As redes sociais dão asas para algumas discussões acaloradas e, muitas vezes, ninguém dá aquela respirada para raciocinar melhor. Depois que Patrick Makau venceu em Frankfurt com “fracos” 2:06:08, vieram as críticas por não ter batido o recorde mundial. Não é bem assim Primeiro, porque maratona não é ciência exata e, depois, o dia pesa, é decisivo. Para mim, para você e para o Makau.
A começar pelas formas de treinar. Existem diferentes linhas de preparação para os 42 km. A experiência do corredor também conta. Saber especialmente como o corpo se comporta após o km 32. Nada de certo ou errado. É fundamental ir testando até encontrar a sua equação e o que é melhor para você. Além disso, contar com um pouco de sorte no dia também, pois um vento contra, um calor acima do normal ou um frio intenso, podem acabar antes mesmo da largada com o plano A que foi elaborado por meses.
Para Buenos Aires, por exemplo, quando fiz meu primeiro sub 3h, não corri nenhum longão em ritmo de prova. Todos foram bem abaixo dos 4:15 que fechei a maratona argentina – na média, a 4:30/4:35. Mas os tiros, os treinos de qualidade, exigiram demais. Uma forma de treinar. Para outros, funciona completamente diferente.
Voltando ao Makau. Ele se disse preparado antes da prova para buscar a marca. Chegou no dia e seu corpo não se comportou como ele queria. Faz parte. Apesar de parecerem ETs, lembre, os quenianos são humanos também. Passíveis de falhas. Ele estava machucado? Jogou para a torcida? Isso nunca saberemos. Ele pode tentar, agora, cobrar que bata o recorde mundial toda vez que for para uma maratona, aí, já é um pouco demais.