Muita prova (junta) para pouco corredor. Mercado de trail precisa se organizar

Não vejo (pelo menos ainda) um mercado tão grande de provas em montanha, as chamadas trail, para o número de corridas que vem sendo organizadas no Brasil. Ainda mais, uma “atrás da outra”.

Com isso, se pensarmos em um número absoluto, até houve uma evolução, claro, porém, os eventos estão “esvaziados” quando, com um calendário melhor dividido, seria bom para todos.

Posso citar alguns exemplos recentes. Nem é preciso fazer uma pesquisa grande. Final de semana passado. Ultra Trail Agulhas Negras (com todos os problemas apresentados, como distância 10% maior nos 80 km). Foram quatro distâncias: 11 km, 21 km, 50 km e 80 km. Em Ubatuba, o K42, com 10 km, 21 km e 42 km. No próximo sábado, teremos a Indomit São Paulo Ultra Trail, com percursos de 50 km, 21 km e 12 km em São Bento do Sapucaí. Na média, não é o mesmo público?

Em junho, mais um exemplo claro. No dia 14, o K21 Joinville. No final de semana de 27 e 28, haverá, simultaneamente, o Desafrio Urubici e o Mountain Do Costão do Santinho. Com um agravante: os três citados são no mesmo Estado! Também em junho, teremos outras…

O custo para ir em uma prova de montanha não é pequeno, até pelos atrativos. Não falo apenas da inscrição (e todos os fatores que a envolve), mas que são em locais que vale a pena ficar mais tempo, necessário pagar hotel, alimentação (em algumas corridas, 90% ou até mais é de fora da cidade)… ou seja, não dá para fazer uma atrás da outra – como algumas vezes ocorre no asfalto.

Vale, e muito, a reflexão. Do jeito que está, será complicado para todos, com provas surgindo e sumindo. Como, também, precisamos discutir o nível dos corredores, com gente partindo cada vez mais para distâncias longas nas montanhas sem a experiência/treinamento necessários, mas isso é tema para outro artigo.

Foto: Divulgação

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