Com a orientação que tive em casa desde criança, pela formação de meu pai em medicina chinesa, a palavra-chave sempre foi “equilíbrio”. E isso vale tanto na vida social quanto na profissional. A corrida não poderia ser diferente. E resolvi, nas últimas semanas, levar a sério isso.
Convivia com dores que não atrapalhavam a corrida, mas é algo chato. Que vai cansando a cabeça. Te deixa irritado algumas vezes, tira a concentração. Desde o ano passado, quando senti um puxão na posterior da coxa na reta final da preparação para o Desafio do Pateta. Dor que me acompanhava desde então, pegava um pouco na lombar, refletia na perna esquerda… E vamos deixando de lado…
Depois de ter corrido a Meia da Praia Grande com esse incômodo, resolvi ir atrás. Algo que deveria ter feito antes. Ultrassom da coxa, tomografia da coluna e… nada, tudo correto. Primeiro passo, acertar o equilíbrio corporal. Não gosto (nem quero) fazer musculação. Ganho músculo e peso fácil assim. Ficando mais pesado, me trava na corrida. Então, funcional, fortalecimento, alongamento e pilates, depois de uma avaliação que mostrou o que já sabia, um desequilíbrio geral.
E incluindo nisso, fui atrás do equilíbrio alimentar. Com o ritmo de trabalho em jornal diário, de tarde e de noite é mais complicada a alimentação. Trabalhar até depois da meia-noite duas, três, quatro vezes por semana abre o apetite! Então, fui na nutricionista, acertei a alimentação, cortei bastante o gluten, reduzi a farinha, o açúcar, deixei o pão no passado, comi mais salada e legumes em quatro semanas do que no ano… ou seja, equilibrei tudo. Não gosto de radicalismos, não corto tudo 100%, até porque temos uma vida social.
Resumindo a história, redução drástica dos incômodos (quase sumindo), uma alimentação muito mais saudável, em quatro semanas 3% de gordura a menos e mais de três quilos para o espaço, com um ganho de 200 g de massa magra (ou seja, o que foi embora foi gordura mesmo!).
E essa melhora, esse equilíbrio, não só ajuda na corrida, é determinante para o trabalho, para a saúde, para a disposição, para a relação com a família. Pois somos apaixonados pelo esporte, mas ele é um hobby, somos amadores, o ganha-pão vem de outra forma! Não podemos esquecer disso nunca, faz parte do equilíbrio, a palavra-chave.
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Bacaníssimo!
Legal. Agora que ta tudo resolvido ve se não fica tanto tempo sem fazer um post neste site.
Farei um breve comentário até mesmo porque todos nós estamos carecas de saber que comemos de forma errada. O problema está na dificuldade em nos reeducarmos na alimentação.
Também decidi, tempos atrás – acho que uns 3 anos – me reeducar visando melhores resultados na competição. E mais tarde, para o bem estar e saúde também.
Por experiência própria lhe digo: começar é muito difícil. E para quem começa, continuar é mais difícil ainda. Eu levei, agora não me lembro exatamente, em torno de 6 meses para me dar conta que obtive êxito. Os sinais são claros. Você sente náuseas ao passar ao lado de uma barraca de pastel ou ao lado de um pessoal fazendo churrasquinho na rua. Você não saliva quando vê bolo, sorvete ou doce à sua frente. E o melhor, doce?? Você, facilmente, vai em busca do doce na laranja, banana, maçã etc. Você não sente mais falta de coca-cola. Você só pensa que coca-cola só é boa para limpara mármore ou desentupir ralo. Tá com sede? Bebe água!
A grande prova é quando seus amigos (ou inimigos) te tentam a voltar para o lado ‘Negro” e começam a lhe oferecer estas porcarias só porque sabem que você conseguiu, por conta de muita disciplina e força de vontade, voltar a se alimentar como gente de verdade.
Agora André, isso que vocâ falou de equilíbrio, tanta para a corrida quanto para a vida social, por experiência própria de sucesso na reeducação alimentar, sinto-lhe dizer mas receio que você terá que ter uma vida anti-social por pelo menos estes meses até que seu cérebro tenha domínio para resistir a estas tentações e tomá-la como natural, recusar o que não for saudável sem que você sofre de ansiedade.
Resultado: Há 3 anos eu pesava 64kg em 1,75m. Agora estou pesando 58~59kg. Pelos números, imaginam eu estar subnutrido. Para os que me veem ao meu redor, dizem que estou muito bem fisicamente. E estou mesmo. Por dentro e por fora. E bem leve para correr.
Desejo-lhe muita disciplina e força de vontade!
Muito bom André! Equilíbrio realmente é a palavra chave. Importante também termos a consciência de que a corrida não é a coisa mais importante de nossas vidas. É algo que valorizamos muito, mas não deve ser, para nós amadores, a prioridade na nossa correria do dia a dia. Abcs!
Belas palavras andré,
o equilibrio é tudo na vida.
Relendo meu comentário, reconheço que utilizei um termo “pesado” demais – (…) lhe oferecer estas “porcarias” só porque (…)
Não sei qual palavra devo utilizar para substituir. Foi com o significado de alimentos que possam fazer mal ao organismo.
André Savazoni, peço desculpas!
André, você está de parabéns!
Bom demais ouvir isso. Parabéns. Ser rápido é muito bom, mas ter uma vida “fora da corrida” agradável e serena através do equilíbrio é muito melhor. Show de bola, Savazoni!
Parabéns, André. Estou na mesma toada. De uns meses pra cá, minha vida mudou radicalmente nos mesmos sentidos que vc. Equilibrei minha alimentação.
Penso da mesma forma nada de redicalismo, somos todos diferentes e coisas diferentes se adaptam ao nosso estilo de vida.
Corrida é vida, me identifiquei demais com o corre p viajar e viaja p correr.
Pra você que é trilheiro, equilíbrio é fundamental no off-road. Até porque se desequilibrar, você cai.