Notícias Redação 2 de setembro de 2011 (0) (364)

Maratonas de Rosário e Córdoba

No dia 26 de junho, mesmo dia em que o Rio de Janeiro inaugurava o Circuito Golden Four da Asics, a Maratón Internacional de La Bandera, em Rosário, chegava à sua décima edição, sempre acontecendo no primeiro domingo posterior a 20 de junho, Dia da Bandeira Nacional. Uma excelente melhora em relação aos anos anteriores foi a mudança do sentido da largada para uma via mais larga, evitando o congestionamento inicial. Também merece destaque, a inclusão da charmosa Boulevard Oroño ao percurso, com suas mansões históricas e um canteiro central com palmeiras. Um dos locais preferidos pelos corredores e patinadores rosarinos.

A prova tem como característica ser de ida-e-volta, obrigando os participantes a correr duas vezes pelo mesmo trecho. Porém, a inclusão da Boulevard Oroño permitiu que os atletas passassem uma única vez pela Avenida Pellegrini, conhecida pelas suas opções de gastronomia. Os demais pontos turísticos do percurso foram mantidos: os estádios dos dois principais clubes da cidade, o Parque de la Independencia, o Parque Urquiza e os parques às margens do Rio Paraná, além do símbolo máximo da cidade: o Monumento a La Bandera.

Prova predominantemente plana, com temperatura baixa, agradável. Um grande diferencial desta maratona é a realização da cerimônia de entrega dos troféus de faixa etária, em que nada menos que os 40 mais bem colocados de algumas faixas são agraciados com sua taça. Característica que eleva o nível da prova entre os amadores, uma vez que, por exemplo, na faixa M3034 subiu ao pódio apenas quem completou em menos de 3h20, e mesmo nas categorias mais avançadas do masculino sub 4h pode ser insuficiente para quem tiver pretensões de chegar ao animadíssimo pódio. Houve também uma homenagem especial ao americano John Backman, que completava a sua maratona de número 150, correndo a prova com o mesmo número de peito. Ainda com pouca participação dos brasileiros, o diretor geral da prova, Rolando Del Lago, convida a todos para a 11ª edição, já agendada para 24 de junho de 2012, que será especial por conta das festividades do bicentenário da criação da Bandeira Argentina.

 

POR ONDE CHE PASSOU. Após a maratona na província onde Che Guevara nasceu, no dia 3 de julho foi a vez de Córdoba, a capital da província onde o guerrilheiro passou a infância, e que recentemente comemorou a promoção do clube Belgrano para a primeira divisão do futebol argentino, rebaixando o tradicional River Plate, de Buenos Aires. Nas vésperas da prova, a temperatura local chegou a atingir abaixo de zero, o que obrigou a organização a incluir um informativo no kit, alertando sobre a possibilidade do frio, além de dicas como: usar duas camisetas, manguito (incluso no kit!), não descuidar do aquecimento etc.

Porém, no dia da prova, a temperatura aumentou, sendo possível correr com manga curta, e aqueles que tinham apoio até se trocavam para roupas mais leves, durante a maratona. A prova se iniciou no Parque Sarmiento, um agradável ponto de encontro e lazer dos cordobeses, localizado num dos pontos mais altos da cidade. Ou seja, logo no início, uma descida razoável, e ainda houve algumas mudanças de altimetria espalhadas ao longo dos 42 km, com destaque para duas subidas mais longas, em torno dos km 10 e 30.

Prova visualmente agradável, com rios, pontes e bosques, além do belo estádio Mario Kempes (onde a Seleção Brasileira empataria com o Paraguai uma semana depois) por volta da meia maratona, e passagem pelo centro de Córdoba, sombrio aos domingos. Na região da Cidade Universitária, o único trecho de ida-e-volta, já nos 10 km finais, antes do retorno ao Parque Sarmiento. Prova bem organizada, para uma edição inaugural, com medalha diferenciada para os maratonistas, "más grandes" que o da prova de 10 km. Além disso, um certificado entregue na hora da conclusão. Um pequeno detalhe que faz muita diferença. 

Contudo, há vários pontos a melhorar, como o guarda-volumes (agilizaria muito, se os participantes destacassem o canhoto do número de peito, como estamos acostumados no Brasil), fiscalização para que os ciclistas de apoio não invadam a pista, atrapalhando os corredores, placas maiores de km, falta de publicação do tempo liquido de Rosário no site etc. Tais sugestões já foram enviadas às organizações. Quanto a hidratação, Rosário utiliza práticos saquinhos plásticos fechados de água, como nos 10 Km da Tribuna, de Santos. Já em Córdoba, a água era distribuída em garrafas de 500 ml, o que resultava em muito desperdício. Ambas as provas foram prejudicadas pelas cinzas vulcânicas do Chile, ao considerar que vários atletas internacionais que fariam conexão em Buenos Aires, não conseguiram chegar ao local.

Dentre os bate-papos e fóruns de discussão entre viajantes, existe uma famosa pergunta-ironia, que questiona "Você conhece a Argentina ou só Buenos Aires?", indicando as diversas faces que nosso país vizinho possui. Considerando apenas as principais maratonas de asfalto, os corredores brasileiros já têm motivo para conhecer as quatro maiores cidades argentinas, sendo as outras Buenos Aires, em outubro, e Mendoza, em agosto, esta com a característica de ter seu percurso em descida! 

Veja o quadro comparativo das provas

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