(Ok, eu sei que tenho andado ausente do blog, e peço perdão aos meus 350.000 leitores, mas estou viajando e com menos acesso a computadores e internet. Prometo que semana que vem volto a postar todo domingo!)
Existem vários livros interessantes sobre corrida e que valem a pena serem lidos. Mas queria recomendar um que não fala de corrida especificamente, e sim do poder transformador dos nossos hábitos em nossas vidas. Se chama “O Poder do Hábito”, de Charles Duhigg.
Em algumas breves passagens cita a corrida como um dos exemplos de hábitos que, uma vez bem “inseridos” em nossa rotina, tem um impacto positivo em diversas áreas de nossa vida. O texto abaixo, do site www.olugar.org, incorpora bem a mensagem do livro no que tange o hábito de correr:
Correr é mais do que correr: alguns hábitos configuram mundos
Não existe uma lista pré-definida e infalível dos hábitos que impulsionam esses desdobramentos. Alguns hábitos, entretanto, têm um potencial muito maior que outros. Correr é um deles.
Começa com um estímulo brando seguido de uma recompensa pequena. No começo, corremos para sentir o corpo soterrado de endorfina, pulsando. Em seguida, torna-se natural surgir o interesse pelo aspecto técnico. Atentamos para nossa respiração, cronometramos nosso tempo, analisamos a distância percorrida. Nos observamos. Começamos a buscar algum tipo de superação e o pacote de recompensa cresce. Agora, além do pacote de endorfina, buscamos uma espécie de sensação de missão cumprida.
Refinamos a auto-observação, começamos a perceber em qual período do dia estamos mais dispostos, quais fatores físicos e emocionais afetam nosso desempenho e qual o tamanho do monstro que vive na nossa cabeça e que sussurra de maneira sedutora desculpas criativas para pular o treino: “Só hoje não tem problema”.
É um universo tão grande e rico que de repente faz sentido se inscrever numa corrida de rua. A semana, que antes era uma semana comum, passa a ser a semana que vai ter corrida. Nada mais justo do que tentar ajeitar a alimentação para estar 100% no dia da corrida. Com a alimentação equilibrada, fica mais fácil treinar bem.
Nos dias em que você dorme mal, o treino é ruim. Então ajeitar o sono não parece algo tão descabido. O medo de naufragar sua vida social por conta de abortar uma ida ao bar começa a não fazer tanto sentido. Na verdade, fica cada vez mais evidente que a qualidade da nossa vida social e das nossas relações tem pouquíssima relação com a quantidade de compromissos que assumimos.
Aquela corridinha, que antes era só uma geradora de endorfina, mudou a maneira como você enxerga sua rotina, sua alimentação, seu descanso e sua vida social.
Não temos capacidade de prever todos os desdobramentos das nossas ações. Então, ao invés de atacar uma lista minuciosa e extensa, cheia de detalhes, é melhor focar em pequenas mudanças e utilizá-las como alavanca para que os grandes movimentos – as verdadeiras transformações – tenham espaço para acontecer.