Meia das Cataratas, uma prova para celebrar a paixão pela corrida

Estar com minha mulher e meus filhos. Correr. Viajar. Escrever. Quatro situações de extremo prazer hoje em dia. Cada um no seu momento, no seu tempo. Sem comparações. No último domingo (03), vivenciei uma de minhas maiores emoções na corrida até hoje. Se não, a maior.

Completar a primeira maratona é inesquecível. Baixar o tempo nos 42 km, o primeiro sub 3h10, como neste ano, em Porto Alegre, também. Atingir um recorde pessoal… Agora, sinceramente, correr dentro do Parque Nacional do Iguaçu e, logo após o km 20, “dar de cara” com as Cataratas do Iguaçu e mais 100 metros à frente ser banhado “pelas gotas” de uma das maiores belezas naturais do planeta, gerou uma sensação de bem-estar, de prazer, de realização impossível de descrever com palavras. Só estando lá para sentir. O grito, a vibração, o agradecer por estar vivo, com saúde e feliz, fazem parte desse ritual. Tanto que, mesmo reduzindo para apreciar a beleza das quedas d’água, fechei o último quilômetro em 3:59!

A prova é bem difícil, num percurso técnico, com subidas e descidas o tempo todo. Durante a corrida, troquei três, quatro frases com um corredor de Foz do Iguaçu. Perguntei se não íamos parar nunca de subir ou descer? Ele disse: “Sua primeira vez aqui? Descemos 100m para subir 300m, até o final!”. E a sensação é essa mesmo. Para baixo e para cima, pequenas retas, muitas curvas. Por 12 quilômetros, dentro do parque. Emocionante.

Minha sensação, talvez, tenha sido ainda maior porque, como já relatei aqui no blog, fiquei toda a sexta-feira tentando embarcar para Foz. Voo cancelado. Transferido para sábado, às 14 horas. Novo atraso. Finalmente, consegui chegar. Garoando, tempo nublado, quase anoitecendo. Fui para o hotel pegar o kit e bater papo. Em seguida, banho quente para espantar o frio, jantar de massas e cama. Ou seja, não vi nada. Nem do hotel nem da cidade. Brincava que iria conhecer Foz durante 21,1 km. E foi o que aconteceu.

Assim, ao chegar diante das cataratas, a sensação foi de que todo o esforço valeu a pena. Que, realmente, como ressaltam os organizadores, é uma experiência única, um desafio fascinante. Essa é a sensação que fica.

Foz, literalmente, “veste a camisa do evento”. Os organizadores têm a preocupação de oferecer um momento de confraternização, de congraçamento entre esporte e natureza. Tanto que, com os voos cancelados de todo o país na sexta-feira (1º) e manhã de sábado (02), a entrega de kits não foi interrompida na noite de sábado para domingo (03), finalizando uma hora antes da largada. Hidratação perfeita, horários respeitados… Com a prova crescendo anualmente, apenas dois pontos podem ser melhorados: definir largada por ritmo e uma melhor organização no guarda-volumes na chegada, já que eram, ao menos, 1.301 sacolas, o número de concluintes desta 5ª edição (1.009 no masculino e 292 no feminino).

Outro ponto de elogios, o jantar de massas, no sábado (02), muito bem feito e com a presença de todos os atletas de elite. Que jantaram com os inscritos, tiraram fotos, conversaram, ou seja, participaram realmente da festa.

Fechei os 21,1 km de Foz em 1:30:15, feliz da vida. Na melhor sensação que tive nesses quase três anos que disputo provas. Com uma certeza, a Meia das Cataratas já é a primeira prova confirmada do meu calendário para 2012!

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