Blog do Corredor Notícias Redação 11 de julho de 2011 (0) (101)

Meu recorde em Roterdã: 2:54:39

Dentre várias maratonas que acontecem na Europa nesta época do ano, optei por correr em 10 de abril a de Roterdã para tentar melhorar meu recorde pessoal, tendo em vista seu percurso plano e temperatura baixa, que já proporcionaram a obtenção de ótimas marcas mundiais. A inscrição pode ser feita com facilidade através da internet (www.rotterdammarathon.nl), sendo possível optar qual o tempo de conclusão da prova e conforme o mesmo, ter de enviar uma comprovação por e-mail.

Cheguei à cidade na 6ª feira e fui buscar meu kit, composto por números (peito e costas), chip descartável e camiseta de boa qualidade. Havia uma pequena feira de esportes no local, porém com preços não muito atrativos. O jantar de massas era pago à parte. No sábado à tarde ocorreram diversas baterias de corridas infantis no mesmo local onde seria a largada e chegada da maratona, e me chamou a atenção que a avenida tinha duas pistas estreitas, separadas por uma linha de bondes no centro.

A largada estava programada para às 11h, provavelmente em função das temperaturas ainda baixas nesta época do ano. Tive dificuldade para achar onde largaria, pela pouca sinalização e porque nada havia sido informado junto ao kit, mas cheguei ao local. No entorno da área de largada havia poucos banheiros, porém na parte interna de cada baia havia alguns, o que é uma ótima alternativa. A temperatura deveria estar em torno dos 15° C, bem mais alta do que esperava e gostaria, porém nada muito quente e assim permaneceu durante a prova.

Pontualmente foi dada a largada, e devido a minha posição perdi poucos segundos para passar pelo tapete de controle dos chips. Gosto de iniciar a prova num ritmo mais lento e aumentar pouco depois após me sentir aquecido, mas todos saíram muito forte e foi inevitável ir no embalo. Logo no inicio passamos pela bela ponte Erasmubrug, enfrentado uma subida longa e suave. A cada 5 km havia grandes placas indicativas com a quilometragem, porém as intermediárias eram muito pequenas e discretas, por vezes passando despercebidas como me ocorreu no início quando fui ver a primeira apenas no 3° km onde passei com menos de 12 minutos, constatando que estava muito rápido. Tentei reduzir o ritmo um pouco, mas era difícil em função do grande número de participantes correndo em verdadeiros blocos num ritmo bem veloz.

COPOS TAMPADOS! O público presente na largada e nos primeiros quilômetros era muito grande e animado, incentivando e marcando presença ao longo de praticamente todo o trajeto. Além disso, havia diversas bandas ao longo da prova. O primeiro posto de hidratação foi no km 5, com a água sendo oferecida em copos tampados (fato raro no exterior) com uma esponja com dois furos, o que foi bem prático ao longo da prova. Os demais postos estavam distribuídos a cada 5 km, sendo que em alguns também eram oferecidos isotônico e frutas, que preferi não consumir, usando apenas os sachês de gel que havia programado utilizar ao longo da maratona.

Passei pela marca da meia-maratona em 1:25:45, bem acima de meu recorde para a distância obtido uma semana antes em Madri com 1:22:50, mas mesmo assim muito forte. O vento esteve presente ao longo de quase todo o percurso, mas nesta primeira metade pouco influenciou devido ao fato de estar correndo junto de muitos corredores o que acabava atenuando seus efeitos. Uma corredora brasileira passou por mim nesta primeira parte e pude trocar algumas palavras rapidamente com ela. Já na primeira metade pude notar que o percurso não era todo plano como imaginava, tendo algumas ladeiras suaves.

Após uma longa volta por uma região mais periférica da cidade, passamos novamente pela ponte Erasmubrug, agora com uma subida mais forte e os efeitos de mais de 25 km nas pernas, para chegarmos ao centro da cidade e partir para os quilômetros restantes. A passagem por esta região da um ânimo a mais devido à grande presença do público, mas temos de enfrentar também uma subida após passarmos por um túnel.

Após 30 km passei a correr num ritmo mais fraco, guardando uma reserva para o final, que utilizei, finalizando em 2:54:39, novo recorde pessoal! Logo depois da chegada, cada um recebia a medalha no pescoço, em seguida recebíamos uma manta térmica, isotônico, banana e água servida em copos que eram cheios em bacias, algo não muito higiênico.

 VITÓRIAS QUENIANAS

 A vitória em Roterdã foi do queniano Wilson Chebet, com 2:05:27,  em acirrada disputa com o compatriota Vicent Kipruto (2:05:33); Chele Dechasa, da Etiópia, chegou na terceira colocação (2:08:47). A prova feminina também foi bastante disputada, vencendo uma estreante na distância, Phils Ongori (Quênia – 2:24:20), seguida da queniana naturalizada holandesa Hilda Kibet (2:24:27) e de Lishan Dula, do Barein (2:26:56).

A prova holandesa já foi palco de grandes marcas e recordes mundiais e costuma ser procurada por corredores bem treinados, visando tempos rápidos, aproveitando seu percurso quase todo plano e temperatura sempre agradável. Os resultados dos brasileiros presentes confirmam essa tradição e são sensacionais, nada comparados com qualquer outra maratona, apenas talvez com o que acontece em Boston. Dos 27 brasileiros que estiveram em Roterdã, simplesmente 25 completaram em menos de 4 horas, conforme se vê no quadro. Parabéns a todos!

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