O marketing esportivo evolui tanto quanto as corridas de rua no Brasil. Porém, esse relacionamento ainda está longe do ideal. Em alguns casos, com medidas teoricamente simples, de custos reduzidos, uma prova subiria de status entre os corredores e teria mais inscrições.
No sábado passado, acompanhei os 10 km da Volta de Itu, no interior de São Paulo, com o Tomaz Lourenço, editor da Contra-Relógio, e o Sergio Rocha, editor de arte da revista. Com uma ou outra pequena falha, a prova é bem organizada, com circuito técnico e um percurso que passa pelo charmoso centro histórico, incluindo a Praça da Matriz, com o semáforo e o orelhão gigantes.
A cidade é conhecida nacionalmente por essa “grandiosidade”. E a prova é organizada pela Prefeitura. Então, por que a Volta de Itu não tem uma medalha gigante? Não precisaria ser enorme como a de Little Rock Marathon, tema do texto da Fernanda Paradizo no blog No Foco, aqui ao lado. Mas não seria um atrativo a mais para correr em Itu? Eu faria a inscrição rapidamente para levar para casa uma medalha diferente. Os formatos e desenhos poderiam mudar anualmente – orelhão gigante, semáforo e assim por diante. Aumentaria o custo? Com criatividade, uma solução seria encontrada facilmente.
E a sugestão vale também para várias provas pelo País. Claro que não para todas porque acabaria com o diferencial, principalmente em cidades com corridas em quase todos os finais de semana, como São Paulo e Rio de Janeiro. Mas a Meia do Rio ou a Maratona carioca poderiam ter uma medalha no formato do Pão de Açúcar ou do Cristo Redentor, por exemplo.
Na semana passada, o amigo João Theoto mostrou a medalha da Maratona de Miami, que tem o miolo que gira. Não há como não ficar com vontade de correr a prova para ganhá-la. Ou deixar um lugar para a medalha do Mickey na Disney. Não perderia a graça se na Disney a medalha fosse redonda, normal, sem algo mais? Claro que sim. Falando nesse assunto, as maratonas brasileiras, ao contrário do que ocorre hoje, deveriam também ter medalhas especiais, diferentes. Vale para São Paulo, Rio, Porto Alegre, Curitiba, Foz do Iguaçu… E medalhas únicas para quem conclui os 42 km, não a mesma para quem correu no mesmo dia 10 km ou outra 21 km.
Tem organizadores de que não acreditam, mas receber uma medalha diferente, após concluir a prova, no peito, principalmente quando batemos recordes pessoais ou vencemos uma distância pela primeira vez, é uma sensação indescritível. E, com um investimento em marketing esportivo, esse atrativo ganharia um status a mais no Brasil.



