Fazia algum tempo que não me preparava para uma maratona em abril, como está acontecendo agora nos meus treinos para Boston, dia 17/04. Para tal, estou cumprindo a mesma planilha de 12 semanas, elaborada por Fernando Beltrami, da seção "Fisiologia", que em 2016 me levou a um excelente condicionamento para correr fácil em Porto Alegre e conseguir, com folga, a qualificação para a centenária maratona norte-americana (fiz 4h03, quando precisava 4h23, na minha faixa etária de 70/74 anos).
Contudo, agora as coisas estão mais difíceis, e acredito que a razão principal seja em função do período do ano, ou seja, desde meados de janeiro até fim de março (em abril são duas semanas de redução na quilometragem). As temperaturas têm variado entre 22 e 30 graus, pela manhã, o que gera grande desânimo e desgaste, prejudicando tanto os trabalhos de qualidade como os de rodagem.
O problema afeta todos os brasileiros que decidem por uma maratona em abril e que são muitos, considerando-se, além de Boston, as de Paris, Santiago, Roterdã, Montevideo, para ficar em algumas, onde o clima costuma ser até muito propício, mas que exigem o treinamento no calor. Já para os que vão enfrentar a prova paulistana, dia 9, a situação é agravada pelas condições nada favoráveis também na corrida.
Existe ainda uma situação anterior e bem semelhante, que é a dos que optam pela maratona e meia da Disney (no comecinho do ano), obrigados a se preparar entre setembro e dezembro, apesar de haver, neste caso, uma predominância de participações sem grande preocupação com o relógio e sim mais pela festa.
Toda essa realidade é bem distinta da dos que escolhem enfrentar lá fora os 42 km em setembro / outubro / novembro, quando o clima costuma ser perfeito para obtenção de resultados rápidos e, principalmente, podem treinar no melhor período no centro-sul do Brasil, isto é, no nosso inverno. Neste caso são beneficiados os que vão correr em Berlim, Chicago, Buenos Aires, Amsterdã, Nova York, entre outras.
DEPOIS DE BOSTON, A RÁPIDA PORTO ALEGRE. Em função de não estar treinando como gostaria, acredito que minha estreia na maratona americana, dia 17 deste mês, para comemorar meus 70 anos, deverá ter um resultado entre 4h15 e 4h30, mas já tenho uma carta na manga.
Depois de Boston, descansarei (correndo…) uma ou duas semanas, para então fazer um treino de qualidade de quatro semanas nas condições favoráveis do mês de maio, e seguir para a capital gaúcha, onde se consegue as mesmas condições das mais rápidas provas do exterior, graças ao seu percurso plano, clima sempre favorável e ótima organização.
Quem sabe não melhoro ainda mais a boa marca do ano passado e consigo um sub 4h, que seria com certeza um excelente presente de aniversário, compensando a frustração de não ter fechado abaixo de 3h, em Blumenau, em 1993, em função da conhecida história do ônibus que se perdeu no caminho para a largada.
Aliás, na CR de março apresentamos uma planilha especial de oito semanas para os que vão fazer a Maratona de SP e, caso não gostem dos resultados alcançados, melhorem sua preparação e encarem os 42 km de Porto Alegre, dia 11/06. Terão, assim, grande chance de reduzir sua marca na distância e quem sabe até obter índice para o seletivo Ranking Brasileiro de Maratonistas, elaborado pela revista, com direito a diploma e muito orgulho.
Para os que não sabem quais os tempos necessários para ingresso no Ranking da CR, apresentamos o quadro respectivo, reforçando que valem apenas resultados em maratonas oficiais brasileiras, sendo que, no ano passado, 57% dos concluintes em Porto Alegre tiveram sucesso nessa meta, o mais alto índice das provas nacionais.