O evento tem apenas 5 anos, mas já é um grande sucesso, especialmente entre os brasileiros, como acontece com outras provas argentinas com apelo turístico de se correr pelas montanhas. Na verdade elas não chegam a ser uma corrida, na medida em que boa parte do trajeto é feito caminhando, subindo e descendo morros, por vezes em trilhas bem estreitas, que obrigam a longas e lentas filas indianas.
Na Patagonia Run são 6 opções de distância, desde singelos 10 km até 100 km, havendo ainda 21, 42, 63 e 84 km. Mas em todas elas a dificuldade do percurso permanece, fazendo com que os participantes (a depender de seu preparo físico) façam de 1/3 a 2/3 do trajeto caminhando, o que inclui atravessar alguns córregos, passar por trechos enlameados e escorregadios e, eventualmente, levar alguns tombos. Esse tipo de evento esportivo é comum na Argentina e está chegando por aqui, com as chamadas corridas de montanha.
A organização é muito boa. E o pessoal envolvido, extremamente simpático, a começar pelos diretores da competição, Gabriela Azcárate e Mariano Álvarez, o que é mais uma razão para tão rápido crescimento dessa corrida. Conta ainda a favor acontecer em uma pequena cidade turística, com montanhas nevadas no entorno e belos lagos, e a vegetação patagônica em cores outonais. Ou seja, estimulante para correr, sem contar o frio agradável nessa época (de 2 a 10 graus no dia).
A disputa foi no sábado 12 de abril, havendo entrega de kit nos dois dias anteriores, constituído apenas de número, camiseta e informes sobre a corrida. Para as 4 provas mais longas, recomendava-se a participação no congresso técnico, assim como o uso de equipamentos de segurança (apito, lanterna na cabeça para os que saíram de madrugada e roupas adequadas para o frio, inclusive com a possibilidade de troca no percurso).
As 6 largadas foram todas no mesmo lugar, em uma área do exército, sendo os corredores levados desde a cidade até lá, em vans, mas muitos foram de carro próprio, com amigos e familiares. A sinalização é correta e o abastecimento suficiente, considerando-se a temperatura, ou seja, sem necessidade de muita hidratação. Nos postos das maiores quilometragens, banheiros e suprimento diverso, que incluía sopa, empanadas, frutas naturais e secas, bolos, café, chá, etc.
Em função do escalonamento das largadas, a partir do meio dia começam a chegar os participantes de todas as distâncias, e o processo segue pela noite, com os ultras vindo pela avenida principal de San Martin com suas luzes na cabeça, até às 22 horas. É emocionante!
Para fechar o evento, ocorreu a festa da premiação no próprio sábado à noite, outra das tradições das corridas de montanha na Argentina, apesar de a maioria ficar apenas assistindo, sem ânimo para dançar…
Mais informações e resultados no site www.patagoniarun.com/br.