Sem categoria admin 4 de outubro de 2010 (0) (103)

Marcos Pereira: vitória no Rio, com o melhor resultado do ano

le vive das corridas de rua desde 2004 e conseguiu no último domingo de junho, na Maratona do Rio, sua mais importante vitória e a primeira na distância, superando dois quenianos nos últimos quilômetros. Além do excelente prêmio em dinheiro (R$ 16 mil), Marcos Antonio Pereira estabeleceu a melhor marca em maratona no Brasil este ano: 2:17:11. Conheça mais sobre esse atleta de Garanhuns, PE, que diz não gostar de provas planas.

Contra-Relógio: Sua vitória no Rio foi muito bonita, pela garra em buscar os quenianos, faltando apenas 4 quilômetros para o final. Como foi essa disputa?

Marcos Pereira: Foi mesmo muito emocionante e quase não acreditava que aos poucos ia tirando a diferença. Até o km 26 fomos os três juntos na liderança, mas na subida da Avenida Niemeyer eles forçaram o ritmo e eu não me senti em condições de acompanhar. Mas perto do km 38 vi, bem à frente, um dos quenianos e achei que daria para buscá-lo. Aumentei o ritmo, para 3:08-3:10/km (cada passagem de km é sempre pega por ele), e o ultrapassei no km 40, constatando que o outro queniano não estava tão longe assim. Mantive o ritmo forte e estimulado pela torcida passei para a liderança a 500 metros da chegada. Foi a vitória mais importante e sensacional da minha vida de atleta.

Quer dizer que no Rio aconteceu o contrário da prova de 25 km de Aracaju este ano?

Pois é, lá eu estava na ponta faltando pouco para a chegada, e até já comemorava a vitória, quando fui superado pelo Giomar Pereira, e perdi a prova por 4 segundos.

Quando começou sua vida de atleta?

Eu corro desde criança e aos 13 anos já ficava entre os melhores em provas do Nordeste. Mas como profissional foi só a partir de 2004 e aí passei a disputar corridas em outros estados do sul. Até então, estava no Exército, onde era um "soldado-atleta", participando de competições específicas.

Que alterações vieram com essa saída da condição de amador?

Passei a ter um treinador já com larga experiência com a elite, o Dr. Henrique Viana, e a contar com um agente, o Bingo, que cuida dos contatos com provas, dos meus deslocamentos, acerto com patrocinadores. Das premiações que consigo, repasso 10% a cada um. E conto com apoio financeiro da Prefeitura de Garanhuns e do SESI.

No ano passado você foi 3º na Maratona de São Paulo e 2º na de Foz do Iguaçu. Para a do Rio fez um treino específico?

O Dr. Henrique dispõe de um centro de treinamento em Itamonte, MG, com altitude de 2.400 metros, e fiquei por lá um mês, correndo às vezes com temperaturas negativas, por aqueles morros, em volume que chegou a 180 km semanais. Eram dois treinos diários, além de uma seção de musculação. Depois fui para Petrópolis, onde mora meu técnico, na última semana, fazendo apenas trotes, e então desci para o Rio.

Aparentemente é estranho você treinar em local cheio de subidas e descidas, para uma prova praticamente toda plana.

É verdade, porém os treinos em Itamonte me deixaram com a musculatura pronta para correr em ritmo forte no plano. Além disso, eu particularmente não gosto de treinar no plano e nunca fiz trabalho em pista de atletismo.

Com seu relato, fica claro que a vitória em uma maratona com boa premiação nunca acontece por acaso; é fruto de muita dedicação, larga experiência e boa orientação técnica.

Concordo plenamente.

E para este ano, quais as metas?

Pretendo correr bem na Maratona das Cataratas, em setembro, com perspectiva até de vencer. Também quero estar sempre pontuando no Ranking da Caixa, onde estou em 3º, uma vez que representa um importante estímulo financeiro para o atleta no ano seguinte.

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