A brasileira Vanessa Cristina de Souza, de 31 anos, terminou sua sequência de Majors com excelente resultado. Das quatro maratonas disputadas em apenas três semanas, a santista conseguiu ficar no top 5 em três oportunidades.
Depois de participar da maratona dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, onde foi a 10ª colocada, Vanessa começou sua sequência de Majors com um 5º lugar na Maratona de Berlim, disputada no dia 26 de setembro. Na semana seguinte, no dia 3 de outubro, a brasileira foi a 7ª colocada na de Londres. Uma semana depois, no dia 10 de outubro, ela ficou na 4ª posição na Maratona de Chicago. Apenas um dia depois (11/10), a paratleta repetiu na de Boston a 4ª colocação de Chicago.
Um dos grandes desafios da atleta, que é a atual recordista brasileira (1:40:21 em Sevilha 2020), foi disputar duas maratonas, uma em cada dia, em estados diferentes. “Terminar duas Majors seguidas em menos de 24 horas (foram 22 horas da chegada de Chicago até a largada de Boston) no TOP 5 é fantástico, mas confesso que ficou um gosto amargo na boca”, comenta a atleta, que podia ter tido um resultado melhor em Chicago não fosse um pneu furado no km 20, que a fez parar e perder posições. “Eu brigava pelo segundo lugar. Tive que trocar o pneu e isso me fez cair para a 5ª posição. Ainda consegui chegar em 4º, mas tinha chances claras de pódio.”
Outro grande obstáculo enfrentado pela atleta nestes dois últimos dias foi sair de Chicago e voar rumo a Boston. “A logística foi muito sofrida. Quando terminei a prova, fui para o doping, o que me atrasou demais. Ainda tinha que desmontar a cadeira e colocar no case para ir ao aeroporto. Não consegui almoçar e chegamos no hotel em Boston às 20:30. Aí tínhamos que fazer teste de Covid e montar a cadeira para o dia seguinte”, conta Vanessa, que também não conseguiu jantar porque o restaurante do hotel já estava fechado. “Comi um lanche e fui dormir às 22h para acordar às 3h. Acordei bem cansada, não só dá maratona, mas também da viagem.”
Mesmo assim, Vanessa encerrou sua participação nestas quatro Majors com uma excelente colocação em Boston. “Larguei bem forte, conseguindo ficar junto da (Tatyana) Mcfadden até o km 10. Estava em 3º até o km 25, mas senti muito o cansaço dessa sequência de duas provas e acabei quebrando. A americana (Yen Hoang) desgarrou na subida”, conta a atleta, que agora retorna ao Brasil, onde fica por alguns dias, e depois volta aos Estados Unidos para disputar no dia 7 de novembro a Maratona de Nova York.
“Estou muito feliz em fazer essas quatro Majors em três semanas. Ainda tenho Nova York. São minhas melhores posições nessas provas, mas infelizmente pouco pude treinar. Acabei indo para as provas com o preparo de Tóquio. Depois de Nova York, vou ter umas férias para começar a base para 2022.”