Blog do Corredor Redação 25 de julho de 2023 (0) (709)

Maratona de Blumenau, a novidade mais aguardada do ano

POR ANTONIO COLUCCI | @anton10colucci e @resgatedoatletismobr

Quem me acompanha pelas redes ou no semprecorrendo.com.br sabe que a Maratona de Blumenau era uma lenda, um apanhado de histórias de grandes maratonistas, de marcas fantásticas, recorde brasileiro, recordes pessoais e também de alguns erros e frustrações pessoais.

No programa do Resgate da História do Atletismo Brasileiro, eu e o Tião Moreira conhecemos histórias incríveis dos 24 anos de Maratona em Blumenau e, quando foi confirmado o retorno da prova para 23 de julho deste ano, já organizamos a agenda para estarmos presente, eu pela primeira vez e o Tião pela 25ª.

A prova prevista para ter as distâncias de 5 km, 10 km e 42 km sofreu uma alteração no regulamento faltando poucos dias, alterando o percurso para 2 voltas de 21 km dentro da cidade.

Blumenau é uma cidade de Santa Catarina, na região sul do Brasil, famosa pela festa da Oktoberfest, uma região colonizada por alemães e localizada no Vale do Itajaí.

A beleza da cidade pode ser vista logo na chegada para a retirada dos kits que foi na Vila Germânica, o mesmo lugar onde acontece a Oktoberfest. Na expo encontramos várias lojas e produtos para corredores, e também a família Lavandoski divulgando a Maratona do Vinho 2024 (essa é uma dica de ouro).

Kit retirado, muitos amigos, aquela resenha boa.

Na manhã do sábado, um trote no parque e o famoso café da manhã com a tradicional cuca na Vila Germânica,  e a noite o jantar de massas com vários tipos de macarrão, molhos, saladas, refrigerantes, chopp e muita animação com danças típicas alemãs em uma mini-oktoberfest.

Chegou a hora da largada, o frio esperado por alguns ficou lá no Alasca e amanheceu um domingo propício para grandes marcas. A largada da maratona aconteceu após o hino nacional e partimos para a primeira volta de 21 km. O percurso não foi tão plano como falaram, mas a altimetria não atrapalhou em nada. O fato de dar duas voltas facilitou para conhecer o caminho e até mesmo para alguns que simplesmente pararam na primeira volta.

Fica a dica para a próxima edição, em 21 de julho de 2024, que tenha também a distância de meia maratona (já confirmada) para a prova ficar ainda melhor.


O percurso dentro da cidade, todo sinalizado, com hidratação muito boa, banheiros químicos em vários pontos, a subida da ponte no km 17 e 38 tinha um ponto de isotônico e a passagem pela chegada com grande participação do público nas duas voltas.

O kit com camiseta de manga longa, boné, canelito, número de peito e sacochila foi completado com a linda e enorme medalha para os concluintes. No número de peito tem um QR CODE onde já conseguia verificar o resultado, que para alegria dos que foram correr por performance teve a premiação por faixa etária, divididas a cada 5 anos e com premiação em dinheiro para os três mais rápidos de cada categoria e troféus para os 5 primeiros nas provas menores e para os 7 primeiros de cada faixa na maratona.

A premiação aconteceu também na Vila Germânica e começou às 14h, o que permitiu que os premiados fossem almoçar, tomar banho, fazer check-out nos hotéis. Muitos não puderam ficar por conta dos horários dos aviões e ônibus. Fica a dica para a organização no próximo ano fazer a premiação das provas menores próximo à chegada, enquanto a maratona ainda está sendo disputada, ou logo após a chegada da prova principal. É uma correria gigante, mas pode ser uma alternativa para dinamizar o tempo de todos.


A festa da premiação foi muito legal, muito bonita e muito contagiante. Deu até vontade treinar mais para no próximo ano tentar ganhar um troféu. Eu tive a honra de subir no pódio e receber a premiação de campeão da categoria representando o amigo José Luiz da Silva que sabia do horário da premiação, mas tinha que estar de volta a São Paulo para trabalhar a madrugada toda na portaria. Ele buscava uma vaga entre os 5 primeiros e nos últimos km sentiu a pegada da turma e finalizou na 11ª posição e 1º na categoria.

Sobre minha prova, fiz a primeira volta em um ritmo tranquilo, porém forte demais para uma maratona, sabendo que a conta chegaria em algum momento da segunda volta. E ela chegou muito mais cedo que o esperado. A partir do km 25 tive que trabalhar a cabeça, umas dores musculares, as cãibras que queriam aparecer e carregar o elefante nas costas bem antes do muro aparecer. Só não senti mais porque fui interagindo com outros atletas, com muitos amigos que passavam e fazendo vídeos a cada passagem dos km finais, um verdadeiro jogo mental para acabar logo e poder curtir o pós-prova.

Deu certo, fui recepcionado no tapete vermelho pelos amigos, aquela festa maravilhosa que parecia que eu só tinha dado uma voltinha no quarteirão.

Antes de receber a medalha, encontrei os amigos, tinha muita comida, frutas e água e o sol apareceu com vontade para minha alegria e para castigar quem ainda estava no percurso.

A cidade abraçou a prova, os motoristas respeitaram os corredores e não vi nenhuma ocorrência no meu percurso. Os staffs estavam sinalizando muito bem, os guardas apoiando nas vias principais e a hidratação foi perfeita.

A CORBLU entregou uma bela maratona para o calendário nacional. Que ela volte a ser a tão gloriosa maratona dos anos 1990 e início dos anos 2000.


Antonio Colucci, 48 anos, descobriu há 20 anos as provas de corrida de rua e desde então, está #semprecorrendo. Corre maratonas desde 2009 e em 2023 já correu 5.
Apresenta o programa Resgate da História do Atletismo Brasileiro com o fotógrafo lenda das corridas Tião Moreira.

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