Cada corredor tem as suas regras sagradas, os seus mandamentos. Para mim, jogar futebol, por exemplo, principalmente em fases de treinamento mais específico para alguma prova importante, é proibido. É correr um risco desnecessário.
O raciocínio é simples: nunca fui bom no futebol, jogo na zaga dando botinadas e chutões para a frente. Além disso, jogar futebol é perigoso pois você se expõe a choques, trombadas, escorregadas e movimentos “radicais” que podem comprometer seu joelho, tornozelo, canelas, etc. Então, para quem tem corrida como prioridade esportiva, como eu, tenho mais a perder do que a ganhar jogando futebol. Tem gente que consegue conciliar corrida e futebol, sem se machucar, eu respeito e admiro. Mas comigo não funciona.
Aí, num belo sábado de verão, início de fevereiro, churrasco na fazenda de um amigo, a turma da faculdade reunida (mesmo depois de 13 anos de formados nos reunimos com frequência!), inevitavelmente rola uma pelada. Na primeira chamada disse que não ia, mas deu uma coceira, 1 ano sem jogar bola, o que que custa, meia horinha não vai tirar pedaço, vai que eu faço um gol ainda por cima…. caí em tentação!
Padre, eu confesso, pequei. Tal qual Adão comeu a maçã, eu caí em tentação e desrespeitei um dos meus mandamentos. Joguei a tal da pelada. Pra piorar estávamos todos descalços. No segundo lance que participei fui tentar desarmar um atacante adversário e pimba! Meti o peito do meu pé na panturrilha dele com tudo e senti uma dorzinha familiar.
Como o corpo estava quente, na hora não pareceu tão grave, continuei jogando. Mas depois eu vi o estrago que tinha feito. Pé inchado, sem conseguir andar direito, quanto mais correr.
Assim como um padre manda um pecador rezar 20 Ave-Marias, eu tive minha sentença: 20 dias sem correr, colocando gelo 3x por dia e fazendo fisioterapia (infra-vermelho e micro-ondas). Baita prejuízo para quem vai fazer a Maratona de Porto Alegre em Maio. Agora, o jeito é correr (literalmente) atrás do prejuízo!
Resumindo, aprendi de vez a lição: se jogar futebol, não me chame.
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