Em 2014 tivemos o investimento de várias marcas esportivas em corridas. A Mizuno entrou no atacado, patrocinando o Circuito das Estações, Maratona de Porto Alegre, criando a Mizuno Half Marathon para seis capitais brasileiras e agora com o anúncio de uma etapa em Buenos Aires, além da notícia de que a Mizuno Uphill será aberta ao público.
A Adidas, por sua vez, criou um modelo novo de corrida, a "Boost Endless Run", uma prova intervalada de 10, 5 e 1 km. No início de junho, a Asics, proprietária da já consolidada "Golden Four Asics", anunciou que realizará a primeira meia-maratona feminina da América Latina, a W21K, no dia 7 de setembro. Todas as marcas estão se movimentando pelo Brasil e a pergunta que se faz é: o que podemos esperar da Nike?
Talvez os esforços da Copa do Mundo, com a marca patrocinando o Brasil (entre outras seleções) tenham redirecionado os investimentos da corrida. Mas já temos uma ideia do que a empresa pode trazer neste e nos próximos anos, olhando para não muito longe.
No dia 8 de junho se realizou a primeira We Run Buenos Aires 21k, a primeira meia da Nike naquela região. A data parece ter sido escolhida a dedo pelos organizadores, pois a temperatura nesses dias ficava entre 8º e 10º graus na capital portenha. A entrega de kit foi sem maiores problemas: eram três andares com várias ativações, inclusive a de o corredor poder tirar uma foto e deixar as pessoas de suas redes sociais lhe acompanharem na competição. Vale lembrar que se há algo com que os portenhos são bem rigorosos é com o atestado médico; sem ele era inegociável o recebimento de qualquer item. E quem, por algum motivo não fosse correr a prova, era incentivado a deixar o chip (que não era descartável) em um baú logo na retirada do kit.

VIAGEM BARATA. Os que resolveram investir numa viagem para Buenos Aires às vésperas da Copa, para fazer essa corrida, não se arrependeram. Os preços das companhias aéreas estavam bem convidativos, e a meia-maratona foi praticamente perfeita. Exatamente às 7h30 com 6 graus, os anunciados 10 mil corredores largaram na Avenida Figueroa Alcorta y Dorrego. A assinante Juliana Gomes comentou que é uma disputa quase totalmente plana, em avenidas bem largas, contando com apenas uma elevação, no viaduto que dava retorno no km 12, chegando em frente ao estádio do River Plate. Ela completou em 1:47:40, melhorando sua marca em mais de 7 minutos graças em parte ao percurso "que não era o mais bonito em termos turísticos, mas visava justamente fazer que a prova fosse a mais rápida possível".
A hidratação com água era feita nos km 5, 10, 14 e 20, onde eram entregues garrafinhas, bem diferente do modelo brasileiro, com copos descartáveis. Já nos 4 postos de isotônico, os corredores receberam copos abertos. O único problema, para Juliana, foi o não respeito às baias de tempo, que acreditava seriam bem organizadas, uma vez que foram entregues pulseiras, de acordo com o tempo previsto de término e um panfleto explicando como funcionaria.
Os vencedores foram da casa: Luiz Molina em 1:04:46 e Ângela Peralta, com 1:15:49. Os resultados estão no site http://www.werunbuenosaires.com.
Em contato com a organização, não houve uma confirmação se a competição irá se repetir em 2015, mas mostrava muito entusiasmado com a resposta do público ao evento. Se tudo indicar positivamente, está aí uma ótima opção para os brasileiros que buscam uma prova plana, num período ideal para recordes e com o padrão da Nike. Uma ótima concorrente para a já famosa Meia de Buenos Aires, de setembro. E talvez seja uma meia nesse porte a grande surpresa da gigante norte-americana para o mercado brasileiro pós-Copa.