12 de dezembro de 2025

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Minha volta à Maratona de Curitiba depois de 24 anos

POR JULIANA MANSANO

Minha primeira participação na Maratona de Curitiba foi em 2001. Tenho 51 anos, corro há 40 anos e participo de maratonas desde 1995.

Quando corri pela primeira vez em Curitiba, já tinha feito maratonas fora do Brasil, o que me permitiu comparar estruturas e entender melhor o cuidado de cada organização. E, naquela edição de 2001, senti algo especial: carinho, atenção e um respeito enorme pelos corredores.

Naquela época, a maioria das provas no Brasil ainda era muito amadora. A Maratona de Curitiba também era pequena, como todas as outras aqui, mas a diferença estava na postura da cidade. Lembro bem da atenção da prefeitura: transporte gratuito para os atletas, um jantar de massas delicioso e aquela sensação de acolhimento que marcou profundamente minha experiência. Isso era muito comum nas maratonas antigas.

A largada acontecia no Parque Barigui e a chegada era na Pedreira Paulo Leminski (próxima à Ópera de Arame), com subidas longas e duras, passando por vários pontos históricos de Curitiba. A retirada de kits e o jantar de massas eram no Jardim Botânico. Os staffs eram atenciosos, a estrutura era simples, mas eficiente. E a fama de prova difícil, com muita altimetria, já existia.

Os anos passaram, continuei correndo, acumulando provas e experiências, mas sempre guardei a Maratona de Curitiba com carinho. Sabia que um dia voltaria.

Foto: Foco Radical

Voltei em 2025 — 24 anos depois

Convidei meu filho, de 19 anos, para treinar e correr sua primeira meia-maratona, enquanto eu encararia novamente a maratona. Partimos de Atibaia (SP) rumo a Curitiba cheios de expectativa.

Logo na entrega de kits percebi como a prova evoluiu. Um crescimento enorme na estrutura, na organização, nas ativações  e, ainda assim, o mesmo acolhimento de 2001 estava lá. A essência permanecia.

A edição de 2025 foi impecável. A retirada de kits foi organizada, o evento tinha várias ações e muitos brindes para os atletas.

Choveu durante a madrugada, mas amanheceu sem chuva, com clima perfeito: entre 14°C e 16°C, apenas com umidade alta.

O percurso estava lindo e desafiador, muito bem sinalizado. A hidratação foi excelente, não só cumpriu, como superou o prometido. Havia isotônicos, carboidratos, alimentos nutritivos e até uma ação de aplicação de creme antiatrito durante o percurso.

A largada e a chegada foram extremamente organizadas. Os currais de ritmo estavam claros, os staffs eram eficientes e atenciosos, e a dispersão funcionou perfeitamente, com entrega rápida de medalhas e hidratação. Havia muitos banheiros ao longo do percurso, atendendo às necessidades de todos.

E, pela primeira vez em 30 anos correndo maratonas — muitas delas fora do Brasil —, senti que estava em uma prova internacional dentro do meu próprio país. A Maratona Internacional de Curitiba 2025 entregou tudo e mais um pouco. Foi um espetáculo.

Essa edição ficará marcada para sempre na minha vida. Correr ao lado do meu filho, ver o desempenho dele e viver essa experiência juntos foi emocionante e inesquecível. Sou muito grata pelo carinho da organização e espero, de verdade, que tenhamos cada vez mais provas no Brasil com esse nível de qualidade.

A única coisa de que senti falta foi passar por alguns pontos turísticos e históricos clássicos de Curitiba, que considero lindos. Mas, em contrapartida, a logística para os atletas nesta edição foi simplesmente perfeita.

Voltar a Curitiba depois de 24 anos foi um presente e uma lembrança de por que amo tanto correr maratonas.

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