20 de setembro de 2024

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Notícias admin 10 de novembro de 2014 (0) (131)

Meia-Maratona de Nova York: que fria!

A largada aconteceu às 7h30 num Central Park ainda coberto da neve que caiu na cidade na tarde anterior. Com temperatura de 0 grau, sensação térmica de -5 graus e muito vento, 14.500 corredores (1.900 estrangeiros de 70 países) largaram no mais famoso parque de Nova York. O percurso dá uma volta completa no Central Park no sentido anti-horário, e depois de 10 km de leves subidas e descidas, segue pela 7ª Avenida, passa pela Times Square e beira o rio Hudson, assumindo uma característica completamente diferente da primeira metade, já que predominam descidas e planos até o final, na área de South Street Seaport, na Baixa Manhattan.
Pelo segundo ano consecutivo, a Meia de Nova York se consolida como uma prova com maior porcentagem de mulheres, fato que já tem sido comum na maioria das meias nos Estados Unidos. Foram 7.597 mulheres e 6.903 homens. O número de brasileiros inscritos chegou a 288. Vale lembrar que a prova, que tem o New York Road Runners como organizador, segue os mesmos critérios da maratona para inscrição. Ou seja, só é possível se inscrever adquirindo pacote com inscrição pela agência oficial que representa o país (no Brasil, apenas a Kamel), por índice técnico de faixa etária, pela loteria ou por programas de caridade.

DOBRADINHA QUENIANA – Os 21 km de Nova York sempre chamaram atenção pela qualidade dos atletas de elite presentes e este ano não foi diferente. Entre eles estavam nada menos do que 21 atletas que participaram dos últimos Jogos Olímpicos, entre os quais o queniano Wilson Kipsang, medalha de bronze na maratona dos Jogos de Londres 2012 e melhor tempo dos 21 km da lista, com 58:59; o etíope Deressa Chimba, prata no Mundial de Meia em 2011; e os norte-americanos Dathan Ritzenhein, bronze no Mundial de Meia em 2009 e Bernard Lagat, campeão mundial nos 3000 m em 2011 e que estreava na distância.
Entre as mulheres, a neozelandesa Kim Smith e a italiana Valeria Straneo eram os nomes com 21 km abaixo de 1h08. A lista tinha ainda a queniana Caroline Rotich, campeã da prova em 2011, na qual estabeleceu seu recorde pessoal de 1:08:52. A prova contou com a participação da brasileira Adriana Aparecida da Silva, que foi para Nova York não só em busca da melhor marca pessoal (1:13:16, estabelecida em Buenos Aires em 2011), mas também para avaliar os treinamentos para a Maratona de Londres, que acontece dia 21 deste mês.
Na prova masculina, Wilson Kipsang mostrou por que encabeçava a lista dos favoritos. Depois de correr num pelotão de 10 atletas, o queniano se distanciou dos demais quando a prova entrou nos 6 km finais. Kipsang cruzou a linha de chegada com o tempo de 1:01:02, seguido do italiano Daniele Meucci, com 1:01:06 (recorde pessoal) e nem figurava entre os favoritos. Na 3ª colocação ficou o norte-americano Dathan Ritzenhein, com 1:01:10. Na sua estreia nos 21 km, Lagat terminou a prova na 12ª colocação, em 1:02:33.
Na prova feminina, Caroline Rotich não aguardou a saída do Central Park para definir a prova. A queniana assumiu a liderança já na milha 3 e não teve dificuldades para ficar na liderança até o final, tornando-se bicampeã com tempo de 1:09:09. Na 2ª colocação chegou Diane Nukuri-Johnson, do Burundi, em 1:09:12, seguida de Lisa Stublic, da Croácia, com 1:09:18.
Adriana Aparecida sentiu bastante o frio e finalizou na 18ª posição, com 1:13:56. "A dificuldade maior foi na largada. Estava muito difícil para aquecer, mas até que consegui manter uma boa média dentro do Central Park", falou Adriana após a prova, lembrando ainda que seu rosto e mão estavam congelados. Apesar de não ter conseguido melhorar sua marca pessoal, a brasileira disse acreditar que foi um bom teste para Londres.

BRASILEIROS SOFREM – Frio para a elite, frio também para os amadores, que sofreram com a sensação negativa da temperatura, principalmente dentro do Central Park. O paulista Roberto Toshio Yoshida, que vive em Goiás, foi para Nova York com a expectativa de recorde pessoal. "Todo mundo fala que no frio é melhor para correr. Mas demorei demais para esquentar" contou Roberto, que já fez várias provas internacionais, mas essa foi a que pegou mais baixa temperatura. "Eu estava com medo de uma distensão porque não estava aquecido para correr."
Apesar do frio e do vento gelado o tempo todo no rosto, o corredor, que finalizou a prova em 1h40, dois minutos acima do seu recorde pessoal, adorou a prova. "O Central Park, com a neve no chão, estava muito bonito. E a prova tinha animação no percurso também. Em todo lugar tinha gente torcendo e banda para animar o pessoal."
A dupla Marcia Meireles e Nise Magalhães era só alegria ao final da prova. As duas, de São Luis do Maranhão, conseguiram bater seus recordes pessoais. "Acho que o frio ajudou a correr mais rápido. No começo congelou um pouco e chegamos a diminuir um pouco o ritmo, mas depois voamos. Não senti mais nada, nem nariz, nem perna. A passagem pela Times Square não tem preço", comemorou Marcia, que completou em 2h20.
Augusto Vasconcelos, de Fortaleza, literalmente congelava ao lado de Amazonia Albuquerque, aguardando a chegada de dois amigos, também do Ceará. Augusto finalizou em 2h19 e só tinha palavras de elogio ao evento. "Tudo é muito bacana, mas o ponto alto da prova é sem dúvida a entrada na 7ª Avenida."
Já Ana Amélia Pulz, de Araras, SP, não estava nem um pouco preocupada com o frio e muito menos com seu tempo final. "O que importa é que hoje é meu aniversário e consegui comemorar neste trajeto maravilhoso", disse.

 

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