Notícias admin 29 de fevereiro de 2016 (0) (94)

Mountain Do Campos do Jordão

A excelente organização do evento, promovido pela SportsDo, e a temperatura amena (média de 17ºC) compensaram o percurso bem difícil, especialmente para corredores residentes em uma cidade absolutamente plana, como eu e que tenho que ser bem criativo para simular treinos em montanhas.
Além da prova principal (19,5 km), o evento também incluiu outras duas distâncias. Os vencedores foram Fabricio Barbosa (1h22) e Andreia Peres (1h43); Aelson Machado e Luzia Mesquista nos 10,5 km e Cristiano Viana e Flávia Rodrigues nos 5 km.
Para aqueles que pretendem debutar neste tipo de corrida, vou tentar resumir as principais diferenças que observei em relação às provas de asfalto.
A primeira foi a largada à tarde, às 15h30, pois, para quem está acostumado a acordar cedo para as largadas previstas para as 7 ou 8 horas, a ansiedade e especialmente correr após almoçar foram algumas das coisas marcantes. Mas, sem dúvida, o que mais me chamou a atenção foi a diferença de treinamento/preparo físico exigido para tal modalidade de corrida, onde aqueles relacionados com a velocidade perdem um pouco a importância em detrimento aos relacionados a resistência e estabilização, como, por exemplo, reforço dos quadríceps, que são bastante exigidos principalmente nas descidas acentuadas.
Em relação ao aspecto organizacional, como já mencionado, foi tudo excelente. O acesso ao local da largada muito fácil e durante a corrida, mesmo com a logística um pouco prejudicada pelos trechos em trilhas, às vezes bem estreitas, e pelas várias "quebradas" de percurso, o staff estava sempre presente, inclusive com motos para resgates e assistência médica, sem contar as marcações com tiras plásticas alusivas à prova presas em galhos de árvores para evitar que os atletas se perdessem.
A hidratação foi abundante, a cada 3 km, na distância 19,5 km, mais um ponto de Gatorade por volta do km 11, mesmo com a temperatura baixa de 14ºC nos topos, sem contar uma farta mesa de frutas, bolacha, água de coco etc na chegada.
As únicas observações a serem feitas em relação à organização são o preço salgado da inscrição (R$ 200), um pouco compensado pelo ótimo kit, formado até por uma mochila, e a imprecisão na distância correta da corrida principal, que estava inicialmente prevista para 18 km, foi alterada para 19 km cerca de duas semanas antes da prova e acabou tendo 19,5 km, como divulgado oficialmente, mas isso, para mim, foi até legal, pois aumentou o desafio e a satisfação da conclusão em 9º na minha categoria (33 anos), com o tempo 1h48.
Por fim, em que pese a vista estar um pouco prejudicada em função da neblina, o percurso escolhido não poderia ter sido melhor, pois a mistura de asfalto, trilhas beirando o abismo, as subidas e descidas de vários graus de dificuldades, tudo temperado com um terreno bastante úmido e acidentado em função das chuvas que caíram na cidade ao longo da semana, que antecedeu a prova, e a satisfação de ter alcançado um dos pontos mais altos do Estado de São Paulo, o Pico do Imbiri, com seus 1.862 m acima do nível do mar, tornaram o evento um desafio perfeito para um iniciante nesta modalidade de corridas, que com certeza já se "contaminou" com a vontade de repeti-la.
Jorge Luiz de Castro Conde é assinante de Santos.

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