Sem categoria admin 4 de outubro de 2010 (0) (183)

Maratonas seguidas! Loucura ou racional?

A razão para esta matéria é pela situação que muitos corredores terão em abril (e também em maio/junho) e que eu já passei, há alguns anos, no mesmo mês, aliás. Vamos aos fatos:

Em abril de 2007, muitos brasileiros estarão correndo dia 15 em Paris (ou Roterdã, ou Turim), mas por que não aproveitar e emendar com a Maratona de Londres (ou de Madri) no domingo seguinte? Outros ficarão interessados em participar da Maratona de Porto Alegre (27 de maio) e depois correr a de São Paulo (3 de junho). É loucura???

Aparentemente sim, mas só aparentemente. Em 2000 decidi experimentar essa situação de fazer duas maratonas seguidas, para aproveitar a mesma viagem à Europa. Corri Paris, para qual tinha treinado adequadamente, e completei em 3h28. Dois dias depois peguei o trem para Londres, onde apenas passeei (fiz um trote na quinta, de 40 minutos) e corri a maratona londrina numa boa, fácil, fácil, mas sem preocupação com tempo (fechei em torno de 4 horas).

A idéia de correr duas maratonas em seguida tinha a ver com os custos de uma viagem intercontinental, onde pesa bastante a parte aérea. Também estava interessado em fazer essa experiência para poder passar para os leitores eventualmente interessados em projeto semelhante. Neste ano fiz algo parecido e mais lógico, que foi correr a Meia de Praga e depois a Maratona de Roterdã, espaçadas de 8 dias, situação bastante interessante, pois já tenho o hábito (de vários anos) de fazer uns 15 a 21 km meio fortes na semana anterior da maratona, como teste final, e depois descanso e trotes na semana da prova.

Treinamento permanece. O que constatei na prática é que, passados 2 ou 3 dias, as dores da maratona já foram embora e a sensação é de se estar em grande forma ainda, para outra. Não é para menos, já que uma preparação bem feita para uma maratona não pode ter seus efeitos desaparecidos de uma hora para outra.

No mês passado, nesta seção, comentei a respeito de ter corrido a Maratona de Blumenau, tendo "treinado" apenas 30 km, dois sábados antes, e no seguinte 21 km. Fiz a prova em 4h19 não esgotado, a ponto de correr os 10 Km da Nike, no domingo seguinte (dia 12/11) muito bem, em 51:12. Ou seja, se a pessoa completa uma maratona sem chegar ao seu limite, ela vai constatar na prática que tem condições de correr outra em seguida ou duas semanas depois, sem problemas.

Aliás, muitos são os casos de atletas de elite que correm bem uma maratona e 1 ou 2 semanas depois fazem outra, por vezes até melhor. Um exemplo recente foi o de Márcia Narloch, que conseguiu um grande resultado em Berlim, dia 24 de setembro (5º lugar – 2:35:28), e três semanas depois ganhou fácil a Meia da Praia Grande.

Porto Alegre e São Paulo: 1 semana. Além daquelas situações de abril, em maio/junho os maratonistas brasileiros terão novamente um intervalo de apenas 1 semana entre Porto Alegre e São Paulo, e depois 3 semanas até a do Rio, dia 24. Isto também aconteceu no ano passado, com as maratonas de Blumenau e de Curitiba, dia 5 e 26 de novembro, sendo que ¼ dos que fizeram Blumenau estiveram na capital paranaense, a maior parte corredores competitivos, que alcançam pódio nas categorias.

O estímulo para essa dupla participação é sem dúvida a premiação em dinheiro (no geral e nas faixas etárias), mas não deixa de ser um referencial que vai contra as teorias do grande espaçamento que se deve dar entre maratonas, que valem principalmente para os atletas de elite (que correm no limite) e que, equivocadamente, são transferidas para os corredores amadores.

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