O que significa correr uma maratona sub 2h?

A Nike divulgou nesta semana o projeto da “maratona sub 2h” em 2017. Uma bela jogada de marketing. Publicidade. Divulgação. Discussão. Agora, deixando esse ponto de lado, você respirou e já parou para pensar o que realmente significa correr uma maratona sub 2h com base nas referências que existem atualmente?

Antes de qualquer coisa, quem não leu sobre o projeto, pode conferir clicando aqui. Agora, então, seguimos em frente.

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Lelisa Desisa, Zersenay Tadese e Eliud Kipchoge: projeto da Nike. Crédito da foto: Nike/Divulgação

A começar, o mais básico, pensando que a elite faz uma prova constante. Tem de correr duas meias-maratonas seguidas praticamente sub 1h, ou seja, 59:59 e 1:00:00. Ou um meia absurda e segurar nos outros 21 km (ou o inverso). Apenas isso, é surreal.

Vamos chegar nos 42.195 m. Hoje, o recorde mundial é de 2:02:57 de Dennis Kimetto. O único sub 2h03. Eliud Kipchoge (um dos “meninos” da Nike), Kenenisa Bekele e Wilson Kipsang têm tempos próximos, alguns segundos a mais, porém, ainda, na casa dos 2h03.

A matemática trabalha muito contra os números. Vamos imaginar o seguinte. A cada 42 segundos, tiramos 1 segundo do ritmo nos 42 km. Isso vale tanto para a elite quanto para mim ou para você, simples mortais. Em qualquer ritmo 42 segundos = 1 seg/km.

Assim, se alguém baixar esses mesmos 42 segundos do tempo do Kimetto, ainda estaremos na cada das 2h02. Será uma maratona impressionante para 2:02:15. Algo incrível.

Agora, então, deixando outras suposições de lado. Vamos focar no 1:59:59. Ou seja, comparando com os 2:02:57 atuais. Teria de baixar 2 min e 58 segundos. Certo? Isso equivale a 120 + 58, 178 segundos. Dividindo por 42 e arredondando (pois 4 daria 168, ficando acima das 2h00) são 5 segundos por km de média na comparação com o melhor tempo de todos os tempos! Ah, um detalhe, se pensarmos em milha (1.609 m e as 26.2 milhas da maratona, são 7 segundos por milha, de 4:41 para 4:34).

O marketing é lindo e aceita tudo. Assim como o papel e os projetos que podemos desenvolver. Prová-los na prática ou executá-los, é outra história. Possível? Claro, um dia. Não sei quando. Vai demorar a meu ver…

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