O crescimento econômico do Brasil ano após ano, com a valorização do Real frente ao dólar, e o aumento dos corredores de rua no País impulsionam uma invasão brasileiras nas meias maratonas e maratonas realizadas no exterior.
As maratonas da Disney, Buenos Aires e Paris são as campeãs em inscrições de brasileiros, que estão também em Nova York, Miami, Roterdã, Berlim, Londres… A lista é extensa.
Para quem gosta de unir viagem com esporte, um casamento mais do que perfeito. Para quem busca performance, a chance de um ótimo resultado é enorme, principalmente por causa do clima mais ameno e percursos velozes na maioria das vezes. Aí que mora o perigo: na maioria das vezes.
Meses de treinamentos com um só objetivo: baixar o tempo ou buscar uma marca para guardar para vida. Porém, muitos não pensam na frustração ou na “derrota” já na véspera. O clima pode aprontar e o calor surgir com tudo, obrigando a uma mudança de estratégia. Não devemos esquecer disso, caso contrário, a frustração será inevitável. Ter um plano B é imprescindível.
Se isso acontecer, a melhor compensação estará ao seu redor. Chegou a Paris e a temperatura beirou os 28°C, como na maratona realizada no último dia 10 de abril? Adiou o recorde? Nada de baixar a cabeça. É hora de aproveitar e fazer um “esforço” para passear nas margens do Rio Sena, na Torre Eiffel, pelas ruas da charmosa capital francesa. E, depois, voltar a treinar e partir para a próxima.
Foi esse o pensamento da fisioterapeuta Luciana Fioravanti, de Porto Alegre. Na preparação, tudo correto. Alimentação, treinamento, descanso. Em busca do recorde pessoal em sua 10ª maratona em sete anos de corrida. Ao chegar a Paris? Calor. Como comparação, a temperatura média estava mais alta do que em São Paulo, onde foi disputada a Meia da Corpore. Veja, abaixo, o relato de Luciana:
“Sempre digo aos meus amigos e parceiros de corridas que uma maratona é diferente de outra. Assim como o fato de ter nove no currículo, com bons e maus desempenhos, não é garantia de sucesso. Na verdade, agora, cheguei na 10ª maratona em sete anos.
A expectativa diante da prova em Paris era grande: clima frio, em torno de 10°C, percurso ao longo da cidade mais vibrante, iluminada e rica culturalmente. Para minha surpresa e decepção: estava quente, 25°C e clima muito seco. A organização da prova deixa a desejar e o encanto do percurso desapareceu diante das dificuldades.
Meu treinador aqui no Brasil me alertou que talvez eu não cumprisse minhas metas em função das adversidades que se mostravam nos dois dias anteriores. Soma-se a isso uma diferença de cinco horas no fuso horário, noites mal dormidas e, claro: durante dois dias fiquei andando de um lado para outro, pois Paris de uma forma muito sedutora não me deixava descansar.
Sem ouvir a sabedoria do meu treinador, larguei em ritmo forte e assim me mantive até o km 25. Uma média de 5:00/5:10 por km. Sentindo muita sede, cansaço e câimbras, me conscientizei que o melhor a fazer era relaxar e completar a prova. Atitude tardia, porém inteligente. Por um triz fiquei na sub 4h, com 3h59, sem lesões e pronta para desfrutar dos prazeres que a cidade oferece.
A maratona se estendeu por mais uma semana com longas caminhadas observando a maneira de viver dos parisienses, visitando museus e me banhando com a arte e cultura. A gastronomia foi mais uma fonte de satisfação. Com moderação, é claro! Afinal, as francesas são magras e eu não poderia ficar para traz.”
É esse o pensamento que precisamos ter. Bola para frente e que venham outras maratonas.
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Adorei André!!!
beijo
LU