciar a correr com liberação da tensão pré-prova também passaria.

Eram já 9:40. Antes de voltar sentido aos currais, me sentei até que tranquilo sobre o asfalto, próximo de umas mesas onde staffs estavam recolhendo e separando roupas descartadas, separavam calças das blusas, blusas das capas. Me desfiz finalmente da minha calça. Ela foi escolhida justamente por ter um zíper longo dos pés para os joelhos, suficientes para eu retirá-la sem precisar tirar o tênis. Sentia as pernas frescas e leves, aquecidas, dei uns tapas nelas ao me levantar, me sentia pronto. Eu estou pronto.

Mais um trote até a frente do meu curral. Não havia mais aonde ir, no sentido da prova e no sentido do espaço, dali pra frente grades nos separavam do curral da elite inacessível e uma pequena arquibancada VIP. Tinha comigo sobressalente apenas o corta-vento impermeável agora. Terminei de tomar uma água e quase esqueci de tomar as cápsulas de sal e o BCAA, que são parte também do pré-prova e estavam no único bolso da blusa que seria descartada dali a instantes após a largada. Eram 9:50 quando foi dada a largada da elite feminina, enquanto eu me alongava, e a garoa apertava. Meu estômago não estava bem.

Entrei no curral definitivo umas 9:53, com quatro pessoas conferindo meu bib se estava no local correto, nada de furões ali. Fiz umas retinhas sentindo um pouco de mal-estar e pensava: vai passar, vai passar, tem que passar. O locutor falava coisas que minha mente ignorava o significado, outros corredores comigo no vai e vem desencontrado, tentando o último e desnecessário aquecimento. Convocaram para o momento do hino nacional-norte americano, quando me alinhei finalmente o mais próximo da linha para a corrida.

If you go
If you go your way and I go mine
Are we so
Are we so helpless against the tide?…



Eu estava ali, ali novamente, o lugar onde construí meu destino para estar, após 5 anos, após uma das piores Boston Marathons? A chuva, agora fina e não uma garoa, e no microfone uma voz feminina à capela que eu conseguia ver a uns 5 metros ao lado direito e acima:

(…)

In triumph shall wave
O’er the land of the free
And the home of the brave!

Eu fazia o de sempre, no espaço ainda mais reduzido dessa vez. Olhava para baixo, para minhas pernas. Uns tapas nos quadríceps e panturrilha, e a sensação era a mesma da resposta do capitão do Andrea Gail no momento final para um dos seus companheiros de barco: Não há escola para esse momento, vamos descobrir agora!

I thought I heard the captain’s voice
But it’s hard to listen while you preach
Like every broken wave on the shore
This is as far as I could reach…


Three, two, one… GO! O mal-estar não passou! 

Aquele último momento fatal
Nada mais a fazer ou tentar
Nenhum espaço pra fugir ou repensar
Seu destino é ali e só ali
Seu foco é absurdo
A pequena multidão que o rodeia some
Você contra você 
42,195 km sobre aquele espelho negro
Suas vaidades vão esvaindo
E de repente:
P-O-W!

A estratégia era descer sem pressa, como disse o Heleno. “Sem frear, mas também sem apertar nas descidas, até o km 10, para sobrar nos últimos 10 km. Passe a meia para 1h19 e alto ou 1h20 e baixo, que suas pernas estarão sobrando. Após os 35 km tá liberado. Aí você tira essa diferença nas descidas finais.” Palavras do treinador na noite anterior. As pernas estavam boas, o ritmo controlado, tive que fugir da descontrolada manada da elite amadora do mundo nas descidas de Hopkinton, mas dentro de mim algo não estava bem. O mal-estar era tão grande que no km 3 eu pensei em parar: como vou correr 42 km assim? Mas seguia. O corta-vento foi jogado de lado no km 5, estiquei o manguito até as axilas, estralei os dedos e comecei a guerra contra aquele mar de náuseas ou azias. 

Na minha cabeça o medo perambulava entre as ondas de pensamento: não conseguirei ir bem mais um ano? Não conseguia curtir a maravilhosa torcida que acompanhava tudo mesmo com a chuva e frio instalado. Não sentia a sensação de fome de km e vontade de correr como sempre sinto em minhas maratonas. Passei o km 10 com o mesmo mal-estar, e ainda assim um pouco mais rápido do que o necessário para cumprir o plano na meia maratona, quando decidi segurar um pouco mais. Subia e descia, descia e subia, quando vai passar essa sensação? Lembro que em Wesllesley foi o único momento que sai da monotonia mental da concentração para vencer meu organismo e não ceder a um abandono ou vomito que faliriam minha prova: GO BRAZILLLLL, kisssss meeeeee, go Brazzzziiilllll, KISSSSS MEEEE, KIIIIIISSSSSS MEEEEEEEEEE PLEASEEEE – em vozes estridentes que não paravam num som ululante e feminino, ME BEIJE…. cartazes, e mãos… então cheguei próximo aos alambrados e fui dando tapinhas e não beijos nas mãos das garotas enlouquecidas, havia vencido a metade da prova 13.1mile, 1h20min08seg dentro do combinado – check! Mas ainda faltava metade, era meu pensamento, e não costumo correr maratona com esse tipo de conta.

A chuva aumentou pelo km 25, mas em nenhum momento eu me senti incomodado ou abatido pelo clima ou pelas subidas embora houvesse pela frente ainda o pior trecho: Newton e suas 3 ou 4 subidas com a Heartbreak. Decidi que subiria tudo da melhor maneira que eu pudesse, apertando e ganhando tempo que eu economizei na primeira parte da prova, como planejado. 

Realmente subi bem as ladeiras, mas havia ainda o mal-estar que resolveu não me abandonar até a chegada, mesmo assim passei muita gente em todas as subidas, lembro de uma dupla mista que me passou muito forte no km 12-15 uniformes iguais, algo nas cores do capitão américa, que passei na segunda subida, acho que no km 30, e não os vi mais. Na Heartbreak que pra mim não é a pior delas, um divisor de águas – de atletas (dos meninos e meninas, se mostrando ou não homens e mulheres) ficando e andando, ou apertando, terminando e acelerando; subi a derradeira e pensei que seria o momento de compensar como planejado, desci até o km 35 onde uma coca-cola me esperaria por mãos do amigo Nelson Evêncio que aguardava suas atletas, quase o perdi ao passar a 3,40, “você não vai querer Thiago”, ele disse e foi quando me liguei e tive que parar e voltar uns passos, pegar a lata fechada, abrir o lacre com minhas mãos, enquanto corria, sem muita sensibilidade nas pontas dos dedos. Demorou um pouquinho, mas deu certo, dei apenas uma golada e descartei. Pensei que poderia finalmente me ajudar a passar aquela sensação e ir mais rápido, como pretendido, os últimos 7 km.Corria até que bem nas descidas, apesar das pernas um pouco cansadas e doloridas não eram dores que me faziam pensar em parar ou reduzir, mas meu estomago sim. Tinha medo de passar mau, ao apertar para correr consequentemente contrairia ainda mais meu core e barriga ou estômago, e seria o fim. Havia chegado até a parte final, mesmo com a sensação quadrada a todo momento, faltava pouco para vencer. O km 29 da parada hipotérmica de Boston 2018 havia ficado para trás também, como um maremoto que meu barco não tinha certeza se venceria com seus motores dessa vez, mas venci, então não arriscaria não chegar ao porto final por vaidade para melhorar meu recorde pessoal desnecessariamente ali para isso, terminar inteiro e bem, sem parar, era o objetivo principal, o restante secundário.

Somente na marca do km 40 passando pelo tapete e olhando o relógio oficial e conferindo com o fechamento do meu, apesar de ainda estar entre 3’47/3’50 de pace, percebi finalmente que seria impossível apertar para 3’30 ou próximo para compensar nos últimos 2 km e mais os 200 ou mais metros devidos às tangências para ainda tentar o sub 2h40.

Resolvi que apenas manteria um ritmo confortável suficiente para não passar realmente mau e concluir a prova, poder vencer as últimas subidas, que – não se engane –, após os 35 km, estão lá, e fazer aqueles últimos dois cotovelos para a redenção.

Acaba, por favor, acaba por favor… e mais chuva antes de passar pela placa que mostrava que estava perto: CITGO. Chuva, que agora também cai aqui na Zona Leste paulistana, enquanto termino esse texto revivendo essa última milha; um último túnel sobre um viaduto da Brookline, quando passo vários valentes atletas que também me passaram lááá… atrás, o estômago e as pernas reclamam, mas: eu posso, eu vim até aqui, eu posso chegar, eu posso passar sem parar pelo final daquelas linhas azuis onde ontem, com elas secas sobre meus pés, tirei uma foto em agradecimento pela jornada até ali. Eu posso. Um breve silêncio, quase uma última solidão sob a escura passagem. A multidão o agarra novamente na Beacon Street, você é carregado até a penúltima virada na Hereford street: GO YOU DID IT, GO BRAZIL, GO, GOOOOO, GOOO, GO YOU CAN DO IT, YOU DID IT… GOOOOOOOOOOOOooooo….

O trecho mais curto vira o mais longo, a pequena e inclinada Hereford, menos de 20 segundos nela, infinitos, eu olho para o Santouka, onde comi o Ramen mais delicioso da minha vida e penso num bow quentinho, cheio daquele Lamen estrela Michelin, meu prêmio. Desconcentro? Não! É minha mente procurando uma pré-consolação por 42 km de frio e chuva e sofrimento interno. É meu barco avistando o porto após atravessar um mar em tormento. Conseguirei fazer a última curva? Não há escola para isso, Thiago. Avisto o único fotógrafo que consegui reparar por todo o percurso para quem aponto imaginando um espelho: quem disse que você não podia?

… Are we ready to be swept off our feet
And stop chasing every breaking wave.


No pórtico, em numerais grandes suficientes para se enxergar logo após a virada: 02:40. Alinhei sobre as 3 linhas azuis, três linhas, três Bostons, e o tempo aumentava conforme eu me aproximava. A cidade e a multidão diminuíam e eu crescia, eu era um gigante, não poderia passar em pé pelo portal, gigante porque era do tamanho de meu destino, do tamanho da minha entrega ali. Meus passos faziam estrondos em meus ouvidos, já não era a chuva que caia sobre mim, era o choro daquele ser mitológico que sobrevoava, me acompanhando nos últimos passos sobre a linha fatal.

Left on Boylston…
Esquerda na Boylston
Lá o pórtico 
Um passo um passo 
Outro passo outro passo
Eu posso
Eu posso
Outro passo
Eu posso
Só 600
Metros?
Mas parecem milhas
600 milhas
Daqui até ali
Ali longe perto
600 
Pensamentos
Momentos
Boston 2018 ficando pra trás
Atrás atrás 
Em frente sempre
O asfalto ônix sob meus pés:
Tuc tuc tuc
Espelho brilhante infinito 
Sob a crista d’água 
Tuc tuc t-uc
Passo-passo
Outro passo
Mais um passo-passo
Respira phuuuu
Passo respi-ra
Phuuu phuuu
Paz
Aca-bou!

Após alguns passos vomitei, na segunda vez veio algo muito vermelho que preocupou a staff médica que me seguiu até o alambrado: era o Gatorade que havia tomado antes da maratona. Melhorei rápido, e fui andando até as medalhas quando me lembrei de virar para o pórtico que eu já estava atrás e gritar: FUCK YOU BOSTON, TÁ PAGO!, então com a rua ainda relativamente vazia, peguei o ser alado que havia terminado seu voo nas mãos daquela senhora norte-americana até vir descansar em meu pescoço.

Ajoelhado quase sob o pórtico, antes, para beijar aquele solo espelho belo negro em rito, após paralisar o relógio, me ergui e já tinha o tamanho normal, o tamanho das minhas venturas.

Boston não reserva ondas perfeitas, peguei meu unicórnio pelo chifre.

Every Boston Wave. 02:41:48. The End. Fim.

Retorne para a primeira parte do texto: “Segurando o unicórnio pelo chifre – Parte 1”


Thiago Lima, @thiagocaneta, é um atleta das palavras, escritor e corredor, autor do livro de poesias Antes da ilha, maratonista 2x vezes Bostoner, criador do Caneta Your Sports Story; 20 maratonas com seu PR 02:40:20 na Maratona de Buenos Aires 2022.


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