Notícias admin 2 de novembro de 2015 (0) (184)

Meia de Buenos Aires

A Meia-Maratona de Buenos Aires, disputada no dia 6 de setembro, se consolidou como a maior da América do Sul e no grupo das principais do mundo. Foram 19.051 concluintes (13.075 homens e 5.976 mulheres), um recorde histórico na competição. Como comparação, a maior do Brasil é a Meia Internacional do Rio, que teve 11.192 corredores, no final de agosto (cobertura nesta edição). Em segundo lugar, aparecem os 21 km juntos à Maratona do Rio, em julho, com 9.234 participantes.
Outros dois números chamam a atenção em Buenos Aires. A representação de argentinos, com 16.806 concluintes nos 21 km, e dos brasileiros – 1.476 corredores neste ano, no maior contingente de estrangeiros (por sinal, de acordo com a organização, houve representantes de 57 países nos 21 km). Depois, vieram os chilenos (177) e os uruguaios (112). Outro ponto de destaque é que 85% dos atletas têm menos de 50 anos, com a maior concentração entre 30 e 49 anos. Esses dados colocam a prova argentina no grupo das 15 maiores do mundo em 2015.
"A prova foi boa, muito bem organizada, uma verdadeira festa. O pessoal entra no clima e a imensa maioria corre com a camiseta da prova, formando um mar azul de atletas. Só o local de largada (afastado do centro) é um pouco difícil de acessar de carro. O metrô, aos domingos, só funciona a partir das 8h e a prova tem início às 7h30. É uma meia ‘pura', só com os 21 km, e tomara que assim permaneça, pois já atrai muita gente (foram 22 mil inscritos)", disse o assinante João Ferreira Freitas Filho, de Curitiba, que fez 1:27:41, ficando em terceiro lugar na faixa etária 60-64 anos.

RAZÕES PARA O SUCESSO. Por sinal, alguns motivos ratificam esse crescimento da Meia de Buenos Aires, a começar pelo momento em que se tornou uma prova pura, se separando da maratona, que ocorre um mês depois (agora, em 11 de outubro, também somente com 42 km). A estatística comprova isso. Em 2010, os 21 km registraram 7.413 concluintes. Ou seja, em cinco edições, a prova cresceu 11.638 corredores, chegando aos mais de 19 mil atuais!
Outro ponto é que há muitas provas de 21 km em montanha pela Argentina, mas o número de meias em asfalto é bem menor em comparação ao Brasil, onde os participantes acabam sendo diluídos. Em Buenos Aires, há ainda as provas da Nike (primeiro semestre) e da Mizuno (agora em dezembro).
Um terceiro aspecto não menos importante é o trabalho da organização, que realiza ações promocionais desde janeiro nas redes sociais e principalmente nos pontos tradicionais de treinos na capital portenha, recebendo inscrições e divulgando não apenas os 21 km como os 42 km (por sinal, cresce a expectativa para a maratona, pois as vagas para estrangeiros acabaram com mais de um mês de antecedência e para os argentinos, em setembro).
Para completar, tanto a meia quanto a maratona tiveram as datas oficializadas pela Fundação Nandu (responsável pelos eventos) e as inscrições abertas no dia 1º de janeiro, o que ajuda também no planejamento dos corredores seja para os treinos como para a organização da viagem (os estrangeiros).
Neste ano, a Meia-Maratona 21K Axion Energy de Buenos Aires passou por alguns dos pontos mais emblemáticos da capital argentina, como o Obelisco, o Teatro Colón, a Avenida Corrientes e a Plaza de Maio. O percurso tem a certificação da IAAF. A competição valeu também como o campeonato argentino de 21 km. Os vencedores foram Matías Roth (1:04:12) e Rosa Godoy (1:15:38). Veja os resultados completos em www.maratondebuenosaires.com.

QUASE PERFEITA. "A Expo foi bem organizada, com diversos estandes (foram três dias de entrega de kits, de quinta a sábado, com estação de metrô em frente). Tudo tranquilo para retirar o material. No dia da corrida, espaço muito amplo na concentração, com um clima excelente para correr (15°C de média). Largada muito cheia, com os argentinos não respeitando as baias de ritmo (não há um controle por parte da organização). Assim, havia muita gente até o km 10. A altimetria da meia-maratona é bem tranquila, praticamente plana, sendo ótima para baixar tempo", comentou Eugênio Lysei Junior, de Belo Horizonte.
"Há alguns pontos de atenção: como o trajeto acontece por avenidas muito largas, havia postos de hidratação apenas de um dos lados, mas sem uma informação prévia, causando alguma bagunça. Senti falta de mais banheiros pelo percurso. Na chegada, dispersão bem organizada. Chama muito a atenção também o uso o espaço público nos bosques de Palermo. Enquanto nós brasileiros vamos embora depois das corridas, os argentinos ficam curtindo o evento por horas, principalmente em um belo dia de sol como aconteceu na meia", completou Eugênio.

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