No próximo domingo, dia 28, acontece a 1ª Maratona Fila, na cidade universitária da USP, na capital paulista, ainda com inscrições abertas, conforme se vê em outro post aqui no site. O evento é inovador, por acontecer em circuito de 10,5 km, exigindo, portanto, 4 voltas dos maratonistas, o que poderá não ser muito aborrecido (e até estimulante) porque terão a companhia de corredores participando em duplas e quartetos.
Outra novidade, definida apenas a duas semanas da prova, será o oferecimento de premiação em eletrodomésticos aos 3 primeiros da maratona, em função de uma parceria da Fila com uma empresa do ramo (Panasonic), conforme se constata naquele outro artigo.
Trata-se de um retorno ao que se praticava há 30 anos, em que a maioria das corridas importantes, ou até nem tanto, além de prêmios em dinheiro dava televisores, bicicletas e outros brindes assemelhados (FOTO ao lado, de anúncio na CR, de meia-maratona no Rio em 1998). Sem contar carro zero km, para os campeões de maratonas, ou para os primeiros brasileiros em provas como a São Silvestre (FOTO abaixo de Marilson dos Santos com chave da SS 1999).
No caso da prova da Fila, a definição em cima da hora da premiação, com geladeiras, máquinas de lavar e micro-ondas, não cumpre bem o papel de atrair corredores de elite para participar, como faziam as corridas de “antigamente”. De qualquer forma, não deixa de ser uma boa notícia, nesta época em que pouquíssimas oferecem qualquer coisa para os primeiros colocados.
Não por acaso, os resultados dos que chegam aos pódios das nossas corridas têm sido bastante fracos, quando comparados com os que eram corriqueiros há décadas atrás, porque havia o estímulo dos altos valores em dinheiro e/ou dos eletrodomésticos.
CARRO ZERO KM. A premiação com carro era limitada às provas importantes, notadamente maratonas como as de Brasília e São Paulo, (FOTO de anúncios na revista CR), fazendo com que os campeões alcançassem marcas de nível mundial, e os estimulasse a ter excelentes atuações lá fora. Um exemplo é o de Luiz Antonio dos Santos, falecido em 2021, que foi bicampeão em Chicago 1993/94, quando os quenianos e etíopes ainda não participavam, mas também de Marilson, bi em Nova York (2006 e 2008), já com a concorrência dos africanos.
Outro caso emblemático é o de Émerson Iser Bem, ganhador da São Silvestre de 1997, cujo principal objetivo era ser o melhor brasileiro e ganhar o carro zero km. Mas em seu empenho para ficar à frente do adversário Vanderlei Cordeiro de Lima, forçou o ritmo ao máximo na subida da Brigadeiro e, sem querer, superou o líder até então, o queniano Paul Tergat, e assim venceu a SS.
Outra história é a de Valdenor dos Santos, um de nossos melhores corredores nos anos 1990 e 2000. Ele ganhou inúmeros carros, entre eles em uma Volta da USP de São Carlos, uma corrida de 10 km que não tinha expressão nacional, mas mesmo assim ofereceu esse prêmio ao vitorioso, que saiu de Brasília para buscar o veículo no interior de SP…