A edição 2025 da Maratona de Nova York entrou para a história com recordes, finais emocionantes e participação massiva. Realizada no último domingo (02/11), a prova confirmou ainda mais seu status de maior maratona do mundo, com 59.226 concluintes e representantes de 132 países (18.660 atletas internacionais), sendo 31.927 homens, 27.156 mulheres e 143 não-binários.
Bicampeã com recorde da prova
A queniana Hellen Obiri conquistou seu segundo título na prova e ainda derrubou um recorde que durava 22 anos. Ela venceu com 2h19min51 (seu recorde pessoal em maratonas), superando a marca de 2h22min31, estabelecida pela compatriota Margaret Okayo em 2003. O pódio foi inteiro queniano: Sharon Lokedi foi a vice-campeã, com 2h20min07, seguida por Sheila Chepkirui, com 2h20min24.
Entre as americanas, Fiona O’Keeffe terminou em 4º lugar, com 2h22min49, o melhor tempo de uma atleta dos Estados Unidos na história da prova.
Chegada apertada
No masculino, o pódio também foi dominado por quenianos. Benson Kipruto levou a melhor resistindo ao ataque final do compatriota Alexander Mutiso. A diferença foi de apenas três centésimos de segundo (2h08min09 x 2h08min09.03), a chegada mais apertada já registrada na maratona nova-iorquina. Albert Korir completou o pódio com 2h08min57. O americano Joel Reichow foi o melhor dos EUA, em 6º lugar, com 2h09min56.

Nos cadeirantes, o suíço Marcel Hug ampliou seu domínio com o sétimo título, cruzando em 1h30min16 e tornando-se oficialmente um “NYRR Streaker”, atleta com pelo menos 15 participações concluídas na maratona. No feminino, a americana Susannah Scaroni garantiu o bicampeonato consecutivo, vencendo em 1h42min10s.
Brasileiros em destaque
O Brasil teve 904 concluintes na edição 2025 da Maratona de Nova York, confirmando mais uma vez a forte presença brasileira na prova mais emblemática do calendário mundial. Entre os destaques, Luís Fernando Oliveira foi o melhor brasileiro no geral, com o excelente tempo de 2h17min58s, enquanto Marlei Willers foi a melhor entre as brasileiras, cruzando a linha de chegada em 2h41min58s.


Morone foi o 3º colocado na categoria 40-44 anos (Fotos: @fparadizo / @revistacontrarelogio)
Marlei conquistou ainda o título geral máster e foi campeã do Abbott World Marathon Majors Age Group World Championships, campeonato mundial por faixas etárias, voltado a atletas com mais de 40 anos, que reuniu mais de 2 mil corredores de 85 países e foi disputado junto com a Maratona de Nova York.
O Brasil teve também outro nome no pódio do Mundial: Miguel Morone foi o 3º colocado na categoria 40-44 anos, com o tempo de 2h25min40s.
A despedida de Kipchoge
A participação de Eliud Kipchoge na prova foi marcada por um forte simbolismo esportivo e histórico, tanto para o atleta quanto para o evento. Em sua estreia em Nova York, o bicampeão olímpico terminou em 17º lugar, com o tempo de 2h14min36s, resultado que, embora distante do pódio, representou o fechamento de um ciclo lendário. Com isso, Kipchoge completou as seis maiores maratonas do mundo, conquistando a cobiçada Six Star Medal do circuito Abbott World Marathon Majors.
A prova também foi a última de sua carreira profissional de elite. Mesmo longe das primeiras posições, sua presença foi reverenciada: ao cruzar a linha de chegada, Kipchoge foi aplaudido de pé, em um momento que simbolizou o encerramento de uma era.
Logo após completar a prova, o queniano anunciou um novo e ambicioso projeto: o “Eliud Kipchoge World Tour”, que prevê a participação em sete maratonas nos sete continentes ao longo dos próximos dois anos.
O objetivo é unir sua presença esportiva a uma causa social, arrecadando fundos para a Eliud Kipchoge Foundation, dedicada a projetos de educação, meio ambiente e incentivo à corrida como instrumento de transformação global. Segundo ele, trata-se de “competir não apenas por recordes, mas pelas pessoas”, reafirmando sua mensagem inspiradora de que “nenhum humano é limitado”.



