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Notícias Redação 7 de maio de 2012 (0) (111)

Nova York é sucesso também nos 21 km

A Meia-Maratona de Nova York já é um sucesso entre os brasileiros. Apesar de ser uma prova relativamente nova, na sua 7ª edição, a fama da versão em meia da maratona mais famosa do mundo tem conseguido adeptos rapidamente. O total de inscritos continua restrito a 16 mil, em função do circuito não comportar número maior, segundo os organizadores. Esse é o preço que se "paga" para um evento realizado na rica Manhattan. Este ano foram 15.331 concluintes, sendo 7.451 homens e 7.880 mulheres, números que comprovam a predominância feminina na distância dos 21 km, muito comum nos Estados Unidos. A prova aconteceu no dia 18 de março e teve 231 brasileiros inscritos. O processo de inscrição segue o mesmo critério da maratona, ou seja, quem não tiver índice técnico por faixa etária, só pode se inscrever pela Kamel, agência oficial da prova no Brasil, ou tentar a sorte na loteria.

A largada é no Central Park, às 7h30. Depois de uma volta completa no parque, com muitos aclives e declives, a circuito muda totalmente de característica, com um misto de plano e descida até o final. O percurso segue pela 7ª Avenida, passando pela badalada Times Square e virando na 42ª Street para pegar a 12ª Avenida, onde passa a beirar a Rio Hudson para terminar na belíssima região da South Street Seaport, com vista para a Brooklyn Bridge.

Apesar da fama de prova difícil, por causa das ondulações nos primeiros 10 km, dentro do parque, a maior parte dos que correm a Meia de Nova York acredita que o percurso é rápido, principalmente para aqueles que conseguem segurar o ritmo no começo, para soltar ao final. E não faltam exemplos de corredores que conseguem nesse circuito seu recorde pessoal. 

Ao final da prova, a mineira Patricia Saraiva comemorava o resultado, já que baixou 2 minutos seu melhor tempo, conseguido em março do ano passado em Paris; ela fez 1h57. "Achei a prova bem organizada. O trajeto é excelente. A parte mais difícil é no Central Park, mas depois tudo descida e plano e o público e as bandas pelo percurso ajudam bastante", conta Patricia, que, como a maioria dos corredores, elegeu a passagem pelo Times Square, entre os km 10 e 12, como o ponto alto da prova, com muita gente incentivando e várias bandas tocando.

Outra que também conseguiu melhorar seu tempo foi a paulista Claudia Suguiuti. "Já fiz cinco meias; Essa foi minha primeira internacional e consegui baixar 3 minutos. Fiz 2h06. Correr no Central Park é maravilhoso e foi emocionante cruzar a Times Square. Ali eu tive que parar para tirar foto. Eu tinha que registrar aquilo. Peguei meu celular e parei para fotografar", diz Claudia, que achou a largada um pouco tumultuada, principalmente para os corredores que saíram nas baias de trás. Muitos deles conseguiram ver a passagem da elite na pista lateral, que já dava acesso ao km 10.

Apesar da demora na largada, o santista e estreante em meia-maratona Bruno Santos não se preocupou muito com isso: "Foi emocionante ver o Marilson passar ali bem do meu lado". Bruno aproveitou as férias em Porto Rico para dar uma esticada e conhecer Nova York e estrear nos 21 km em grande estilo. Ele terminou a prova em 1h52 e também não viu muitos aclives no percurso. "Para mim foi bom. O percurso é quase todo plano. Só o frio que pegou um pouco. Mas eu ficava no meio do povo e conseguia cortar um pouco o vento. Volto aqui com certeza o ano quem vem."

O baiano Miguel de Dantas Filho também promete voltar o ano que vem. "Fiz a maratona no ano passado e quis fechar o ciclo de Nova York", conta ele. O que Nova York tem de especial? "Milhões de pessoas do mundo inteiro podem visitar a cidade, mas apenas milhares correm uma prova aqui. Esse é o grande diferencial. E essa meia tem um glamour porque é toda em Manhattan", comenta Miguel, que completou em 1h37.

Uma das coisas que mais compromete os corredores que optam por fazer uma prova numa cidade como Nova York é com certeza as "andanças pelas ruas", para muitos difícil de conter, o que acaba comprometendo a prova. Foi o que aconteceu com o catarinense Paulo Henrique da Silva. "Eu pretendia correr abaixo de 1h30, mas fiz 1h32. Andei direto desde quarta-feira e quase não dormi na noite anterior, ansioso com a corrida. E ainda cometi o erro de usar um tênis novo. Com medo do frio, corri com luva, três camisas e me senti travado na corrida. Mas a prova é muito boa, com vários postos de hidratação", diz Paulo, que promete voltar para a maratona, mas descansando bem antes da competição.

VITÓRIA DE KIRUI, COM MARILSON EM 9º

O campeão da Meia de Nova York foi o queniano Peter Kirui, que fechou a prova com 59:39. O atleta puxou o ritmo da prova desde o início, passando os primeiros 5 km para 13:45, junto com o etíope Deriba Merga, que finalizou a prova em 2º lugar, com 59:48. Um pouco mais atrás ficou o também etíope Feyisa Lilesa, que terminou em 3º, com 1:00:45.

Mas, se as três primeiras posições foram se definindo cada vez mais no decorrer da prova, no grande pelotão de atletas que vinha logo atrás dos líderes muita coisa ainda poderia acontecer. Marilson Gomes dos Santos puxou o tempo todo o pelotão e as posições finais foram definidas muito perto da chegada. Apesar da 9ª colocação, com 1:01:26, o brasileiro ficou contente com o desempenho na prova, que foi um bom teste para a Maratona de Londres, próximo objetivo do atleta, marcado para o dia 22 deste mês.

"Fiquei feliz. A prova foi dentro do que eu estava esperando. Em termos de colocação não foi muito bom, mas até o km 20 eu estava em 4º lugar, puxando o tempo todo um pelotão grande de atletas. A prova foi definida nos 400 metros finais e acabei ficando com a 9ª colocação", comentou Marilson.

"Foi uma prova que me senti muito bem, até pela fase de treinamento que estou. Essa foi minha segunda prova do ano, precisava mesmo ganhar ritmo de competição e senti uma grande melhora em relação à Meia de São Paulo, onde eu até corri bem, puxando o ritmo sozinho também, mas foi uma corrida bem mais pesada e sofrida. Eu estava precisando competir e foi um bom teste."

Adauto Domingues, técnico do atleta, também gostou do desempenho. "Se pensarmos na classificação, não foi boa. Mas, por outro lado, fiquei contente porque ele se sentiu muito bem e puxou o tempo todo o pelotão em que estava. O objetivo era esse mesmo", explica Adauto. "Acredito que o ritmo em Londres será absurdo e temos que nos adaptar ao que está acontecendo hoje, com atletas muito rápidos tentando o recorde mundial. Muito provavelmente o Marilson vai ter que correr sozinho lá, puxando o ritmo que vamos propor para ele, sem se preocupar com esses atletas. E a Meia de Nova York foi um bom teste."

Na competição feminina, a campeã foi a etíope Firehiwot Dado, que bateu o recorde da prova, com 1:08:35. Na 2ª posição chegou a neozelandesa Kim Smith (1:08:43), seguida da norte-americana Kara Goucher, com 1:09:21.

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