Nos vemos na linha de largada da Boston Marathon

Dear Andre T. Savazoni,

This is to notify you that your entry into the 116th Boston Marathon on Monday, April 16, 2012 has been accepted, provided that the information you submitted is accurate.

A Confirmation of Acceptance card will be mailed to you via US Postal Service mail in October.

We look forward to seeing you in April! Best of luck in your training!

Sincerely, Boston Athletic Association

Ao receber este e-mail, na manhã desta segunda-feira (19), senti uma grande alegria. Ao mesmo tempo, recordei como há pouco mais de um ano nem tinha corrido uma maratona. E que, um pouco antes, no final de 2009, nem pensava em correr maratonas. Quando comecei efetivamente na corrida, em 2008, os 42 quilômetros não eram um plano. Longe disso. Nem a meia-maratona. Queria correr 10 km e os 15 km da São Silvestre. Esse sim era o sonho. Concretizado em três oportunidades – 2008, 2009 e 2010.

Lembro que recebi, no final de 2009, um e-mail da Yescom com uma promoção de inscrição para a Maratona de São Paulo e a Meia do Rio de Janeiro, ambas de 2010. Garantindo presença antecipadamente, o preço era bem baixo e ainda ganhava uma camisa e um boné comemorativos, a serem retirados na capital carioca (que eram uma porcaria, diga-se de passagem). Aceitei o desafio e me inscrevi. Detalhe: quando fiz isso, tinha corrido apenas uma meia-maratona, a das Pontes, para 2h02.

Escolhi então uma planilha no site da Contra-Relógio (nem pensava em trabalhar na revista, nesse momento) e comecei meu treinamento no dia 4 de janeiro. Lembro bem. Dentro da programação, as meias internacional de São Paulo e da Corpore faziam parte do treinamento. Corri as duas. Para 1h37 e 1h33. Sem conhecer muito do esporte, cumpri todo o planejado.

Chegou a Maratona de São Paulo. Ritmo para correr? Não tinha nada disso definido. Só sabia que iria corrê-la, após fazer os longões. E, realmente, corri os 42.195m, não andei nenhuma vez. Esse era meu acordo comigo. Chegar ao final e dizer: “Corri toda a maratona”. Fiz, desde o início, um ritmo praticamente constante. E concluí em 3h47. Depois, ainda caminhei um pouco, peguei táxi, metrô e ônibus para voltar a Jundiaí. Lembro de chegar na casa de meus pais, onde minha mulher e meus filhos me aguardavam, morrendo de fome: mandei ver uma montanha de yakissoba e, depois disso, estava novamente me sentindo muito bem. Realizado. Era dia 2 de maio de 2010. O dia em que me apaixonei pela maratona.

Estamos, agora, em 19 de setembro de 2011. Passaram-se 16 meses. Mais três maratonas, algumas meias e um ou outro 10 km. Muitos quilos mais magro e com a inscrição garantida para Boston, a centenária das maratonas. Confesso que, quando corri a prova em São Paulo, nem sabia da importância da prova americana. Do sonho de corredores do mundo inteiro de disputá-la. Dos índices de classificação que, a cada ano, estão mais difíceis.

Muitas pessoas me incentivaram, me ajudaram e deram dicas sobre a corrida. Quero homenagear a todos (sem citar nomes, porque corro o sério e provável risco de esquecer alguém) por meio de minha mulher, Mari, que durante todo esse tempo, sempre me apoiou e me ajudou. Obrigado.

E, para concluir, quero dizer que se eu consegui, caso tenha o sonho de correr Boston, vá atrás porque é mais do que possível. Agora, serão sete meses de treinamento e dedicação. Geofrey Mutai e Moses Mosop, cuidem-se que eu estou chegando. Nos vemos na linha de largada em Boston, no dia 16 de abril de 2012.

ASSINE NOSSA NEWSLETTER

É GRATUITO, RECEBA NOVIDADES DIRETAMENTE NO SEU E-MAIL.