O britânico Mo Farah comprovou o grande momento e apresentou um ótimo cartão de visitas hoje nas longas distâncias ao vencer a Meia-Maratona de Lisboa, em Portugal, com o tempo de 59:32, novo recorde europeu.
Ele repetiu o famoso sprint das pistas para superar o queniano Micah Kemboi Kongo nos metros finais, por apenas um segundo. O pódio teve ainda Stephen Kosgei Kibet (59:58), também do Quênia.
A melhor marca da Europa nos 21 km era de 59:52, do espanhol Fabian Roncero, de 1º de abril de 2001.
“Não podia pedir mais. Fiz a minha própria corrida. Nos últimos cinco quilômetros estava cansado, os coelhos portaram-se muito bem, tive de acreditar, porque não faltava muito. Fui ultrapassando os adversários pouco a pouco e, no último quilômetro, disse para mim: ‘Falta pouco'”, afirmou Mo Farah em entrevista às agências internacionais.
Agora, o campeão olímpico e mundial dos 5.000 m e 10.000 m, voltará para as pistas visando ao Mundial da China e à Olimpíada do Rio de Janeiro.
O brasileiro Paulo Roberto de Almeida Paula terminou na 13ª posição, com o tempo de 1:04:12. Em entrevista para a Contra-Relógio, ele afirmou que está muito forte de pernas, mas sem ritmo de competição ainda, devido à preparação para a maratona, quando irá buscar 2h10/2h11 para garantir o índice nos 42 km no Mundial de Atletismo, na China (a prova ainda não está definida, mas será em abril).
“Estou supercontente. A prova toda corri tranquilo. Terminei e parecia que nem tinha corrido. É um bom sinal. Todas as vezes que sinto isso, quer dizer que estou bem para a maratona após a preparação na China. Só estou fora de ritmo ainda. Os caras saíram muito forte e em nenhum momento eu fui (atrás), pois sabia do meu planejamento. Para um maratonista, não há agora a necessidade de correr para 1h02/1h03 e chegar todo quebrado. Vale o 1h04/1h05 e completar a meia sabendo que aguentaria mais 21 km. Foi um treino de luxo para quem vai correr uma maratona”, disse Paulo Roberto.
Ele comentou ainda o feito de Mo Farah. “Apesar que, hoje, acredito que o Mo Farah somente não bateu o recorde mundial porque estava ventando muito. Como o percurso é na beira do mar, venta normalmente bastante. Agora, para mim, não atrapalhou nada. Realmente, não saiu uma boa marca pela questão que ainda estou com falta de ritmo. Vou correr um 10.000 m para ganhar velocidade. Minha expectativa é de fazer já uma marca boa (nos 42 km, em abril) para estar garantindo no Mundial e na Olimpíada do Rio (em 2016), que já está valendo (a obtenção do índice)”, afirmou Paulo Roberto na entrevista à CR.
No feminino, o primeiro lugar foi da queniana Rose Chelimo, com 1:08:22 (recorde pessoal). Os portugueses fizeram muita festa pela segunda colocação de Sara Moreira (1:09:18). Em terceiro lugar veio outra queniana, Priscah Jeptoo (1:09:21).
A brasileira Fabiana Cristine da Silva terminou na 17ª posição, com 1:19:10. Paulo Roberto contou que Fabiana vinha bem, no km 19, para fechar a meia-maratona em 1h17, quando foi atingida por um cadeirante. Caiu, ficou com marcas roxas, mas conseguiu completar a prova e está bem! “Ela está um pouco dolorida porque a roda da frente, que é menor, bateu na panturrilha dela. Ela já está fazendo gelo e cuidando”, completou Paulo Roberto, tranquilizando os parentes de Fabiana e quem acompanha o atletismo.
Fabiana também correrá uma maratona agora em abril, em busca dos índices. Falta a definição ainda e, provavelmente, será a mesma definida por Paulo Roberto de Almeida Paula. Ambos estão trabalhando com o português Luis Feiteira, atleta e manager.
Um corredor alemão, cuja identidade não foi divulgada oficialmente, morreu no Hospital São Francisco Xavier. Ele passou mal durante a prova e recebeu assistência médica, segundo a organização da Meia de Lisboa.
Veja a cobertura da prova na edição de abril da Contra-Relógio.